DOEPE 03/04/2018 - Pág. 3 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
Recife, 3 de abril de 2018
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Ano XCV • N0 59 – 3
NOVOS REMÉDIOS
Lafepe é referência para
o Ministério da Saúde
Tecnologia empregada na produção dos medicamentos
Olanzapina e Quetiapina habilita o Laboratório
pernambucano a pleitear novos projetos.
F OTO : D IVULGAÇÃO /L AFEPE
NA VISITA TÉCNICA ao laboratório, servidoras do MS fizeram anotações e registros fotográficos para relatório
s tecnologistas
do Ministério da
Saúde,
Zênia
Maciel e Daiane Soares,
vieram de Brasília para
cumprir visita técnica ao
Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco Governador
Miguel Arraes (Lafepe),
com o objetivo de verificar a tecnologia empregada na produção dos
medicamentos Olanzapina e Quetiapina. A visita
foi realizada nos dias 22
e 23 de março. Esses
psicotrópicos foram produzidos pelo laboratório
pernambucano, através
A
de Parcerias para o
Desenvolvimento Produtivo (PDPs) e chegam à
população através do Sistema Único de Saúde
(SUS). Após a vistoria,
Zênia e Daiane afirmaram que o Lafepe
encontra-se em nível de
referência para o segmento, com incremento
tecnológico e profissional, o que o habilita a
pleitear novos projetos,
com o reconhecimento e
apoio do Ministério da
Saúde.
A verificação de impacto tecnológico, nos
laboratórios públicos que
desenvolvem PDPs, faz
parte do protocolo previsto pelo Ministério,
quando o laboratório oficial está em fase de
internalização de produção dos medicamentos
desenvolvidos nesse perfil de parceria. As servidoras fizeram registros
fotográficos e escritos
para elaboração de um
relatório, que será submetido a um comitê
deliberativo, vinculado
ao Ministério da Saúde.
Elas estiveram nas áreas
segregadas e climatizadas de armazenamento,
no setor de controle de
qualidade, na produção
de comprimidos, na área
de tratamento de água e
registraram o fluxo de
sinalização.
Durante a visita, as
representantes do Ministério da Saúde se reuniram com o presidente
do Lafepe, Flávio Gouveia, e com outros gestores do laboratório. Zênia e Daiane declararam
ter evidenciado considerável impacto de retorno
positivo, através dos
investimentos das PDPs,
tanto na estrutura física,
como no protocolo documental.
Laboratório vai
firmar outras
parcerias
Antirretrovirais, usados no
tratamento de Aids, e antiviral
indicado contra o vírus H1N1,
serão produzidos no Recife com
tecnologia avançada.
O Laboratório Farmacêutico de Pernambuco
(Lafepe) vai assinar termo de compromisso com
o Ministério da Saúde, até o final deste mês, para
desenvolvimento, via Parceria para Desenvolvimento Produtivo (PDP), dos remédios
Darunavir e Dolutegravir (ambos antirretrovirais
usados no tratamento de Aids), além do
Oseltamivir (antiviral contra o vírus H1N1). A
estimativa inicial de investimento, por parte do
Lafepe, é de R$ 40 milhões, em cinco anos, para
compra de equipamentos e insumos, bem como
treinamento de pessoal, para a fabricação desses
medicamentos no Estado.
As PDPs consistem em parcerias entre
laboratórios públicos e privados. Por cinco anos
(tempo considerado ideal para a conclusão da
parceria), o laboratório público passa a fornecer
os medicamentos da empresa privada ao
Ministério da Saúde. Neste período de tempo,
absorve a tecnologia necessária para iniciar a
produção por conta própria. Após a assinatura do
termo de compromisso, é necessário o registro
do produto no Brasil e a assinatura de contrato
com a empresa privada.
A perspectiva é de que o contrato para PDP do
Darunavir, produto da Janssen (divisão farmacêutica da Johnson & Johnson), seja assinado
logo após o termo de compromisso. O Lafepe
tem a possibilidade de ampliar o faturamento
com o Darunavir em R$ 150 milhões, um
incremento de 50% da receita atual, se começar
a transferência de tecnologia até 2019.
Já as PDPs do Dolutegravir e do Oseltamivir
devem ter início em 2020. A previsão é que os
contratos sejam assinados entre 2019 e 2020 com
os laboratórios Blanver e Cristália, respectivamente. Hoje, o Ministério da Saúde gasta em
torno de R$ 195 milhões com os dois medicamentos. “Em 2020, o faturamento do Lafepe
pode dobrar por causa destas três novas PDPs”,
prevê o diretor-comercial do Lafepe, Djalma
Dantas.
Em 2017, o Lafepe foi o primeiro laboratório
do País a concluir todas as etapas de uma PDP,
com o psicotrópico Clozapina, usado no
tratamento de esquizofrenia e transtorno bipolar.
No mesmo ano, a produção de outros dois
psicotrópicos, a Quetiapina e Olanzapina,
também foram internalizadas.
O preço deste último produto, em cinco anos,
caiu 70% com a PDP. Segundo o Lafepe, esses
produtos ajudaram o laboratório a ter superávit
em 2017, em relação a 2016.