Feminícidio: suspeito de matar namorada a facadas era possessivo, diz polícia

Homem não sabia de mandado de prisão em aberto e foi preso ao se apresentar na Delegacia de Homicídios de Contagem. Após o crime, ele postou nas redes sociais: ‘Quem vacila, nós ‘manda’ pra vala’.

O homem suspeito de assassinar com várias facadas a namorada, Emilly Fernandes, de 18 anos, tinha o perfil possessivo. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (17) pela Polícia Civil, durante coletiva de imprensa.

Emilly foi morta por volta da 1h da quarta-feira (10), dentro do apartamento onde morava com a mãe, no bairro Chácaras Reunidas Santa Terezinha, em Contagem, na Grande BH. Depois do feminicídio, ele fugiu com o filho do casal de 7 meses.

O suspeito, de 22 anos, foi preso na tarde desta terça-feira (16) após ir à Delegacia de Homicídios de Contagem para apresentar a versão dele sobre o crime. No entanto, o delegado Ítalo Fernandes de Almeida, responsável pelo caso, afirmou que o suspeito preferiu ficar calado, já que foi “surpreendido pelo mandado de prisão”.

“Como foi uma surpresa, ele preferiu ficar calado e não apresentou nenhuma versão para os fatos”.
Almeida disse que Emilly sofria violência doméstica e não buscou ajuda talvez por não estar entendendo a situação.

Se condenado, ele pode ficar preso entre 12 e 30 anos, e a pena pode ser aumentada porque o homem matou a namorada na frente do filho.

Redes sociais
O delegado Ítalo de Almeida disse que o suspeito se apresentava nas redes sociais como filho de traficante, mas essa informação não foi confirmada.

“Ele fazia postagens exaltando a criminalidade, mas ele não tem passagem policial”, explicou.

Almeida falou ainda que na Delegacia de Homicídios o suspeito não demonstrou arrependimento.

Ainda segundo o delegado, ele não gostava de trabalhar e não ajudava na criação da criança, como comprar fralda e leite, por exemplo. Ele também fazia uso de droga.

“Nas redes sociais, ele se identificava como ‘filho do moço 33’, que faz referência ao crime de tráfico de drogas. ‘Moço’ no vocabulário utilizado significa que comanda a favela, a comunidade, que tem influência no crime”, explicou o delegado.
Ítalo informou também que após matar Emilly, o suspeito postou nas redes sociais: “Quem vacila, nós ‘manda’ pra vala”.

Irmãs da vítima
Durante entrevista na delegacia, Lorrayne Gabriela Fernandes da Silva, irmã de Emilly, desabafou.

“É muito revoltante. Eu não esperava isso nunca. Meu coração chora. Eu grito por justiça pela Emilly e por todas as outras mulheres”.
Ela falou que a família não percebeu que Emilly vivia um relacionamento abusivo e que o suspeito estava onde a vítima estivesse. Segundo ela, ele a levava e a buscava na escola.

Outra irmã de Emilly, a auxiliar de produção Brenda Fernandes, disse que a atitude do suspeito era vista como cuidado, mas era possessão.

“Eu peço a Deus, de todo o meu coração, que me fortaleça e fortaleça a minha família. Ele não tem dimensão do mal que ele fez à minha família. Ele matou ela com várias facadas, com requintes de crueldade”.
Brenda ainda contou que, mesmo o suspeito preso, a família não se sente segura.

 

Falso médico foragido foi ‘contratado’ por profissional que queria folgar nos plantões, aponta investigação

Homem que se passava por médico foi descoberto a partir de uma denúncia de negligência.

A polícia investiga um caso de exercício ilegal da medicina praticada por um homem que se passava por médico em hospitais de Independência e Crateús, no interior do Ceará.

Conforme a Secretaria da Saúde de Independência, o suspeito, Iago Oliveira de Pinho, foi “contratado” informalmente para substituir um médico profissional do Hospital Municipal Coronel João Gomes Coutinho, que não queria trabalhar nos plantões.

O falso médico é procurado pela polícia e foi descoberto a partir de uma denúncia de negligência médica feita por um paciente.

Conforme a Polícia Civil, durante as investigações sobre o caso de negligência, os agentes descobriram que Iago Oliveira de Pinho, de 28 anos, estava utilizando o nome e o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) de um médico de Fortaleza para atender de forma ilícita na cidade do interior.

O falso médico, que está foragido, é investigado pelos crimes de exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica e falsidade de documento público.

A Delegacia Municipal de Independência investiga o caso, para esclarecer o crime e capturar o suspeito.

