DOEPE 26/04/2016 - Pág. 45 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
Recife, 26 de abril de 2016
Diário Oficial do Estado de Pernambuco - Poder Executivo
Ano XCIII • NÀ 74 - 45
Companhia Petroquímica de Pernambuco
CNPJ - 07.986.997/0001-40 - Empresa do Sistema Petrobras
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO – 2015
Senhores Acionistas, A Administração da Companhia Petroquímica de Pernambuco - PetroquímicaSuape submete à sua apreciação o presente Relatório da Administração e as Demonstrações Contábeis do exercício de 2015 e suas notas explicativas, acompanhadas do Relatório dos Auditores
Independentes.
1. Mensagem da Administração
A PetroquímicaSuape é a única produtora de PTA na América do Sul, com capacidade nominal de produção
de 640 mil toneladas/ano. Sua planta industrial está localizada no Complexo Portuário-Industrial de Suape
e faz parte, juntamente com a Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (CITEPE), do Complexo Petroquímico de Suape, em Ipojuca PE. O consumo nacional de PTA, da ordem de 560 mil toneladas/ano (kta), é
majoritariamente destinado à produção de PET, cujos produtores são a CITEPE e a M&G, sendo a principal
matéria prima de ambas.
A CITEPE tem avançado, de forma consistente, em suas vendas de resina PET nos mercados doméstico e
de exportação, com a consequente elevação da demanda de PTA. Principalmente devido a este crescimento
nas vendas à CITEPE, a PetroquímicaSuape comercializou 16% a mais de PTA em 2015 do que em 2014.
Apesar do incremento nas vendas a PetroquímicaSuape ainda supre apenas 59% do consumo nacional. Um
importante volume de PTA no mercado doméstico é suprido por importações, função de um acordo de preferência tarifária do Brasil com o México, que concede 100% de isenção do imposto de importação para o produto.
A Administração tem se posicionado contrariamente à manutenção da referida isenção, haja vista que as
FRQGLo}HVSUHWpULWDVTXHMXVWL¿FDYDPWDOEHQHItFLRQmRPDLVH[LVWHPHSUHMXGLFDPVREUHPDQHLUDDSURGXomR
LQWHUQDFRPWRGRVRVUHÀH[RVQDHFRQRPLDORFDOHQDFLRQDO6HQGRDVVLPD&RPSDQKLDWHPEXVFDGRDSRLR
em diversas instâncias da Controladora e do Governo Federal para tentar reverter a situação atual.
As boas perspectivas de crescimento das vendas do PET pela CITEPE devem promover melhores resultados
QRVSUy[LPRVDQRVXPDYH]TXHVLJQL¿FDPPDLRUHVFDUJDVRSHUDFLRQDLVFRPDFRQVHTXHQWHPHOKRULDGRV
tQGLFHVGHFRQYHUVmRGHPDWpULDVSULPDVHGHH¿FLrQFLDHQHUJpWLFD
$REWHQomRGDVFHUWL¿FDo}HV,62H,62HPTXHJDUDQWHPDVERDVSUiWLFDVGHTXDOLGDGH
do nosso Sistema de Gestão Integrado e o compromisso da Companhia com o meio ambiente, foi um importante passo na direção do fortalecimento da marca PQS.
A baixa carga operacional da planta de PTA (em 2015 o índice médio de utilização foi de 62 %) é o principal
fator a prejudicar o desempenho do processo produtivo. Também tem papel relevante nos resultados adverVRVDFRQ¿DELOLGDGHRSHUDFLRQDOGDSODQWDDLQGDLQVDWLVIDWyULDHQHVWHWHPDPXLWRVHWHPIHLWRSDUDDPHOKR
ria da performance da unidade de produção de PTA. Há uma série de ações em curso para esta melhoria,
GHVWDFDQGRVHDLPSOHPHQWDomRGR&RPLWrGH&RQ¿DELOLGDGH±TXHQRUWHLDHGHOLEHUDVREUHGLYHUVDVDo}HV
GHRWLPL]DomRLQWHQVL¿FDomRGHWUHLQDPHQWRGRTXDGURIXQFLRQDOHLQYHVWLPHQWRVSDUDDGHTXDomRGDVVXDV
instalações, entre outros temas.
