Deputado Carlos Jordy tem arma, celulares, notebook e passaporte apreendidos em operação da PF

Arma e munição estavam legalizadas. Sobre a operação, Jordy declarou que foi vítima de uma ‘pesca probatória’ e que crê ser alvo de uma armação.

Agentes da Polícia Federal apreenderam uma pistola, carregadores, munição, telefones celulares, um notebook, R$ 1 mil em espécie e o passaporte do deputado federal Carlos Jordy (PL), alvo de buscas na 24ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada nesta quinta-feira (18).

O g1 apurou que Jordy tinha permissão para ter a pistola, mas que os mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mandavam apreender armas legalizadas ou não.

A operação da PF tem como objetivo identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

A TV Globo apurou que, segundo o inquérito, Jordy trocou mensagens com um grupo de golpistas no Rio de Janeiro e passou orientações sobre os atos antidemocráticos.

Agentes da PF cumpriram os mandados na Câmara dos Deputados e a residência do parlamentar, em Itaipu, bairro de Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

Deputado nega relação com os atos
O deputado prestou depoimento chegou no fim da manhã à sede da PF no Rio de Janeiro para depor.

Antes de ser ouvido na PF, Jordy falou à imprensa.

“Eu tenho muita tranquilidade. A não ser que estejam fazendo alguma armação para mim. E tudo me leva a crer que é isso. É uma pesca probatória com viés político”, declarou.

“Não conheço ninguém que esteve no 8 de janeiro. Eu não tenho nada que possa me incriminar. Não existem essas mensagens. Isso, nós vamos provar.”
Nas redes sociais, Jordy tinha declarado que a busca é “uma medida autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”.

“Fui acordado hoje às 6h, estava dormindo com a minha filha e a minha esposa. E fui acordado com fuzil no rosto pela Polícia Federal”, afirmou Jordy.

A PF nega que tenha acordado o deputado com ‘fuzil no rosto’.

“É inacreditável o que nós estamos vivendo. Esse mandado de busca e apreensão que foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, isso aí é a verdadeira constatação de que estamos vivendo em uma ditadura”, declarou.

Há buscas também no interior do RJ: entre os alvos, estão pessoas que montaram acampamento em frente à 2ª Companhia de Infantaria em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.

A Lesa Pátria até agora
Nas 23 fases anteriores da Lesa Pátria, segundo a PF:

Mandados de prisão preventiva: 97
Mandados de busca e apreensão: 313
Valores de bens apreendidos: R$ 11.692.820,29
Valores de veículos apreendidos: R$ 5.032.147
Valores de ônibus apreendidos: R$ 8.400.000
 

Preso por sequestro em Brás de Pina afirmou que jovem foi executado pelo tráfico, diz polícia

Paulo Victor Vieira de Souza, de 16 anos, é uma das três pessoas sequestradas na Favela do Quitungo, em Brás de Pina. Ele foi levado no domingo (14) quando soltava pipas com amigos perto da estação de trem. Um dos sequestradores foi preso nesta quinta-feira (18).

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou nesta quinta-feira (18) que um dos sequestradores do jovem Paulo Victor Vieira de Souza, de 16 anos, confirmou que ele foi executado por traficantes da Favela do Quitungo, em Brás de Pina. Ele é uma das três pessoas sequestradas recentemente por criminosos da região.

Lucas Bianchini Nunes Borges, conhecido como Gaguinho da Bento, de 27 anos, foi preso nesta quinta. Segundo as investigações, ele pilotava uma das motos (de cor azul) que aparecem nas imagens de câmera de segurança que flagraram o sequestro de Paulo Victor.

Apontado como rival
Após ser levado para a delegacia, Gaguinho permaneceu em silêncio durante o interrogatório feito no local. Contudo, em um relato informal, ele confessou aos policiais que o adolescente foi levado até traficantes do Comando Vermelho (CV), no Complexo da Penha, e lá foi executado.

O motivo seria uma suposta ligação de Paulo Victor com a facção rival, o Terceiro Comando Puro (TCP).

O TCP comanda o tráfico de drogas nas comunidades Cidade Alta, Parada de Lucas e Vigário Geral, onde o adolescente morava. Fotos de redes sociais mostram Paulo Victor em posse de um fuzil, e fazendo um gesto que, segundo os investigadores, remeteria à facção.