A Secretaria da Saúde do município acrescenta que está contribuindo com a polícia para “a breve elucidação dos fatos e adoção das medidas legais e cabíveis”.

Polícia mira quadrilha que rouba remédios contra o câncer; em apenas um furto prejuízo foi de R$ 1 milhão

Agentes tentam prender os ladrões para chegar nos receptadores. Investigadores acreditam que as mercadorias, caras e sensíveis, eram enviadas a um comprador que já havia acordado com a quadrilha.

A Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) faz, na manhã desta quarta-feira (17), uma operação para prender integrantes de uma quadrilha que furta remédios usados para o tratamento do câncer. Em um dos ataques, que foi filmado, os bandidos levaram o equivalente a R$ 1 milhão em medicamentos.

Os alvos dos três mandados de prisão são: Gabriel Paiva Domingues, Diogo Soares de Sousa Bastos e Diego Almeida de Araújo. Este último foi preso na Mangueira.

“Descobrimos, durante as investigações, que essa associação criminosa já havia praticado outras duas ações no mesmo hospital. Em uma delas levaram cerca de R$ 1 milhão em medicamentos oncológicos. Em outra, a ação foi frustrada pelos seguranças e eles não conseguiram adentar o estabelecimento”, afirmou o delegado Moysés Santana, responsável pelas investigações.

A polícia tenta chegar aos receptadores. Os investigadores acreditam que as mercadorias, caras e sensíveis, eram enviadas a um comprador que já havia acordado com a quadrilha. (Veja as imagens dos crimes no vídeo abaixo).

Falsos funcionários

Uma das ações criminosas foi registrada por uma câmera de segurança do Hospital Marcos Moraes, no Méier, na Zona Norte do Rio. O crime aconteceu no dia 26 de maio do ano passado. Pouco depois das 6h30, um dos suspeitos aparece entrando num hospital. Enquanto caminhava pelo corredor, chega a cumprimentar um funcionário.

Ele para diante da sala onde ficam as geladeiras com os remédios para o tratamento do câncer. Um comparsa se aproxima. Os dois acessam o departamento e ficam andando por ali. Eles vão até a geladeira, que estava destravada, e começam a colocar os medicamentos na mochila.

Quando percebem a aproximação de um funcionário do hospital, um deles chega perto para conversar, tentando despistar a atenção do homem. O outro criminoso termina de colocar os remédios na mochila, e os dois saem. O furto deixou um prejuízo de R$ 1 milhão.

Ação com armas

Uma outra ação do bando, em novembro do ano passado e no mesmo hospital, também foi registrada por câmeras de segurança. Três bandidos entraram armados foram direto para um corredor onde ficava a geladeira com os remédios para câncer.

Eles abordam um funcionário, que é empurrado para dentro dessa sala. Lá, eles mostram as armas e começam a ameaçar outros funcionários. Os bandidos ainda recolhem os celulares dos trabalhadores.

Um dos ladrões exige que um funcionário abra a porta da sala onde ficam as geladeiras. Eles forçam a porta, mas o equipamento não abre. Eles usaram até um martelo pra quebrar o vidro, uma vez que era necessário um cartão codificado para ter acesso. Os criminosos roubaram os remédios, que tem alto valor, causando prejuízo de R$ 80 mil para a unidade de saúde.

De acordo com a polícia, os criminosos que estavam em motocicletas abandonaram alguns remédios em uma bolsa usada por uma empresa de entrega durante a fuga.

Mulher embriagada é presa por tentar roubar micro-ônibus e bater em quatro táxis na Zona Leste de SP.

Flagrante aconteceu na rua Dr. Meira Pena, em Guaianases. O veículo operava a linha 3027/10 [CPTM Guaianases/Shop. Aricanduva], da Viação Pêssego Transportes. Acusada foi autuada por furto, embriaguez ao volante e dirigir sem permissão ou habilitação.

Uma mulher de 43 anos foi presa pela Polícia Militar ao tentar roubar um micro-ônibus da Viação Pêssego Transportes, em Guaianases, na Zona Leste de São Paulo, na noite desta terça-feira (16).

Segundo os policiais, o motorista do coletivo deixou o ônibus parado, com a chave na ignição, por alguns instantes para entregar um relatório para o fiscal da linha 3027/10 [CPTM Guaianases/Shop. Aricanduva], quando a mulher assumiu a direção do veículo.

Os policiais afirmaram que Erika Samara Custodio tinha claros sinais de embriaguez, como desequilíbrio, forte odor etílico e fala pastosa.