Neste caminho, a PetroquímicaSuape investiu em 2015 cerca de R$ 10 milhões na melhoria e manutenção
dos seus ativos, garantindo a continuidade operacional da planta e otimizando os processos produtivos. Os
investimentos na PetroquímicaSuape são sempre priorizados tomando em conta os projetos que envolvam
UHTXLVLWRVGH606DWHQGLPHQWRDUHTXLVLWRVOHJDLVHUHWRUQR¿QDQFHLURDRQHJyFLR
Em relação à segurança do trabalho, a Taxa de Ocorrências Registráveis (TOR) - acidentes com e sem
DIDVWDPHQWR±TXHFRQWDELOL]DRFRUUrQFLDVFRPHPSUHJDGRVSUySULRVHWHUFHLURVIRLGHDFLGHQWHVSRU
milhão de horas trabalhadas, o melhor resultado histórico da PetroquímicaSuape. Este resultado se torna
mais emblemático quando comparado com os valores registrados nos anos anteriores (16,8 em 2013 e 21,0
em 2014). O caminho para a redução cada vez maior destas ocorrências está pavimentado na consolidação
da cultura de seus empregados e colaboradores, que tem como valor primeiro as questões de SMS.
Em alinhamento com as práticas da Acionista controladora foram implementadas políticas anticorrupção na
PetroquímicaSuape. Em 2015, não se registrou nenhuma denúncia relacionada a desvios do código de conduta empresarial na Companhia. Já em relação à Operação Lava Jato (OLJ), a Companhia considerou todas
DVLQIRUPDo}HVGLVSRQtYHLVQmRWHQGRLGHQWL¿FDGRQHQKXPDLQIRUPDomRDGLFLRQDOTXHLPSDFWDVVHDPHWR
dologia de cálculo adotada em 2014 e, consequentemente, o registro contábil de baixas complementares.
$ UHFHLWD OtTXLGD GD 3HWURTXtPLFD6XDSH IRL VXSHULRU j UHJLVWUDGD HP UHÀHWLQGR R DXPHQWR GDV
vendas para a CITEPE. O Ebitda ajustado atingiu R$ 65 milhões negativos, uma melhoria de 66% em relação
DRDQRDQWHULRU(VWDPHOKRULDGHYHVHDRDXPHQWRGDVDWLYLGDGHVGD&RPSDQKLDHDRVJDQKRVGHH¿FLrQFLD
alcançados em 2015.
O prejuízo líquido (R$ -808 milhões) foi 35% menor que o registrado em 2014 (R$ -1.250 milhões), devido,
principalmente, à melhoria no Ebitda e à redução dos gastos com depreciação (consequência da baixa por
impairment em 2014, que readequou este gasto em 2015). Além disso, cabe destacar, que mesmo com a
necessidade de um reconhecimento adicional de baixa por impairment em 2015, este valor foi 39% menor
que o reconhecido em 2014, contribuindo para um resultado líquido melhor em 2015, relativamente a 2014.
2. DESEMPENHO
2.1. Comercial
Segundo levantamentos internos, o consumo brasileiro de PTA em 2015 atingiu o montante de 558 mil toneladas, 15% superior ao consumo apontado no ano anterior. Em 2015, a importação brasileira de PTA caiu
cerca de 22% em volume, comparativamente a 2014. A PetroquímicaSuape comercializou o montante de 405
mil toneladas de PTA durante o ano de 2015, volume 16% superior ao apontado em 2014. Destaca-se ainda,
um volume representativo de exportações, que responderam por 17% de todo o volume comercializado em
2015, tendo a Argentina como principal destino.
Vendas de PTA por Mercado - PetroquímicaSuape
Mercado Interno
Mercado Externo
Volume (kt)
335
70
405
2015
%
83
17
¨
55
-47
16
Volume (kt)
216
133
349
2014
%
62
38
2.2. Industrial
O desempenho operacional da planta melhorou em 2015, relativamente a 2014, embora os principais índices que
avaliam a performance dos processos de produção (índices de conversão de matérias primas, insumos e enerJLD WHQKDPDSUHVHQWDGRRVFLODo}HVDRORQJRGRDQRUHÀHWLQGRQHJDWLYDPHQWHQRFXVWRPpGLRYDULiYHOGR37$
Isto foi decorrente, principalmente, do baixo fator de utilização da planta. Conforme já mencionado, as restrições comerciais impactam negativamente no desempenho operacional, forçando a planta a operar de modo
intermitente, com paradas programadas.
A produção anual alcançou 396 mil toneladas, 17% maior que a produção de 2014 (337 mil toneladas), com
um fator de utilização médio no ano de 61,9 %, uma vez que a capacidade nominal da planta é de 640 mil
toneladas ano (kta).