A família de Paulo Victor nega que ele tivesse envolvimento com o tráfico.

Outros sequestros
Na terça-feira (16), a polícia identificou o corpo de Wagner Santana Vieira, de 36 anos, que tinha sido levado na rua Guaíba, no dia 8 de janeiro.

Wagner era morador de São Conrado, na Zona Sul, e tinha ido visitar parentes em Brás de Pina. A polícia afirma que traficantes viram no celular dele fotos com pessoas ligadas a facções rivais.

A terceira pessoa sequestrada é o entregador Wagner Motta Neves, de 33 anos. Segundo testemunhas, no último dia 4, ele foi rendido por traficantes na rua Guaporé, durante o trabalho.

Segundo a polícia, o mandante de todos os sequestros seria Thiago do Nascimento Mendes, o Belão, chefe do tráfico de drogas na Favela do Quitungo. Ele já é procurado pela polícia por homicídio e por tentativa de homicídio.

 

Jovem é preso por forjar o próprio sequestro; ele queria cobrir prejuízo com ‘bets’ com o resgate

Dayverd trabalha como vendedor de automóveis na loja do sogro, em Ramos, e tinha acesso à conta da empresa. Ele desviou dinheiro para jogar em sites e em aplicativos de apostas esportivas e perdeu R$ 40 mil.

A Polícia Civil do RJ prendeu na madrugada desta quarta-feira (17) um homem por forjar o próprio sequestro. Segundo a Delegacia Antissequestro (DAS), Dayverd da Silva, de 25 anos, confessou aos agentes que tentou enganar os parentes para conseguir R$ 40 mil a fim de quitar dívidas em apostas esportivas.

Dayverd trabalha como vendedor de automóveis na loja do sogro, em Ramos, e tinha acesso à conta da empresa — de onde, segundo as investigações, desviou dinheiro para jogar em sites e em aplicativos de “bets”.

Ainda de acordo com a polícia, o jovem decidiu fingir ter sido sequestrado para, com o dinheiro do resgate, cobrir o prejuízo. Na delegacia, Deyverd contou que chegou a pagar R$ 100 a um homem em situação de rua para que ele batesse nele com uma vara de goiabeira. A chave Pix desse homem foi informada para o resgate.

Em seguida, Deyverd foi para um local ermo entre o Complexo do Alemão e o Morro do Sapo e de lá enviou fotos para os parentes mostrando os machucados e uma simulação de que estaria amordaçado.

Inicialmente, ele pediu um resgate de R$ 100 mil para a prima da esposa. Diante da demora em realizar o pagamento, ele mandou uma outra mensagem, agora exigindo R$ 40 mil. Deyverd relatou aos policiais que, mesmo com a redução, nada foi depositado, e então avisou aos parentes que conseguiu “uma liberação do chefe dos sequestradores”.

Deyverd foi até a loja do sogro e levado para a DAS a fim de prestar depoimento. Na delegacia, o rapaz resolveu contar a verdade para a família e assumiu que forjou o sequestro. Ele foi autuado em flagrante pelo crime de estelionato, sem direito a fiança.

 

Vereador de Maricá é investigado por preconceito religioso

A Polícia Civil apura vídeos postados pelo parlamentar em redes sociais. Vereadores pedem cassação de Ricardinho Netuno.

A Polícia Civil investiga o vereador Ricardinho Netuno (Republicanos) por causa de um vídeo postado em uma rede social nesta quarta-feira (17). A principal suspeita é de crime de preconceito religioso.

No vídeo, o parlamentar diz que a prefeitura de Maricá, através da Secretaria de Cultura, está ensinando “macumba” para crianças da rede municipal. Depois, ele chama bonecas africanas, produzidas em uma oficina de arte, de vudus.

O vídeo também mostra uma aula de dança para crianças e finaliza com a mensagem “Quando seu filho for possuído, você saberá de quem é a culpa”.

Em 2023, vereadores já tinham pedido a cassação de Ricardinho sob acusação de que ele teria incentivado os atos de 8 de janeiro em Brasília.