Na tentativa de arrancar com o ônibus, ela bateu contra quatro táxis que estavam estacionados na rua Dr. Meira Pena, altura do número 161.

Imagens feitas no local mostram os taxistas visivelmente irritados com a moça, que não consegue se comunicar direito por causa do alto teor de embriaguez.

O caso foi registrado 53º Distrito Policial do Parque do Carmo, na Zona Leste, como furto, embriaguez ao volante e dirigir sem permissão ou habilitação.

Por meio de nota, a SPTrans disse que “repudia o ato criminoso e lamenta o caso que ocorreu 21h40 de terça-feira (16) na Rua Dr. Meira Pena, 161, Guaianases envolvendo o veículo de prefixo 4 7082”.

 

Mulher diz que líder espiritual preso suspeito de abusos pediu para ela tirar o sutiã: ‘eu confiei nele, achei que era certo’

Quatro novas vítimas prestaram depoimento em Socorro, no interior de SP, nesta quarta. Com isso, número de vítimas com registro formal na polícia chegou a quatorze. Suspeito negas as acusações.

Uma das mulheres que procurou a Polícia Civil para denunciar o líder espiritual Jessey Maldonado Monteiro, de 49 anos, preso suspeito de abusar de mulheres durante atendimentos “terapêuticos” em Socorro, no interior de SP, concedeu entrevista à EPTV, afiliada da Globo, nesta quarta-feira (17). Veja relato abaixo nesta reportagem.

Também nesta quarta (17), quatro novas mulheres falaram à Polícia Civil relatando situações de abusos do suspeito. Com isso, o número de vítimas que prestaram depoimento formal na delegacia chegou a quatorze.

Jessey está preso desde segunda-feira (15) e responde pelos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, curandeirismo e exercício irregular da profissão. A defesa do suspeito nega as acusações e diz que vai recorrer da prisão. Veja a nota completa do advogado no final desta reportagem.

Relato da vítima
A vítima ouvida pela EPTV relatou que conheceu o suspeito em um templo de ubanda na cidade. Como sofria de dores das costas, foi orientada a fazer uma sessão de quiropraxia com o homem ainda no terreiro espiritual. Ela fez e decidiu continuar o tratamento no consultório, que funcionava na casa dele. Foi quando, segundo ela, ocorreu o abuso.

“Quando eu cheguei ele era super simpático. Eu nunca imaginaria [o abuso] até por conta dele ser meu irmão de santo. Nunca imaginaria isso. Com a mulher dele na casa”, contou.

Ainda segundo a Vítima, Jessey deu um copo com água para ela beber e pediu para ela deitar sem roupa na maca. A polícia vai investigar se nessa água havia algum sedativo, já que as mulheres relatavam sonolência após beber o líquido.

Em seguida, ela conta que o suspeito pediu para ela tirar o sutiã. “Eu falei que não sabia se tirava o sutiã. Falei que nunca tinham me pedido isso em todas as massagens que fiz. Aí ele me convenceu. Disse que todas faziam isso, que todas as mulheres tiravam o sutiã e que ele trabalhava muito a região do peitoral porque fazia parte da massagem”, conta.

“Eu confiei nele. Achei que seria certo. Mas, no momento do toque, ali que eu estranhei porque não estava normal. Nunca tinha acontecido isso em massagem nenhuma”, relatou a vítima à reportagem.
Novas vítimas
Nesta quarta-feira (17), a delegada responsável pelo caso, Leise Silva Neves, ouviu o relato de quatro novas mulheres que fizeram denúncias contra o suspeito. Com isso, o número de vítimas que prestaram depoimento formal à polícia chegou a quatorze. Outras duas mulheres entraram em contato por telefone manifestando o interesse em denunciar.

“O depoimento dessas novas vítimas é bastante chocante, principalmente o de uma que entrou em contato com a gente depois que o caso veio a público. Ela falou que foi vítima dele no ano de 2015. Essa vítima também sofreu violência durante uma massagem, mas falou que chegou a trabalhar com ele, inclusive que ele tinha vários procedimentos inadequados com as pessoas que iam fazer radiografia no posto médico que ele atendia na época”.

A delegada ressaltou que, por se tratar de uma cidade pequena, muitas mulheres ainda sentem medo de falar sobre o caso. Ainda assim, diante da repercussão do caso, Leise acredita que devem aparecer outras vítimas. “Tem gente que sabemos que ainda está tomando coragem para vir e a gente está aqui para acolhê-las”, disse.