2.3. Econômico-Financeiro
• Receita de Vendas
As vendas proporcionaram uma receita bruta de R$ 1.102 milhões, 19% superior quando comparada ao
exercício de 2014 (R$ 924 milhões). A receita operacional líquida foi de R$ 1.005 milhões, crescendo 17%
em relação a 2014 (R$ 857 milhões). Isto decorreu, principalmente, do aumento das vendas para a CITEPE
(crescimento de 142%) apesar da redução nas exportações (queda de 50%).
2015
Mercado Interno
Mercado Externo
Receita Líquida
(R$ mil)
850.203
155.122
1.005.325
%
85
15
2014
¨
56
-50
17
Receita Líquida
(R$ mil)
546.440
310.178
856.617
%
64
36
• Custo das Vendas
O custo do produto vendido (CPV) da Companhia em 2015 foi R$ 1.008 milhões, 1% superior ao ano anterior
(R$ 1.001). Este valor, no mesmo patamar de 2014, apesar do aumento das vendas em 17%, deveu-se a
JDQKRVGHH¿FLrQFLDHPUHODomRDRDQRDQWHULRUTXHPHVPRDLQGDQmRWHQGRDWLQJLGRRVtQGLFHVGHUHIH
rência, proporcionaram um consumo menor de matérias primas, insumos e energia na produção do PTA.
$OpPGLVVRJDQKRVFRPDRWLPL]DomRGHJDVWRV¿[RVOLJDGRVjSURGXomRWDPEpPFRQWULEXtUDPQDUHGXomR
do custo do produto, que ainda contou com a redução da depreciação, ajustada pela baixa por impairment
RFRUULGDQR¿QDOGH
Com isto, o prejuízo bruto da Companhia foi de R$ 2,3 milhões, 98% menor que o apontado em 2014 (R$
144 milhões).
• Despesas Operacionais
Em 2015, as Despenas Operacionais (Vendas, Gerais e Administrativas e Outras Despesas Operacionais)
foram de R$ 585 milhões, 39% a menor se comparadas a 2014. Retirando o efeito do impairment e da baixa
de ativos pela Operação Lava Jato (OLJ) nas Despesas Operacionais, há uma redução de 28% nestes gastos em relação a 2014, resultado principalmente, da política de disciplina de capital implementada na Companhia, ainda em curso, e da maior taxa de utilização da planta em 2015, reduzindo os gastos com ociosidade.
• EBITDA
O retorno antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi negativo em R$ 65 Milhões em
2015 ante um valor negativo de R$ 191 Milhões em 2014 (queda de 66%). Em termos relativos, observou-se
também uma queda expressiva do efeito negativo do Ebitda de 2015, representando -7% da receita líquida
do ano, ao passo que em 2014 esta proporção era de -22%. Esta melhoria foi devida ao aumento das ativiGDGHVDRVJDQKRVGHH¿FLrQFLDRSHUDFLRQDOHjUHGXomRGHJDVWRVGD&RPSDQKLD0HVPRFRPDPHOKRULD
apontada, a Companhia ainda não gera caixa positivo, pois este indicador é fortemente impactado pelo nível
de utilização operacional da planta.
• Resultado Financeiro
2UHVXOWDGR¿QDQFHLUROtTXLGRDSUHVHQWDGRHPIRLXPDGHVSHVDGH5PLOK}HVFRPSDUDWLYDPHQWH
a uma despesa de R$ 150 milhões em 2014 (aumento de 46%). Este aumento é decorrência da Companhia
possuir exposição líquida ao Dólar (importações, exportações e empréstimos de Capital de Giro), portanto,
TXDLVTXHUPXGDQoDVQRFkPELRDIHWDPRUHVXOWDGR¿QDQFHLURFRQWiELO(PDWD[DPpGLDGRGyODUIRL
44% maior que a observada em 2014, aumentando sobremaneira as despesas com variação cambial.
5HVVDOWDVHDLQGDTXHRDXPHQWRGRSUrPLRHGDVWD[DVGHLQGH[DomRGRVHPSUpVWLPRVH¿QDQFLDPHQWRV
principalmente devido ao aumento do risco Petrobras e da crise econômica, também pioraram o resultado
¿QDQFHLUR GHVSHVDVFRPMXURVHFRUUHomRPRQHWiULD ±QRSHUtRGRD7-/3SDVVRXGHSDUDDD
• Prejuízo líquido e Estrutura de Capital
Em 2015, o resultado Líquido foi negativo em R$ 808 milhões, 35% a menos que o observado em 2014 (R$
1.250 milhões), explicado, principalmente, pela redução das baixas com impairment e o não reconhecimento
GHQRYDVSHUGDVQRYDORUGHDWLYRVHPGHFRUUrQFLDGD2/-$OpPGLVVRPHVPRFRPRUHVXOWDGR¿QDQFHLUR
pior em 2015, a melhoria expressiva do Ebitda aliada à redução de gastos com depreciação também contribuiu para a melhoria do resultado líquido do ano.