Vereadores de Maricá entraram em contato com o Conselho Tutelar, já que as imagens mostram crianças. Eles informaram ainda que vão entrar com novo pedido de cassação contra Ricardinho Netuno.

Em nota, a prefeitura repudiou as atitudes e reforçou que respeita todas as religiões.

“Cabe ressaltar que o ensino da história e da cultura afro-brasileira é obrigatório por lei desde 2003 e está inserido na temática curricular nas escolas de ensino médio e fundamental para garantir a valorização da cultura brasileira”, afirma o posicionamento.

 

Quem é Carlos Jordy, deputado federal alvo de buscas da PF na Operação Lesa Pátria

Em sua biografia, Jordy informa ter sido garçom e atendente em restaurantes em Balneário Camboriú (SC) e funcionário público em São Gonçalo. Antes de representar o Rio de Janeiro em Brasília, Jordy foi vereador de Niterói entre 2017 e 2019.

Carlos Jordy (PL), líder da oposição na Câmara dos Deputados, é alvo nesta quinta-feira (18) de buscas pela Polícia Federal (PF) na 24ª fase da Operação Lesa Pátria, sobre os atos antidemocráticos. O Blog da Camila Bomfim apurou que trocas de mensagens entre o parlamentar bolsonarista e golpistas motivaram os mandados.

Carlos Roberto Coelho de Mattos Júnior nasceu em 8 de fevereiro de 1982 em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e está no 2º mandato como deputado federal, tendo recebido 114 mil votos em 2022.

Em sua biografia, Jordy informa ter sido garçom e atendente em restaurantes em Balneário Camboriú (SC) — o Didge Australian e o Guacamole — e funcionário público em São Gonçalo.

Antes de representar o Rio de Janeiro em Brasília, Jordy foi vereador de Niterói entre 2017 e 2019. Ele é pré-candidato à prefeitura da cidade natal nas eleições deste ano.

Condenação
Em agosto de 2021, Jordy foi condenado pela Justiça do Rio a pagar R$ 35 mil ao youtuber Felipe Neto, após associar o influenciador ao massacre que aconteceu em uma escola pública de Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, em 2019.

“Quando digo que pais não devem deixar os filhos assistirem aos vídeos do Felipe Neto, não é brincadeira. Em 2016, ele fez vídeo ensinando a entrarem em sites da deepweb. Agora descobriram que os assassinos de Suzano pegaram as informações para o massacre num dos sites após assistirem ao vídeo”, publicou Jordy em abril de 2019, no Twitter.

Confusão com assessor

Em outubro do ano passado, um assessor de Jordy se envolveu em uma confusão com parlamentares da CPI dos Atos Golpistas após a aprovação do relatório final da comissão.

Deputados e senadores governistas estavam no Salão Azul, do Senado Federal, caminhavam em direção à Praça dos Três Poderes, em um ato simbólico em defesa da democracia.

Durante o ato, Rodrigo Duarte Bastos estava no meio dos parlamentares e gritava palavras de ordem contra o grupo Hamas. Ele filmava a ação com um celular, quando o deputado Rogério Correia (PT-MG) deu um tapa na sua mão.

O celular, então, caiu na cabeça da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Acusado de agressão pelos presentes, o assessor correu para o Anexo II da Câmara dos Deputados, prédio que fica ao lado do Senado, mas separado por salão e um corredor.

Logo após o tumulto, Carlos Jordy afirmou que exoneraria o assessor, que ocupa desde 2021 o cargo de secretário parlamentar. Na ocasião, o deputado disse que a conduta do funcionário foi “incompatível” com o cargo.

No entanto, dias depois, o deputado recuou e disse, em nota, ter analisado imagens da confusão e concluído que não houve agressão por parte do servidor.

 

Polícia prende suspeito de envolvimento no desaparecimento de adolescente no Quitungo; outros foram identificados

Jovem de 16 anos soltava pipa quando foi levado por criminosos no domingo (14). Mãe diz que ele não tem envolvimento com o crime.

A polícia prendeu, nesta quarta-feira (17), um dos suspeitos de envolvimento no sequestro de Paulo Victor Vieira de Souza, de 16 anos. O adolescente é uma das três pessoas sequestradas na Favela do Quitungo, em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio, nos últimos dias. Ele foi levado no domingo (14) quando soltava pipas com amigos perto da estação de trem.