O suspeito
Jessey era chefe do setor de radiologia da Santa Casa de Socorro (SP), onde também teria feito vítimas. O suspeito fazia atendimentos terapêuticos diversos em um consultório na casa dele e também atuava como líder espiritual no templo de umbanda.

Se apresentando como uma pessoa “com poderes superiores”, o homem oferecia serviços como massagem, terapia de regressão, hipnose, entre outros, com a promessa de curar dores físicas e emocionais. Era assim que ele atraía as vítimas, segundo a polícia.

Grupo no whatsapp
A união de um grupo de mulheres em um aplicativo de mensagens foi fundamental para a prisão do líder espiritual Jessey Maldonado Monteiro, de 49 anos, suspeito de cometer estupros no interior de São Paulo.

De acordo com a advogada Jéssica Toledo, que acompanha o caso, a denúncia só foi formalizada depois que uma das vítimas desconfiou da conduta e resolveu conversar com outras pacientes do suspeito.

Mulheres se sentiram culpadas
Segundo a advogada, que preside a Comissão de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica e Sexual da OAB de Socorro, as vítimas não queriam acreditar que eram vítimas de abuso e levaram tempo para denunciar.

“Nas primeiras sessões elas se questionavam: será que não é algo do serviço dele que ele está fazendo? Será que eu não estou sexualizando o serviço dele?”
Durante a massagem, que seria um dos procedimentos mais indicados por Jessey, as mulheres tinham o corpo coberto por uma quantidade exagerada de óleo. Elas ainda teriam relatado que, além de convencê-las a tirar a roupa, ele também ficava semi-nu.

“Só com samba-canção. Elas ficaram tão em choque com aquilo, ‘será que isso está acontecendo mesmo?’. Teve até casos de uma mãe e uma filha que foram vítimas dele. Isso foi empoderando elas a querer falar”.

Quatro crimes
O inquérito policial contra o líder espiritual investiga se ele cometeu quatro crimes:

Estupro: pela suspeita de ter tido conjunção carnal com as vítimas mediante violência.
Violação sexual mediante fraude: pela suspeita de ter abusado sexualmente das vítimas como se fosse uma terapia.
Exercício irregular da profissão: por oferecer serviços de terapias psicológicas e quiropraxia sem a formação necessária.
Curandeirismo: pela suspeita de oferecer curas milagrosas a problemas físicos e emocionais em troca de pagamentos.
Polícia investiga participação de mãe de santo
As denunciantes relatam que chegaram a Monteiro após indicação de uma mãe de santo do centro de umbanda que frequentavam. Segundo elas, o homem também atuava no local, onde era “endeusado” e dizia ser “bruxo”. A delegada espera que a mulher se apresente para comentar o caso.

“Lá no terreiro ela fez uma reunião com as pessoas, acho que tinha uma autoridade maior ali no terreiro, falando sobre isso. Que estava tendo fofocas, que essas fofocas poderiam destruir uma família, poderiam destruir o terreiro, e quem fizesse isso [denunciasse] poderia ter uma retaliação, que não ficaria barato”, comenta.

“A gente não tem certeza se ela participou ou não, ou se ela é uma outra vítima dele, que simplesmente acreditava em tudo que ele falava. Como as vítimas mesmo falaram, ele era muito convincente”.
O que diz a Santa Casa
Em nota, a Santa Casa disse que “está totalmente surpresa com os últimos acontecimentos envolvendo o Sr. J.M.M e que não tinha qualquer conhecimento sobre os casos de abuso sexual supostamente cometidos por ele”.

A entidade ainda manifesta encarecidamente a sua solidariedade às eventuais vítimas. “No mais, se coloca inteiramente à disposição das autoridades para auxiliar no deslinde da questão, caso seja necessário”.

O que diz o templo
Os advogados do templo informaram que não tiveram acesso aos autos do inquérito policial. O espaço e seus representantes legais negam qualquer participação nos crimes que estão apurados e afirmam que se solidarizaram com as vítimas “se comprometendo a auxiliar a autoridade policial na apuração dos fatos”.

Veja nota da defesa do investigado
O advogado RICARDO RAFAEL, que patrocina a defesa do investigado informa que não se manifestará sobre o mérito do caso, uma vez que os autos se encontram em segredo de justiça, e que no momento oportuno demonstrará toda a improcedência acusatória.

A respeito da prisão preventiva decretada, a defesa informa que, respeita a decisão, mas irá recorrer, pois os argumentos utilizados não encontram respaldo legal, onde a presunção da inocência deve prevalecer, sua decretação é uma afronta aos princípios basilares do Estado Democrático de Direito, regras que regem o processo penal brasileiro.