DOEPE 14/03/2018 - Pág. 2 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
2 – Ano XCV • N0 47
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 14 de março de 2018
RESSOCIALIZAÇÃO
Socioeducandos usam arte de Romero
Britto para humanizar espaços
Projeto “Recuperando Vidas e Espaços” é desenvolvido no Case Cabo de Santo Agostinho,
onde os alunos dão cores às paredes com o estilo vibrante do artista pernambucano.
F OTO : D IVULGAÇÃO /F UNASE
s muros do Centro de
Atendimento Socioeducativo (Case) Cabo de
Santo Agostinho, unidade da
Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), estão ganhando outras cores e significados por meio do projeto “Recuperando Vidas e Espaços”. Através da arte pop pernambucana de
Romero Britto, conhecida pelas
cores vibrantes e composições
ousadas, estudantes do anexo da
Escola Estadual Luísa Guerra,
instalado dentro da unidade, vêm
transformando os ambientes e desenvolvendo técnicas de pintura e
desenho.
O objetivo do projeto é valorizar a expressão singular do
aluno, desenvolvendo a percepção visual e imaginação
criadora. O trabalho começou
com oficinas culturais, que têm
como proposta político-pedagógica assegurar o direito à educação e à cultura, como prevê no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As atividades
começaram no ano passado,
dentro da sala de aula, onde os
alunos conheceram as obras de
Romero Britto e sua história de
vida. Antes de se aventurar nos
muros, treinaram técnicas de
desenho e pintura no papel,
usando lápis de cor e de cera.
O
Nessa primeira etapa, os
alunos coloriram o muro
localizado em frente ao anexo
escolar, e continuam buscando
outras telas nos espaços da
unidade. A segunda etapa deve ter
início no segundo semestre, que
vai levar cores às salas de aula.
“Esse projeto tem trazido
motivação aos adolescentes.
Através do lúdico, conseguimos
humanizar os espaços e recuperar
vidas. É uma atividade terapêutica, estimulante e educativa que
traz os adolescentes para a escola”, compartilhou a professora
de Língua Portuguesa, Artes e
Inglês, responsável pelo projeto,
Marlene Francisca.
Os alunos trabalham com as
cores primárias e suas misturas,
contorno e desenho, texto, imagem e coordenação motora. Não
só a arte se faz presente, a matemática também, com os conceitos de altura, medida e formas
geométricas. Ao lado da escola,
na execução desse trabalho, há os
oficineiros. Alunos que mostram
mais desenvoltura para o desenho
e acabam ajudando os demais.
Um dos mais envolvidos nessa
missão de transformar os espaços
é F.H.A.S. de 20 anos. Ele já tem
experiência com desenhos e paisagens em telhas, que envernizava para vender, além de pintura
ESTUDANTES do anexo da Escola Luísa Guerra misturam cores e criatividade no exercício da arte
em painéis. Com um talento
natural, ele pinta com amor e se
dedica muito, como a maior
parte dos que participam do
projeto. “Com essa atividade
agora eu abri minha mente para
mais essa arte. Será algo que eu
vou levar comigo. Faço com
prazer. Já me acordo para
desenhar e incentivo os outros a
fazer também”, disse.
Segundo a gerente do Case
Cabo, Tatiane Moraes, ao desen-
volver o projeto, a pessoa privada
de liberdade exerce também a sua
cidadania e reencontra sua dignidade, além de obter o aprendizado que promove uma positiva
mudança de comportamento. “As
obras são variadas. Algumas
apresentam traços mais infantis e
amadores, enquanto outras parecem ter sido feitas por profissionais. A oficina de desenho e
pintura era um anseio dos próprios internos que desenhavam
nas paredes dos quartos, e com o
curso poderão ter acesso a técnicas, na maioria das vezes, reservadas a um grupo minoritário”, destacou.
A previsão é que o projeto
passe a contemplar obras de outros artistas pernambucanos e
também se espalhe por toda a
unidade, transformando paredes
em telas. Os alunos participantes
receberão certificados de pintor
de parede, pedreiro e grafiteiro.
Central de Penas Alternativas de Goiana começa
a funcionar, neste mês, em novo endereço
No local, são atendidos atualmente 47 autores
de crimes com menor potencial ofensivo.
A Central de Penas Alternativas (Ceapa) de
Goiana, Região Metropolitana do Recife, foi
transferida para o Engenho Boa Vista, s/n,
centro da cidade, no novo prédio do Fórum
Desembargador Joaquim Nunes Machado. No
local são atendidos atualmente 47 autores de
crimes com menor potencial ofensivo e que
podem cumprir a pena através da prestação de
serviços à comunidade ou por meio da
prestação pecuniária. Além de Goiana, existem
mais 10 Centrais em Pernambuco: no Recife
(quatro) e em Caruaru, Garanhuns, Santa Cruz
do Capibaribe, Petrolina, Sertânia e Belo
Jardim.
A Ceapa é coordenada pela Secretaria de
Justiça e Direitos Humanos (SJDH) e Gerência
de Penas Alternativas (Gepais), com a função
de auxiliar o Poder Judiciário na execução das
penas e medidas alternativas, além de fornecer
apoio e acompanhamento ao cumpridor.
F OTO : D IVULGAÇÃO /C EAPA
ATENDIMENTO
passa a ser feito
nas dependências
do recéminaugurado
prédio do Forum
Desembargador
Joaquim Nunes
Machado