O preso é Lucas Bianchini Nunes Borges, de 27 anos. Conhecido como Gaguinho da Bento, ele pilotava uma das motos (a de cor azul) que aparecem nas imagens de câmera de segurança que flagraram toda a ação.

Policiais do 16º BPM (Olaria) receberam informação do Disque Denúncia e localizaram o suspeito na laje do prédio onde mora, na Rua Bento Cardoso, numa localidade conhecida Guaporé, próximo ao Quitungo. Em outro endereço, os policiais encontraram a arma usada no sequestro e drogas.

Na delegacia, a mãe de Paulo de Victor disse que ele não tem envolvimento com a criminalidade.

“Meu filho apanhou, foi jogado escada abaixo, botaram na moto e levaram meu filho. Vai na escola e pergunta para o diretor. Não vem dizer que meu filho é bandido, não vem dizer que ele fez gesto, que eu nem sei como é que é isso, não vem dizer que botou bandeira nenhuma, meu filho é da paz. Meu filho não merece isso”, disse a costureira Célia Oliveira.

O delegado Flavio Rodrigues, titular da 38ª DP (Brás de Pina), que coordena as investigações, autuou Lucas em flagrante pelo crime de sequestro, já que até agora o adolescente não foi encontrado.

Na noite de terça (16), a polícia identificou o corpo de um dos três sequestrados. Wagner Santana Vieira, de 36 anos, foi levado na Rua Guaíba, quando estava a caminho da casa de parentes.

Guerra entre facções
De acordo com a polícia, a suspeita é que traficantes do Comando Vermelho sejam os mandantes dos sequestros por conta de disputas com o Terceiro Comando Puro.

“Tudo leva a crer que foram todas elas ações orquestradas pelos traficantes do Comando Vermelho, aqui do complexo da Penha, em decorrência de um acerto de contas com pessoas com algum vínculo com facções rivais. Mas isso precisa ser comprovado por outros elementos de prova, os quais nós vamos buscar agora nos próximos dias”, disse o delegado.

Nesta quinta-feira (18), a polícia faz uma operação na Favela do Quitungo. Até a publicação desta reportagem não havia balanço da ação.

Quatro suspeitos identificados
Quatro envolvidos no sequestro do adolescente já foram identificados, segundo a Polícia Civil. Na garupa de Gaguinho da Bento estava um criminoso conhecido como Renatin. É ele que rende o menor.

Na moto que levou Paulo Victor estavam o piloto, identificado como Novinho, de camisa amarela, e João Victor Silva, de 18 anos. Ele sobe as escadas da estação armado, rende e pega o jovem pela camisa e o coloca em cima da moto.

Na fuga, João Victor chega a apontar a pistola para o alto e dispara um tiro.

Segundo a polícia, da estação de trem, o menor foi levado de moto para o Complexo da Penha. Lá ele teria sido entregue a Thiago do Nascimento Mendes, o Belão, chefe do tráfico do Quitungo, mas que vive escondido na região, considerada um dos principais redutos do CV. Contra Belão existem dois mandados de prisão.

 

Polícia prende suspeito de matar o galerista Brent Sikkema

Cubano foi encontrado em Uberaba (MG) e foi levado para delegacia, onde permaneceu em silêncio. O RJ2 teve acesso a imagens que indicam que o crime foi premeditado.

A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (18) um homem de 30 anos suspeito de matar o galerista Brent Sikkema. Ele foi encontrado fugindo na BR-050, nesta madrugada, em Uberaba (MG).

Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), com o apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil de São Paulo, cumpriram o mandado de prisão temporária contra o cubano Alejandro Triana Trevez. Ele foi levado para delegacia, onde permaneceu em silêncio.

O suspeito foi identificado após análise de imagens de câmera de segurança e coleta de informações. Segundo a polícia, foi feito um intenso trabalho de inteligência e monitoramento.

Segundo a polícia, após o crime, Alejandro fugiu para São Paulo, onde vinha sendo monitorado, e de lá seguiu para Minas Gerais, onde foi encontrado com US$ 3 mil que seriam do galerista.

