TJBA 14/09/2022 - Pág. 2692 - CADERNO 2 - ENTRÂNCIA FINAL - Tribunal de Justiça da Bahia
TJBA - DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO - Nº 3.177 - Disponibilização: quarta-feira, 14 de setembro de 2022
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é quatorze de outubro? Quatorze de outubro, sim. Eu vou pedir que seja encaminhada ao juízo ou que ela compartilhe (…). A
senhora tem notícia de um episódio que aconteceu no Morro de São Paulo envolvendo o acusado e a vítima? Eu tenho. Ele me
ligou na época, ele começou a (…) Luizinho começou a evitar a gente, não é? A evitar a gente porque ele tinha vergonha porque
ele passava por tudo isso e retornava a relação, então acho que começou a se sentir desacreditado, envergonhado. Qual foi o
episódio em Morro de São Paulo? Ele foi para Morro de São Paulo, ele sempre gostou, ele sempre foi de vôlei, não é? (…) E aí
ele foi para Morro de São Paulo quando chegou lá ela foi trocar bilhetinhos, paquerar com uma pessoa de uma outra mesa (…)
ele estava acompanhado, se eu não me engano do instrutor dele de vôlei (…) tive conhecimento, sim; Eu estou satisfeito. Doutor
Ariomar com a palavra, o Promotor de Justiça. Sem perguntas, Excelência. A assistente de acusação com a palavra. A senhora
disse que ele estava em um relacionamento tóxico as avessas, não é? E que ele vivia triste, envergonhado, a senhora sabe dizer
se ele procurou algum auxílio psicológico, alguma ajuda para sair desse relacionamento tóxico? Não tenho conhecimento não.
Ele fez terapia, busca de amigos. Ele conversa muito comigo, terapia eu não sei se ele chegou a procurar (…) Ele já conseguiu
terminar alguma vez o relacionamento? Não conseguia colocar fim não, terminava e voltava, ela sempre ligava, uma vez ela se
envolveu em um problema (…) ela chegou a ser presa, se eu não me engano, por causa de drogas e ele largou tudo e foi para
Feira de Santana atrás dela para ajudar porque sempre que ela tinha alguma confusão ela ligava para ele, ela recorria a ele, inclusive financeiramente. A senhora tem conhecimento se ele foi mais de uma vez a Feira de Santana reatar o relacionamento
(…)? Isso eu não sei, Doutora, não sei lhe dizer. Certo. A senhora tem conhecimento que eles tinham arma? Não, não tinha conhecimento. A senhora não conhecia ela, mas sabe por ouvir dizer muitas coisas dela. A senhora sabe dizer se ela estudava, se
ela tinha renda, como era a vida dela? Não. Nem que seja por ouvir dizer? Não sei dizer. A senhora só ouviu dizer (…). Eu sei
que ele a ajudava financeiramente, ele dava um valor mensal para ela, para ela ir ao salão, para ela se cuidar, para ela comprar
roupa, comprar essas coisas. Eu sei que ele a ajudava nesse sentido. A senhora sabe quantos anos ela tinha? Não sei, Doutora.
Eu sei que ela era mais nova, mas não sei quantos anos. A senhora sabe quantos anos ele tem? Sei, cinquenta. A senhora sabe
da profissão dele? Sim, advogado. Então, a senhora entende que ele não conseguia sair desse relacionamento que era tão tóxico, a senhora tem uma opinião sobre isso (…) ele se abria para a senhora (…) como era isso? Ele se envolveu, ele se apaixonou.
