TRF3 25/02/2013 - Pág. 297 - Publicações Judiciais I - Interior SP e MS - Tribunal Regional Federal 3ª Região
Dentre esses funcionários eu era patrono também do Jadilton Gonçalves. No dia anterior ao da audiência, eu me
lembro que foi no dia treze de fevereiro daquele ano, e a audiência ocorreria no dia quatorze. No dia treze, por
volta das cinco ou seis horas, eu recebi uma ligação para confirmar se eu estava em casa. Na sequência parou um
veículo e me chamaram. Tinha três pessoas fora e uma dentro do carro. Essas pessoas foram até minha casa.
Naquele momento eu tinha rompido uma sociedade e eu estava atendendo também temporariamente em casa e nas
petições constava o meu endereço residencial. Uma pessoa ficou no carro e três pessoas desceram. Eu saí, fiquei
na calçada e essas três pessoas falaram que foram em nome do Agesner, e que eu deveria retirar a AGM
decorações do polo passivo da ação. Eles foram incisivos falando que eu deveria tirar, falando que eles não
deviam nada e que quem devia era a Flora decorações. Essas três pessoas se identificaram falando que vieram de
Corumbá exatamente para resolver aquela questão. Um deles, estava portando uma pasta, e ele sempre ficava com
a mão no interior da pasta como se tivesse com algum objeto ali. Quase que ameaçando. Ficaram os três na minha
frente, e o que era o interlocutor ficou mais ao lado. Eu disse para ele que quem resolveria essa situação seria a
justiça. Se a justiça entendesse que a AGM não devia nada, caberia a eles decidirem. Quase que uma resposta
pronta, que de fato amedronta. Fiquei com receio. A partir dessa resposta eles falaram que permaneceriam na
cidade e que teriam que resolver essa questão antes da audiência. Eles voltaram a repetir que a AGM não devia
nada, que quem devia era a Flora decorações e não era para ela permanecer no polo passivo. Em determinado
momento minha filha saiu de casa e eles viram que eu falei: Filha, volta para dentro. Eles perceberam e falaram
que eu tinha muito a perder se eu não tirasse a AGM do polo passivo. Depois disso, eles saíram e foi quando eu
anotei a placa do carro e fui à delegacia fazer o boletim de ocorrência. Eu senti a necessidade de registrar aquele
fato na delegacia de polícia. Às vinte e duas horas eu recebi outra ligação perguntando se eu já tinha decidido
retirar a AGM do polo passivo da ação. Eu mantive a minha mesma resposta e eles então falaram que não
poderiam ir embora. Nesse telefonema eles mencionaram que se eu tivesse decidido eles iriam embora, que estaria
resolvido, mas caso não, eles permaneceriam aqui até que isso fosse resolvido. Depois do telefonema, por volta
das vinte e três horas o Jadilton foi até a minha casa apavorado, desesperado, falando que também tinha recebido a
visita de quatro elementos, e pelas características pareciam ser os mesmos. Eu o orientei para que ele fosse até a
delegacia registrar a ocorrência. Ele me relatou o mesmo tipo de comportamento. Ele estava muito apavorado.
Depois dessas circunstâncias, esses fatos chegaram ao conhecimento das outras pessoas que eu patrocinava.
Algumas dessas pessoas me pediram para desistir das ações movidas em face da AGM. Não falaram o motivo mas
insistiram que fosse excluído do polo passivo a AGM. Uma delas pensou até em desistir da ação caso não fosse
retirado do polo passivo a AGM. No dia da audiência, eu não me recordo qual foi o funcionário, porque eu estava
conversando com praticamente todos, mas a visita era pra ser feita para todos. Não sei se não houve tempo ou qual
foi o motivo, mas a visita era para ser feita para todos. Isso foi noticiado para todos que estavam presentes na
audiência. A partir desse constrangimento que eu sofri, eu registrei o boletim de ocorrência e no dia seguinte,
antes da audiência, por volta do meio dia ou uma hora, eu procurei o apoio da OAB também. No dia da audiência
o Dr. Edimar Macedo e o Dr. Galindo, estiveram na audiência, conversaram com o juiz e acompanharam todos os
trabalhos. A OAB viu a necessidade de me acompanhar e prestou todo o apoio. Eu comuniquei o juiz trabalhista e
ele achou melhor acionar a polícia no dia. Depois da audiência não aconteceu mais nada. Eu sou advogado há
quatorze anos e isso nunca havia acontecido comigo. É algo que não estamos preparados. Nunca tinha visto esse
tipo de abordagem. No dia da audiência eu não vi nenhuma ameaça. Não consegui identificar nenhuma das
pessoas que estiveram na minha casa. O Agesner pessoalmente nunca fez nenhum tipo de ameaça. Até hoje os
contatos que tive com o Agesner, foram em audiências trabalhistas. Ele sempre me tratou com civilidade, sempre
fui bem tratado. O Sr. Eder Filitto assumiu a responsabilidade das ações trabalhistas, sendo excluída do polo
passivo a AGM. Isso foi um acordo realizado em audiência junto com os ex-funcionários. Ele não comentou se
esses funcionários haviam sido funcionários da AGM. Quando o juiz do trabalho chamou a polícia não havia
grave ameaça. Naquele dia o Agesner estava acompanhado de mais uma pessoa, que segundo os funcionários, era
o segurança dele que o acompanha em eventos, mas não havia nenhum ar de ameaça. Depois dos fatos não percebi
nenhuma perseguição. Após os fatos eu não me senti mais ameaçado. Em seguida o grupo rumou-se para a casa
do sogro do reclamante Jadilton, onde, utilizando do mesmo expediente, pressionaram-no com ameaças para que o
mesmo desistisse da reclamatória trabalhista contra a empresa da qual Agesner era representante. Ao deixarem a
casa de Jadilton, foram seguidos por Douglas Henrique Carvalho Mendonça, sobrinho de Jadilton. Douglas viu o
veículo dos tais indivíduos estacionado em frente a casa de Agesner. Confira-se seu depoimento: Eu trabalhei para
a empresa Flora decorações. Ela mudou de nome, mas trabalhei mais de dez anos nessa empresa. Trabalhei
bastante tempo e eu era gerente de decoração. Quando eu saí o dono era o Eder. Eu ajuizei reclamação trabalhista
em face da Flora e da AGM, porque na época eles não fizeram o meu acerto. Eles não pagaram os meus direitos.
Meu e de outros funcionários da empresa. Eu me lembro que era por volta de mil e quinhentos reais que eu estava
pedindo, porque eu tinha pouco tempo. Eu já tinha um acerto feito. Eu recebi uma visita na noite anterior da
audiência. Eram três caras mal encarados que foram em casa e eu não estava. Então eles foram para a casa do meu
sogro. Eu estava na casa do meu sogro. Primeiro eles foram à minha residência, depois eles localizaram a casa do
meu sogro. Não sei como eles conseguiram o endereço da casa do meu sogro. As casas não são próximas, pois, eu
moro no Jardim Regina e meu sogro no Jardim Jequitibás. Eu fico bastante na casa do meu sogro, quando eu não
DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 3ª REGIÃO
Data de Divulgação: 25/02/2013
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