TRT5 03/09/2021 - Pág. 1265 - Judiciário - Tribunal Regional do Trabalho 5ª Região
3302/2021
Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região
Data da Disponibilização: Sexta-feira, 03 de Setembro de 2021
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Sr. Ozeias era considerado um funcionário exemplar; que o mesmo
colegas da mesma hierarquia, mas sim os relacionados com as
relatava ao depoente que permanecia em casa com o celular ligado
chefias da empresa, cujos nomes o depoente não recorda” (Id
sempre à disposição da empresa, pois era um dos únicos capazes
4a39a76, grifei). A segunda testemunha convidada pelo
de resolver problemas maiores; que o Sr. Ozeias relatava que
Reclamante, por sua vez, afirmou: “que Sr. Ozeias sofreu
trabalhava muito, mas sua principal queixa se referia ao modo como
humilhações no ambiente de trabalho; que o depoente já presenciou
era tratado pela chefia, ressaltando que era humilhado, chamado de
o diretor da empresa chamando o Sr. Ozeias de maluco; que depois
maluco e era indagado indevidamente por parte da chefia, a
que o Sr. Ozeias adoeceu, a sua chefia avaliou que o mesmo não
exemplo de "já tomou seu remédio hoje?", "você é maluco?"; que
tinha mais condições de exercer seu trabalho e passou a humilhá-
segundo relato de Sr. Ozeias, o mesmo possuia um conceito muito
lo; que o Sr. Ozeias se afastou algumas vezes do serviço por conta
bom na empresa e depois começou a ter esses problemas,
da doença; que o Sr. Ozeias passou a ficar sobrecarregado de
gerando, por fim, um internamento, que culminou com o suicídio;
serviços; que depoente e Sr. Ozeias costumavam exceder o horário
que ao que o depoente percebeu, diante dos relatos do Sr. Ozeias,
de trabalho; que devido à sobrecarga de trabalho, o Sr. Ozeias
a sua produtividade foi diminuindo em razão do ambiente ruim que
adoeceu e depois disso passou a sofrer humilhações; que indagado
estava vivendo e também, provavelmente, de alguma questão
a respeito do tipo de humilhação que o Sr. Ozeias sofreu, o
emocional; que o ambiente de trabalho desfavorável é capaz de
depoente afirmou que o mesmo sofria sobrecarga de serviços; que
desencadear ou agravar um problema psicologico; que no caso do
o chefe do Sr. Ozeias, Sr. Mark Stanley, já se dirigiu ao Sr. Ozeias
Sr. Ozeias, o mesmo apresentava uma melhora, mas com o retorno
perguntando se o mesmo "já havia tomado o seu remédio"; que o
do trabalho o quadro emocional era agravado; que o Sr. Ozeias não
depoente nunca foi tratado de forma inadequada por parte desse
era o tipo de pessoa que não queria trabalhar, ao contrário,
mesmo chefe, mas isso já aconteceu com outros colegas; ... que
demonstrava o compromisso de querer trabalhar; que o Sr. Ozeias
com os outros encarregados, o Sr. Mark não se dirigia da mesma
sempre mencionava que era perseguido no trabalho e vinha sendo
forma como o fazia com o Sr. Ozeias; que o relacionamento do Sr.
humilhado; que o depoente não se recorda precisamente o ano em
Mark com os outros encarregados não era o mesmo com o mesmo
que o Sr. Ozeias começou a lhe reportar os problemas ocorridos no
com o Sr. Ozeias, já que com este era muito mais pesado; que o
trabalho; que houve momentos em que Sr. Ozeias solicitou ao
depoente só viu o Sr Mark chamando o Sr. Ozeias de maluco uma
depoente para liberá-lo ao trabalho, mediante prescrições de
única vez; que o contato de Sr. Mark com os demais integrantes da
medicamentos; que o depoente avalia que o Sr. Ozeias gostava da
unidade se dava semanalmente ou quinzenalmente; que o depoente
empresa até determinado momento, mas, a partir de determinadas
percebeu que o tom que o Sr. Mark chamou o Sr. Ozeias de maluco
circunstâncias e acontecimentos, passou a mencionar os problemas
foi agressivo, com muita raiva, inclusive, batendo na mesa; que este
enfrentados na empresa; que no período em que o Sr. Ozeias
fato aconteceu na sala de manutenção e havia pessoas próximas;
faleceu, o depoente ainda o acompanhava esporadicamente em
que não se recorda se Roberto e Marcelo estavam presentes no
algumas consultas laboratoriais, já que atendia através de convenio
fato ocorrido; que o depoente estava presente naquele momento,
médico; que o depoente não se recorda se na data em que faleceu,
mas não se lembra quais os outros funcionários estavam presentes
Sr. Ozeias vinha trabalhando normalmente no período anterior ao
na sala de manutenção; q o Sr. Mark tinha conhecimento da doença
óbito; que quando Sr. Ozeias permanecia afastado do trabalho, as
de Sr. Ozeias, motivo pelo qual agiu desta maneira”. Por sua vez, a
queixas diminuiam porque estava tendo acompanhamento médico e
testemunha trazida pela Ré, embora tenha dito que nunca
tomando medicamentos, além de cessar as causas que agravavam
presenciou o Sr. Ozeias sofrer alguma agressão verbal, no
sua doença, já que demonstrava possuir um bom ambiente familiar;
ambiente de trabalho, também disse que o Sr. Ozeias era avaliado
que o depoente não se recorda exatamente se houve alguma
como bom funcionário dentro da empresa, que trabalhava normal e
alteração importante nos relatos do Sr. Ozeias no ano anterior do
não se queixava do trabalho, que havia extrapolação da jornada até
seu falecimento; que desde o momento inicial em que o depoente
2 horas a mais, podendo, contudo, se estender por mais tempo, se
acompanhou o caso do Sr. Ozeias, percebeu que já havia as
fosse alguma coisa grave, ressaltando, também, que acontecia dos
queixas relacionadas ao trabalho; que o depoente confirma sua
encarregados serem chamados nos finais de semana, para resolver
assinatura no documento de fl. 30; que o depoente não sabe
problemas; que o depoente já teve discussões por questões de
precisar exatamente os tipos de patologias relacionadas com os
trabalho, mas não chegou a cortar relações. Portanto, infere-se,
parentes do Sr. Ozeias relatados no item 07 de fl. 29(verso); que Sr.
com base na prova testemunhal, que o Reclamante, em verdade,
Ozeias não se queixava de problemas de relacionamento com
era uma pessoa trabalhadora e que não se negava a laborar,
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