DOEPE 23/07/2015 - Pág. 14 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
14 – Ano XCII • N0 136
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 23 de julho de 2015
PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL
IPA distribui semente da palma
forrageira resistente a praga
Thais de Paula/Kátia Pinto
O plantio da palma é uma das principais alternativas para
a alimentação e suplementação de água de bovinos,
caprinos e ovinos, em regiões do semiárido.
Nordeste brasileiro é a região onde se concentra a
maior área de cultivo de
palma forrageira do mundo, com mais de 600 mil hectares cultivados, sendo os maiores produtores
Pernambuco, Alagoas, Bahia, Paraíba
e Sergipe.
Dentro deste cenário, a Secretaria de
Agricultura - SARA possui o Programa
de Revitalização da Cultura da Palma
Forrageira Resistente à cochonilha do
carmim desde 2008. O programa,
executado pelo Instituto Agronômico
de Pernambuco - IPA, distribuiu 9.278
milheiros de palma aos agricultores familiares, apenas no primeiro semestre
deste ano.
“Nós estamos revitalizando essa
cultura no Estado para o suporte forrageiro e produção sustentável, que
também ajudará na recomposição da
bacia leiteira. Além da distribuição da
raquete também garantimos a assistência técnica para o plantio e manejo”,
explicou o secretário Nilton Mota.
Os Estados de Pernambuco e Paraíba, na última década, foram atingidos
pelo ataque da cochonilha-do-carmim,
o que acarretou em uma diminuição do
seu cultivo. Com isso, o IPA selecionou e vem distribuindo três variedades
de semente da palma resistente à praga, que são: Miúda (IPA 100004), Sertânia (IPA 200205) e Orelha de Elefante Mexicana (IPA 200016).
De 2008 a 2015, o IPA distribuiu
54.811 milheiros de semente de palma,
sendo 27.091 da Miúda, 2.815 da
Sertânia e 24.905 da Mexicana. Neste
primeiro semestre de 2015 foram
distribuídos 1.515 milheiros da Miúda,
550 milheiros da Sertânia e 7.213
milheiros da Mexicana. O investimento somou R$ 1.980.685,00.
O pesquisador do IPA, Djalma
Cordeiro, explica que a adaptação da
palma ao clima semiárido do Nordeste
O
FOTO: DIVULGAÇÃO/IPA
O PROGRAMA de Revitalização
da Cultura da Palma Forrageira
executado pelo IPA já distribuiu
9.278 milheiros de palma aos
agricultores familiares apenas no
primeiro semestre deste ano
se deve, principalmente, às suas características morfofisiológicas. A palma é uma cactácea que apresenta metabolismo fotossintético MAC (Metabolismo Ácido das Crassuláceas), que
fixa o carbono, ou seja, garante maior
eficiência no uso da água, quando
comparado à outras forrageiras como
as gramíneas e leguminosas.
“O programa está cumprindo a
grande missão de promover, de forma
gradativa, a substituição da palma
tradicional suscetível à cochonilha-docarmim por três variedades que resistem a essa praga. Além da grande
importância estratégica para a alimentação animal e da atividade econômica para aqueles que cultivam essa
cactácea para comercialização”,
avaliou Djalma.
UTILIZAÇÃO - A palma é um alimento de alto valor energético, comparando-se a silagem de milho, e possui
0,8% de proteína. No México, ela é
usada para consumo humano, como
verdura, fruta, tratamentos medicinais
e cosméticos. Em países como Argentina, Chile e Itália, é consumida como fruta. Na África, a cactácea tam-
bém é utilizada para forragem.
No Brasil, a palma forrageira foi introduzida no século 18, com o intuito
da produção de corante carmim. Sem
sucesso, passou a ser uma planta
ornamental. Contudo, no início do século 20, sua vocação forrageira foi
descoberta pelos produtores do município da Pedra. Na década de 50, iniciaram os estudos de caráter mais aprofundados sobre a espécie. Entre os
anos de 1979 e 1983, ocorreu uma estiagem prolongada no Nordeste brasileiro, o que fez a palma ganhar de vez
seu espaço no cenário do semiárido.