DOEPE 06/11/2018 - Pág. 3 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
Recife, 6 de novembro de 2018
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Ano XCV • N0 205 – 3
Caminhada de Terreiros faz ode
à tolerância e liberdade de credos
P
ovos Tradicionais,
de Terreiros, de Umbanda, Candomblé e
Jurema. Estes são as pertenças religiosas que fazem
parte da tradicional Caminhada de Terreiros de Pernambuco, que chegou à sua
12a edição, no Recife, na
última quinta-feira (1o), com
saída da Praça do Marco
Zero. A sensação de pertencimento tomou conta da
praça, lotada de mulheres,
homens, pessoas idosas e
crianças, vestidos com as
indumentárias características das religiões de matriz
africana, ao tempo em que
ostentavam a consolidação
da democracia, em relação
ao enfrentamento da intolerância e do preconceito.
“Construir a caminhada é
manter viva a religião; é
apresentar nossos costumes
às pessoas que não são da
mesma religião que nós, mas
vêm aqui para prestigiar, conhecer. Isso mostra que elas
não têm preconceito, só
curiosidade. Para nós, o enfrentamento ao preconceito
está aí, também. Devemos
isso à memória de tantos
negros e negras que morreram lutando para o negro
ter espaço na sociedade”,
comenta Mãe Elza, assessora
da coordenadoria de Igualdade Racial, da Secretaria de
Justiça e Direitos Humanos
(SJDH), e coordenadora religiosa da caminhada.
O ato também contou
com a presença do pároco
da igreja da Madre de Deus,
frei Rinaldo Pereira, que foi
chamado ao palco pela organização do evento. “Me
sinto na obrigação de estar
aqui, hoje, para prestar solidariedade aos meus irmãos
e irmãs, que cultuam sua fé,
alicerçados pelas religiões
de matriz afro. Quero demonstrar meu respeito e
apoio contra toda forma de
racismo, discriminação e
intolerância. Somos todos
filhos do mesmo Deus e Pai.
Somos todos irmãos.” Sob
muitos aplausos, que referendaram sua participação,
o frei solicitou a abertura da
paróquia do Pátio de São
Pedro (ponto de encerramento da caminhada), para
apoio aos integrantes do ato.
F OTO : D IVULGAÇÃO /S ESES
ADEPTOS das religiões de matriz africana lotaram a Praça do Marco Zero na caminhada
Gepais e instituições parceiras avaliam atuação
A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH),
através da Gerência de Penas Alternativas e Integração
Social (Gepais), promoveu, no último dia 30, um
encontro com representantes de entidades parceiras da
Região Metropolitana do Recife (RMR), que atuam junto
ao órgão, na execução de alternativas penais. A reunião
ocorreu no Centro de Formação dos Servidores e
Empregados Públicos do Estado de Pernambuco
(Cefospe), no bairro da Boa Vista.
Em pauta, foram discutidos os avanços na execução
das penas alternativas, nos últimos quatro anos, como a
institucionalização da política no Estado, a
implementação de duas Centrais de Apoio às Medidas e
Penas Alternativas (Ceapas) na RMR e a captação de
novas instituições parceiras, além do acompanhamento
F OTO : R AY E VLLYN /SJDH
dos cumpridores.
“É um momento de avaliar nossos avanços, planejar as
ações que possam aperfeiçoar nosso trabalho e ampliar o
número de instituições parceiras”, comentou a gerente da
Gepais, Raquel Brandão. O encontro contou, ainda, com
uma roda de diálogo sobre Diversidade Sexual,
ministrada pela assessora-técnica da Coordenadoria
LGBT de Pernambuco, Fernanda Falcão. Desde janeiro, a
Gepais realizou cerca de 14 mil atendimentos, em
Pernambuco, e possui convênio com 590 organizações
públicas e privadas.
REPRESENTANTES de entidades que mantêm
parceria com a SJDH participaram do encontro
Cartilha sobre abuso sexual será distribuída entre professores
A rede estadual de ensino ganha mais uma ferramenta
de enfrentamento ao abuso sexual na primeira infância.
Lançada no último dia 30, a cartilha “Informações sobre
o Abuso Sexual na Primeira Infância” aborda desde o
conceito do que é o abuso sexual, como ocorrem e as implicações do crime, no comportamento das crianças de 0
a 6 anos, até informações sobre como a rede de proteção
se configura.
O material, que será distribuído no início do próximo
ano, é resultado de uma pesquisa de mestrado, desenvolvida pela Universidade Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE), por meio do Programa de Pós-Graduação em
Educação, Culturas e Identidades (PPGECI), em parceria
com o Governo de Pernambuco, e passa a fazer parte das
ações do programa Atenção Redobrada, que tem como
F OTO : VALTER A NDRADE /SDSCJ
objetivo o enfrentamento das múltiplas violações de direitos contra crianças e adolescentes. O programa é coordenado pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ).
O gerente de Políticas para Criança, da SDSCJ,
Macdouglas de Oliveira, um dos nomes à frente da produção do material, destaca que a proposta é que os
professores também trabalhem o tema em sala de aula
com intervenções lúdicas. “A primeira infância é a faixa
mais difícil de reconhecimento de denúncia da violência,
justamente pela faixa etária”, explica.
MACDOUGLAS DE OLIVEIRA
fez o lançamento da publicação