Neste cenário ainda de forte pressão de caixa, a Companhia aumentou a sua alavancagem de 72% para
HPUHÀH[RGRDXPHQWRGDSDUWLFLSDomRGRHQGLYLGDPHQWRRQHURVRVREUHDVRULJHQVGHUHFXUVRV
e da redução do capital próprio com o advento de um novo prejuízo (Patrimônio Líquido reduziu-se em 48%
em 2015).
2TXDGURDVHJXLUUHVXPHDHYROXomR GRVSULQFLSDLVLQGLFDGRUHV¿QDQFHLURVGD3HWURTXtPLFD6XDSH
2015
(807.617)
Prejuízo Líquido
2014
(1.250.256)
¨
-35
Resultado Financeiro
219.906
150.473
46
Depreciação e Amortização
110.556
195.721
-44
Ebitda Básico
(477.155)
(904.062)
-47
Perda no valor recuperável dos ativos - impairment
411.767
677.307
-39
Baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente
35.913
-100
Ebitda Ajustado
(65.388)
(190.842)
-66
Margem do Ebitda
-7
-22
3. RECURSOS HUMANOS
A PetroquímicaSuape contava em 31.12.15 com um efetivo de 258 empregados. Os treinamentos realizados
em 2015 tiveram como foco principal os aspectos obrigatórios/legais (SMS). Outras prioridades foram a atuDOL]DomRGHUHJXODPHQWRVOHJLVODomRHDPHOKRULDQDH¿FLrQFLDGD0DQXWHQomR,QGXVWULDO
HOMEM HORA TREINAMENTO PETROQUÍMICASUAPE
16.000
14.805
13.682
14.000
12.000
10.000
9.482
8.000
6.000
6.060
5.351
4.481
4.000
0
2.176
2.031
2.000
2012
2013
SMS
2014
2015
CORPORATIVO
Em 2015 foi realizado o segundo ciclo de Avaliação de Desempenho dos empregados. Foram mantidos os
mesmos itens de avaliação do ciclo anterior baseados, principalmente, nos comportamentos necessários à
consecução dos resultados esperados de cada empregado na sua área de atuação. Como objetivos secundários, o processo teve também a intenção de reforçar junto aos gestores a prática do feedback e amadurecer a rotina de avaliações periódicas junto às equipes.
4. RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
A PetroquímicaSuape considera que a atuação empresarial responsável é um compromisso com as pessoas, a sociedade e o planeta. Por isso, a Companhia apoia projetos que estejam alinhados com seu negócio
HYROWDGDVSDUDRGHVHQYROYLPHQWRORFDOVXVWHQWiYHOGDVSRSXODo}HVEHQH¿FLDGDV
Como estratégia de atuação social, a PetroquímicaSuape focou em implementar atividades que vão desde a
IRUPDomRSUR¿VVLRQDODDo}HVGHHGXFDomRDPELHQWDOSDVVDQGRSHORDSRLRDDWLYLGDGHVJHUDGRUDVGHWUD
balho e renda, com o intuito de constituir uma cadeia social produtiva, paralela e intrinsecamente associada
à indústria local. Também estão contempladas ações educativas, esportivas e culturais.
As iniciativas desenvolvidas abrangem o Território Estratégico de Suape, a Região Metropolitana de Recife
e municípios de Pernambuco que realizam a coleta seletiva de materiais recicláveis.
Agradecimentos
$JUDGHFHPRVDWRGRVTXHFRODERUDUDPQRVUHVXOWDGRVDOFDQoDGRV$RVQRVVRVDFLRQLVWDVSHODFRQ¿DQoDH
LQFHQWLYR$RVFOLHQWHVIRUQHFHGRUHVHLQVWLWXLo}HV¿QDQFHLUDVSHODSDUFHULD(DRVQRVVRVHPSUHJDGRVSHOD
dedicação e busca de uma companhia sustentável, com o olhar voltado para o futuro.
A Administração