DOEPE 27/03/2018 - Pág. 2 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
2 – Ano XCV • N0 56
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 27 de março de 2018
ENSINO A DISTÂNCIA
Projeto Ajufe por um Mundo Melhor
beneficia unidade prisional de PE
O
F OTO : M ÁRCIA G ALINDO /S ERES
secretário-executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues, recebeu, na última sexta-feira (23), na
Penitenciária Agroindustrial São João
(PAISJ), em Itamaracá, representantes da
Associação de Juízes Federais (Ajufe) e do
Judiciário estadual. A visita teve o intuito de
conhecer a área física proposta pela Secretaria Executiva de Ressocialização
(Seres), vinculada à Justiça e Direitos Humanos, para colocar em prática o projeto
“Ajufe por um Mundo Melhor”. Com a
parceria do Instituto Mundo Melhor (IMM),
o projeto na penitenciária será na modalidade ensino a distância (EAD).
A PAISJ é o primeiro estabelecimento
prisional em Pernambuco a receber o projeto, com duração mínima de quatro anos, que
consiste na oferta de cursos a distância aos
reeducandos, em várias áreas. Cícero considera a ação de grande importância, “principalmente por ser a PAISJ a beneficiada, que
é do regime semiaberto e precisa preparar
os reeducandos para a vida lá fora”. Será de
responsabilidade da Seres oferecer o espaço
- que será reformado e equipado pela Ajufe
-, definir os cursos necessários e o número e
perfil de reeducandos, além de um monitor.
“Estou aqui para vislumbrar o espaço
para o Laboratório de Informática, verificar
a possibilidade de executar o projeto e, estando ele conforme o previsto, prosseguir
com a ação”, informa o juiz federal de Santana do Livramento-RS, Rafael Wolf. Ele
explica que o “projeto promove aproximação entre instituições, que necessitam de
projetos e investimentos, e os juízes federais, que, muitas vezes, têm valores para
destiná-los”.
Participaram da visita o gerente da unidade prisional, Carlos Cordeiro, a superintendente de Capacitação e Ressocialização/Seres, Valéria Fernandes; a gerente de
Educação e Qualificação Profissionalizante/Seres, Edvany Oliveira; o juiz da 36a Vara,
Rafael Chalegre do Rego Barros; além dos
juízes da Vara de Execução Penal da Capital,
Cícero Bittencout e Roberto Bivar.
MAGISTRADOS visitam Penitenciária Agroindustrial São João, em Itamaracá
CULTURA DE PAZ
Servidores da Funase são capacitados para
disseminar práticas de Justiça Restaurativa
Curso faz parte de uma série de treinamentos oferecidos desde o ano passado. Esta última etapa
foi conduzida pelo Laboratório de Convivência, coordenado pela psicóloga Mônica Mumme.
No caminho da implementação de uma
cultura de paz em suas unidades, a Fundação de Atendimento Socioeducativo
(Funase), ligada à Secretaria de Desenvolvimento Social Criança e Juventude
(SDSCJ), promoveu formações em Justiça
Restaurativa. As aulas aconteceram no Hotel Luzeiros, durante toda esta semana, para
80 servidores da Região Metropolitana do
Recife e Interior, que receberão certificação
F OTO : D IVULGAÇÃO /F UNASE
reconhecida em todo o País. Essa foi a
última etapa de uma série de capacitações
que tiveram início no ano passado.
O curso foi conduzido pelo Laboratório
de Convivência, sob o comando da psicóloga Mônica Mumme, e consistiu em
ensinar as técnicas da Justiça Restaurativa,
estimulando a reflexão sobre o potencial
que cada um tem nas relações e criar novas
respostas no exercício da convivência. Para
a diretora-geral da Política de Atendimento,
Iris Borges, essa etapa marca o empenho da
Funase em capacitar seus servidores e
melhorar o atendimento aos socioeducandos. “É um marco para a história da instituição, aplicar as práticas da Justiça
Restaurativa, o que mostra o quanto estamos trabalhando para difundir a cultura de
paz nas unidades”, conta.
As capacitações em práticas restaurativas tiveram início no ano passado com o
curso de Comunicação Não Violenta
(CNV), ministrado pelo professor e coordenador do Espaço de Diálogo e Res-
CURSO foi destinado a 80
servidores da Funase
tauração da UFPE, Marcelo Pelizzoli, e
depois com o curso de Introdução à Justiça
Restaurativa, conduzido pelo psicólogo
clínico e juiz da Criança e do Adolescente
do Recife, Élio Braz Mendes.
A psicóloga, que conduziu as aulas dessa
última etapa, lembra da importância da formação. “O momento é especial, de partilhar
nossas experiências e com isso trazer transformação sobre lidar com os atos infracionais de outra forma”, destacou. As práticas restaurativas são estabelecidas em Círculos de Construção de Paz, tendo como
base a Comunicação Não Violenta (CNV) e
os princípios da Cultura de Paz. Nesses
círculos se vive os princípios e as práticas
da Justiça Restaurativa, que são a integração, a conexão das pessoas, o respeito, a colaboração, o empoderamento, ressaltando o
respeito, em todo esse processo.
Com a conclusão dessa formação, o próximo passo é criar microgrupos geradores
nas unidades de atendimento e assim promover a disseminação dessas práticas, uma
das ações previstas no Plano de Ação de
Curto Prazo da Funase, aprovado pelo governador Paulo Câmara e lançado em abril
do ano passado.