(…). Não conseguia sair? Doutora, a gente era amigo, a gente tentou ajudar, mas fazer o que? Eu vivi uma relação assim (…) fui
casada, tive dois filhos, quando a gente ama a gente sempre tem esperança que a pessoa vai mudar, que a pessoa vai melhorar
(…) e no caso dela por ela não ter uma estrutura familiar ele achava isso que ela era uma vítima do meio que ela viveu (…). A
senhora entendia que ele era ciumento com ela (…)? Eu achava que ela era ciumenta para ele, sinceramente pelas coisas que
ela dizia, ela dizia “eu não apresento você a amiga nenhuma minha porque eu tenho medo que elas roubem você de mim”, ela o
via, assim, como um tesouro e realmente ele era porque ele era essa pessoa que nunca disse um não para ela (…). Ela disse
isso para a senhora? Ela não disse, isso foi uma vez ele reportando que ela tinha um amigo homossexual e Luizinho se tornou
amigo desse rapaz e esse rapaz falou que ela era apaixonada por ele, que ele estava vendo que ela estava mudando, tanto que
ele falou, assim, para mim: “eu acho que ela está mudando, que o próprio amigo dela me disse que hoje ela é outra pessoa, eu
acho que ela me ama, ela inclusive não quer apresentar amigas dela porque ela tem medo (…)”. E ele acreditava. A senhora
então entende que ele não conseguia terminar a relação? Entendo que ele não conseguia terminar a relação. Que ele estava
fragilizado emocionalmente? Envolvido e imbuído no sentido de ajudar. Sem mais perguntas, Doutor. Eu só queria que a senhora esclarecesse (…) A senhora nunca conversou com ela? Nunca. Então, o que a senhora sabe do relacionamento é através do
acusado, ele que passava as informações para a senhora (…)? Objetivamente: sim ou não. Eu nunca tive contato com ela. (…)
Então, tudo que a senhora sabe ou soube da relação do acusado com a vítima foi passado pelo próprio acusado? E pelas pessoas que conviviam com ele. Pronto, só isso. E pelas pessoas do prédio. Pode encerrar“. (Testemunha de defesa – Rita de
Cássia Pinho Bruno de Carvalho).
“(…) A senhora sabe alguma coisa sobre esse fato, estava presente? Eu não estava presente, mas eu tomei conhecimento via
whatsapp. Quem passou o whatsapp para a senhora? Uma amiga. (…) O que foi que a senhora soube? O que eu soube? Sim.
O que estava escrito. E o que é que estava escrito (…)? Estava escrito que a vítima, Kézia, tinha falecido sendo vítima de um
disparo de arma de fogo, foi o que estava escrito. Só isso? Sim. (…) E dizia quem foi o autor do disparo? Dizia, hipótese, não
é? (…) Que seria uma hipótese dele ter deflagrado o disparo. Ele quem (…)? José Luiz. A defesa com a palavra. (…) A senhora
foi namorada do acusado? Fui, fui namorada dele durante sete anos. Certo, de que período a que período? De dois mil e onze,
dois mil e doze a dois mil e dezenove, final de dois mil e dezoito. Após o término da relação continuaram a serem amigos? Sim.
Durante o período que a senhora conviveu com ele teve algum tipo de episódio em que ele tivesse alguma conduta violenta em
relação a senhora? Não, nunca. Nunca houve nenhum episódio de violência. Certo. E com relação a conduta pessoal do acusado o que é que a senhora pode me dizer? Ele é uma pessoa, sempre foi um homem gentil comigo (…) de bom caráter, íntegro,
muito família (…) sempre foi uma pessoa muito prestativa em relação a mim e minha família (…) é isso que eu tenho a dizer,
uma boa pessoa em todos os quesitos. Tem boa conduta social? Boa conduta, muitos amigos (…). Tem notícia do envolvimento dele com drogas? Nunca, muito pelo contrário ele era uma pessoa que não gostava de estar nem de perto de pessoas que
utilizam, usuários. Certo. (…) Ele nunca gostou de estar presente em situações que as pessoas usem drogas, nem usar, nem
estar presente. (…) De fato o acusado era ciumento? Ciúme normal (…). Em algum momento ele teve alguma conduta agressiva
por conta de ciúme relacionado a senhora? Nunca. Ok. A senhora chegou a conhecer a vítima? Não, só de vista, de longe, não
cheguei a conhecer não. Mas a vítima em alguma oportunidade teve algum comportamento em relação a senhora que pudesse
expressar ciúme? Não. Certo. Há notícia de um episódio que a vítima teria proibido sua mãe de fornecer alimentação ao acusado
essa estória é verdadeira? É verdadeira. O que foi que aconteceu? O que eu soube foi o seguinte, que ela tinha ciúmes, não é?
Desse contato que ele tinha com minha mãe e aí pediu que ele deixasse de consumir o alimento que ela fornecia, foi isso que eu
soube. Certo. A senhora tem notícia de algum episódio que o acusado tivesse sofrido alguma agressão por parte da vítima? Sim.
Como eu moro no mesmo bairro alguns momentos a gente se encontrava, se batia pela minha rua, no mercado, em vários locais
e várias vezes dentre esses encontros ele estava sempre arranhado, já teve olho roxo, várias situações, no braço, no pescoço,
no rosto, mas de uma vez, isso umas três ou quatro vezes. (…) No natal de dois mil e vinte a senhora lembra o que aconteceu?
Lembro que ele foi na minha casa, não é? Aqui, no meu playground a gente se encontrou, que minha mãe entregou um presente