A BR-050 liga SP a Brasília, passando pelo Triângulo Mineiro. A polícia acredita que o cubano tentava alcançar a fronteira passando por Mato Grosso.

O galerista foi encontrado morto na segunda-feira (15) dentro de sua casa, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O corpo tinha marcas de uma perfuração por arma branca, de acordo com a perícia.

A principal linha de investigação da DHC é que Brent tenha sido vítima de um latrocínio — roubo seguido de morte.

Crime premeditado

Novas imagens da empresa de segurança Gabriel, obtidas com exclusividade pelo RJ2, indicam que o norte-americano foi vítima de crime premeditado.

As câmeras de segurança mostram que o motorista de um carro vigiou a casa do galerista durante 14 horas.

A cronologia

Às 14h20 do último sábado (14), o carro vira à esquerda e entra na região onde o galerista morava. Dois minutos depois, estaciona a poucos metros da casa.

Em pouco tempo, o motorista decide sair com o carro. Instantes depois, volta a estacionar em outro ponto da mesma rua. Segundo a empresa de vigilância Gabriel, eram 14h26 e o veículo ficou estacionado até as 16h53.

Enquanto o carro está parado, Brent Síkkema aparece. Ele atravessa a rua às 16h36, de camiseta, bermuda e chinelo, carregando uma sacola.

A outra câmera mostra o momento em que ele abre a porta e entra em casa, de onde não vai mais sair.

Suspeita de mais gente no carro

Durante as 2 horas e 27 minutos em que o carro ficou parado ali perto, um instante chamou atenção: no banco de trás surge um brilho, que parece uma tela de celular, indicando que talvez o motorista não fosse o único ocupante do carro.

Às 14h54, o carro se movimenta alguns metros, encontrando uma vaga ainda mais próxima da casa do galerista.

Ali, a espera vai ser ainda mais longa. O sol se põe, e só às 22h42 de sábado, o motorista deixa o carro pela primeira vez.

Ele caminha pelas ruas do Jardim Botânico e toma o cuidado de abaixar a cabeça quando percebe a presença de câmeras de segurança.

14 minutos dentro da casa
Dez minutos depois, o homem de boné volta para o carro e só sai novamente às 3h43, já na madrugada de sábado para domingo. O homem atravessa a rua e entra na casa de Síkemma, onde fica por 14 minutos.

Ao sair, às 3h57, o homem tira um par de luvas que usava e volta para o carro, onde passou 14 horas vigiando a casa antes de entrar.

Brent Sikkema, de 75 anos, era sócio de uma galeria de arte renomada no bairro de Chelsea, em Nova York.

Os vizinhos descrevem Brent como uma pessoa discreta e contam que quase não conversavam com ele. Ele era dono da galeria de arte contemporânea Sikkema Jenkins & Co. O local foi fundado em 1991 por ele com o nome de Wooster Gardens.

Sikkema começou a trabalhar com arte em 1971 e abriu a primeira galeria em 1976, na cidade de Boston.

Ele era casado e deixa um filho de 12 anos. O marido foi comunicado da morte e não deve vir ao Brasil.

Apaixonado pelo Brasil
Brent não falava português, mas segundo amigos se sentia acolhido no Brasil e vinha ao país para as festas de fim de ano e carnaval.

Artistas brasileiros que já trabalharam com Brent lamentaram sua morte.

“Brent foi meu galerista durante três décadas e um amigo por mais tempo que isso. Eu devo uma lealdade incrível ao profissional que ele foi por ser uma das primeiras galerias a ter um contingente de artistas que era metade branco, metade negro, metade mulher, metade homem”, destacou o artista visual Vik Muniz.

“Ele era um apaixonado pela arte brasileira, com um senso de humor maravilhoso, uma pessoa alegre”, afirma o artista visual Luiz Zerbini.

Deputado Carlos Jordy é alvo de buscas na Câmara na Operação Lesa Pátria

Nas redes sociais, Jordy declarou que a busca é ‘uma medida autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal’.

O deputado federal Carlos Jordy (PL) é alvo de buscas na 24ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada nesta quinta-feira (18) pela Polícia Federal (PF), com o objetivo de identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

A TV Globo apurou que, segundo o inquérito, Jordy trocou mensagens com um grupo de golpistas no Rio de Janeiro e passou orientações sobre os atos antidemocráticos.

Agentes da PF foram até a Câmara dos Deputados e a residência do parlamentar para cumprir mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jordy. Na casa dele, a PF apreendeu uma arma e R$ 1 mil.

Há buscas também no interior do RJ: entre os alvos, estão pessoas que montaram acampamento em frente à 2ª Companhia de Infantaria em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.

Nas redes sociais, Jordy declarou que a busca é “uma medida autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”.

“Fui acordado hoje às 6h, estava dormindo com a minha filha e a minha esposa. E fui acordado com fuzil no rosto pela Polícia Federal”, afirmou Jordy. O g1 entrou em contato e aguarda retorno da PF.

“É inacreditável o que nós estamos vivendo. Esse mandado de busca e apreensão que foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, isso aí é a verdadeira constatação de que estamos vivendo em uma ditadura”, declarou.

Os crimes que envolvem o cumprimento dos mandados de busca e apreensão são abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime.

“Eu, em momento algum do 8 de janeiro, eu incitei, falei para as pessoas que aquilo ali era correto. Pelo contrário. Em momento algum eu estive nos quartéis-generais quando estavam acontecendo todos aqueles acampamentos. Nunca apoiei nenhum tipo de ato, tanto anterior ou depois no 8 de janeiro. Embora as pessoas tivessem todo o seu direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito”, emendou Jordy.

O deputado foi intimado a depor e informou que vai à sede da PF no Rio às 11h.

A Lesa Pátria até agora
Nas 23 fases anteriores da Lesa Pátria, segundo a PF:

Mandados de prisão preventiva: 97
Mandados de busca e apreensão: 313
Valores de bens apreendidos: R$ 11.692.820,29
Valores de veículos apreendidos: R$ 5.032.147
Valores de ônibus apreendidos: R$ 8.400.000
 

Campeã do BBB 11, Maria Melilo denuncia por agressão física o namorado comediante: ‘Chutes, socos e ciúmes’

Justiça concedeu medida protetiva contra Luiz França, que está impedido de ter contato e frequentar os mesmos lugares que a atriz. Ela declarou estar ferida com um corte no antebraço e hematomas nas pernas.

A campeã do BBB 11, Maria Melilo, denunciou o namorado, o comediante Luiz França, por violência doméstica e lesão corporal. No último sábado (13), ela compareceu a uma delegacia na cidade de São Paulo e disse que o suspeito a agrediu com socos e chutes.

O g1 entrou em contato com Luiz, que disse que vai se pronunciar “somente na hora certa” e que seus advogados estão tomando “as medidas cabíveis”. Em um vídeo no Instagram, ele afirmou que seu “lado da história ainda não foi exposto nem será agora, por respeito ao meu lado psicológico e da pessoa envolvida. Estamos muito abalados”.

“Queria que vocês entendessem que, no momento certo, também mostrarei fotos, vídeos, e vocês saberão das testemunhas e terão a verdade dos fatos. Tudo isso está sendo mostrado às autoridades competentes, delegacia, justiça. O momento é de resguardo emocional e apuração dos fatos. Gostaria que todos pudessem ter empatia com os envolvidos”, completou.

À Polícia Civil, Maria disse que se relaciona com Luiz há cerca de dois anos e meio e que, no decorrer do relacionamento, o comediante passou a demonstrar sinais de ciúme e agressividade.
Segundo ela, devido ao consumo abusivo de álcool, Luiz perde o controle e passa a agir de maneira abusiva, seja por meio de xingamentos ou agressões;
Ela relatou que, na tarde de sábado (13), durante um evento na casa do comediante, foi agredida com chutes, socos e arremesso de objetos devido a uma crise de ciúmes;
Ela contou que chegou a ser impedida de usar o celular e que “conseguiu escapar, saiu correndo em direção à cozinha, onde conseguiu pegar uma faca” a fim de se defender;
Maria diz que não chegou a utilizar a faca contra Luiz;
Depois, conseguiu recuperar o celular e deixou a casa do namorado.
Ela declarou estar ferida, com um corte no antebraço e hematomas nas pernas. A atriz afirmou que foi agredida por Luiz ao menos outras três vezes, mas preferiu não registrar boletim de ocorrência por receio de ter a intimidade exposta.

Medida protetiva
Maria Melilo solicitou, e a Justiça de São Paulo concedeu medida protetiva de urgência contra Luiz com base na Lei Maria da Penha.

A juíza apontou que as alegações da vítima, “no sentido de que foi alvo de perseguição e injúria”, foram suficientes para conceder a medida, que impôs as seguintes regras ao suspeito:

Proibição de se aproximar a menos de 300 metros da vítima e seus familiares e de eventuais testemunhas;
Proibição de manter qualquer tipo de contato, por qualquer meio de comunicação e mesmo por intermédio de terceiros, com a vítima, seus familiares e eventuais testemunhas;
Proibição de frequentar os mesmos lugares que a vítima, mesmo que tenha chegado anteriormente ao local.

Acusados de assassinar PM aposentado que varria a rua irão responder por homicídio com ‘meio cruel’; entenda

Morte ocorreu em 8 de setembro de 2023. Gerson Antunes Lima foi alvejado em frente à casa onde vivia em São Vicente (SP).

Três homens apontados como os responsáveis pela morte do sargento aposentado Gerson Antunes Lima, em setembro de 2023, em São Vicente, no litoral de São Paulo, responderão por homicídio com meio cruel. Um quarto homem, que também estaria envolvido no crime, foi morto durante uma tentativa de abordagem policial em outubro do ano passado (veja mais abaixo).

O assassinato do sargento aconteceu na Rua Juarez Távora, na Cidade Náutica, no dia 8 de setembro de 2023. Na ocasião, Gerson foi abordado pelos suspeitos enquanto varria a rua. Segundo a PM, ele chegou a ser socorrido no pronto-socorro do Hospital do Vicentino, no bairro Vila São Jorge, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

A denúncia contra os suspeitos foi oferecida por Manoel Torralbo Gimenez Júnior, promotor do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Ela foi aceita pela Justiça na última terça-feira (16). Também a pedido do MPSP, todos os réus tiveram prisão preventiva decretada.

‘Meio cruel’
O promotor avaliou que os acusados já eram envolvidos com a criminalidade e resolveram matar o aposentado por ele ter exercido a função de agente de segurança. Na data do crime, o suspeito de 18 anos desceu da motocicleta e atirou várias vezes contra Gerson usando uma pistola semiautomática.

Os réus vão responder por homicídio com quatro qualificadoras: meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa, contra agente de segurança e uso de arma de fogo de uso restrito.

Acusados
Kevin Morais Cambui de Macedo, na época com 18 anos, foi preso em setembro de 2023, 17 dias após o crime, suspeito de atirar e matar o sargento aposentado.

Já em 23 de outubro, Giovanni Noha da Silva Rodrigues, à época com 20 anos, foi morto em São Vicente após atirar contra policiais do Comando de Operações Especiais (COE), durante uma tentativa de abordagem.

Em 20 de novembro, Edson Pereira dos Santos Reis, de 30 anos, apontado como outro envolvido, foi preso durante patrulhamento de rotina no Centro de São Vicente. Ele foi abordado por policiais militares na Rua Jacob Emerick e, ao notar a presença da equipe, demonstrou nervosismo e foi abordado.

No último dia 2, o suspeito Gabriel Antuniolo, de 19 anos, foi preso após confessar participação no crime. A prisão ocorreu durante operação do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) no Dique das Caixetas, no bairro Jóquei Clube.

Sargento
A Polícia Militar informou que Gerson estava inativo desde 2019. Segundo a corporação, a última unidade em que Gerson atuou foi na 1ª Companhia do 45º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I).

Por meio de nota, a corporação lamentou a morte de mais um “companheiro de farda” na Baixada Santista. Segundo a corporação, Gerson é o oitavo policial militar morto na região desde janeiro de 2023, sendo sete inativos.

Ainda não foram divulgadas informações sobre um possível julgamento. O g1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) para mais detalhes e aguarda retorno. A reportagem também tenta localizar a defesa dos réus.