DOEPE 25/03/2017 - Pág. 3 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
Recife, 25 de março de 2017
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Ano XCIV • N0 57 – 3
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Fábrica de bolos capacita
reeducandas da CPFAL
Aurélio Duvivier
FOTOS: MÁRCIA GALINDO/SERES
O EMPREENDIMENTO foi instalado na unidade há três
Diariamente as mulheres
produzem 160 quilos
de bolos, biscoitos e broas,
trabalhando em horário
integral, de segunda
a sexta-feira.
Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH),
por meio da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), tem investido na qualificação profissional de suas reeducandas.
Na Colônia Penal Feminina
de Abreu e Lima (CPFAL),
por exemplo, pelo menos
sete mulheres estão tendo a
oportunidade de se capacitar,
através da implantação da
fábrica de bolos que funciona
na própria unidade.
O empreendimento foi instalado na unidade há três
meses e tem como especialidade o bolo de rolo, Patrimônio Imaterial de Pernambuco,
além da broa e biscoitos. Para
A
o diretor da empresa parceira
do projeto, Luciano Bruno
Polari, a maior das vantagens
- além da isenção de vínculo
empregatício e encargos sociais - é contribuir para a profissionalização e reinserção
dessas mulheres à sociedade.
“Elas querem sair daqui com
um ofício, essa é a missão social e nós levamos a sério.
Acreditamos de fato na ressocialização”, ressaltou. Os alimentos produzidos na CPFAL
são comercializados na RMR
e as reeducandas recebem
75% do salário mínimo conforme a legislação, ficando
retidos 25% deste valor em
uma poupança denominada
pecúlio para saque quando receberem a liberdade.
meses e tem como especialidade o bolo de rolo, Patrimônio
Imaterial de Pernambuco, além da broa e biscoitos
Raquel Ferreira da Silva,
40 anos, é mãe de três filhos e
cumpre pena na unidade há
sete anos. Antes de entrar no
sistema, ela trabalhava como
empregada doméstica e, após
o recolhimento, descobriu
que poderia estudar e trabalhar. “Aqui tive a oportunidade de concluir meus estudos e
trabalhar, isso tem me ajudado a crescer profissionalmente” explicou. Quando o
assunto é liberdade, Raquel
revela: “agora, eu não quero
mais ser doméstica, quero trabalhar para mim, quero empreender, abrir uma lanchonete, vender lanches e ganhar
minha vida de forma digna”.
A gerente da CPFAL, Elisângela Santana, diz que nos
oitos meses de sua gestão tem
buscado parcerias que pos-
sam propiciar a ressocialização das reeducandas através do trabalho. “Com o trabalho elas podem diminuir a
pena, aprender um ofício e
ganhar perspectivas para uma
nova vida”, elenca Santana.
Entre outras ações da Seres
em que visa a reinserção por
meio do trabalho, está a padaria escola, fruto de uma
parceria com a instituição
suíça Advent-Stiftung. No espaço elas recebem orientações teórico-práticas sobre a
produção de diversos tipos de
pães e pasteis. A padaria também funciona na CPFAL e
engloba, inicialmente, 20 reeducandas que funcionarão
como multiplicadoras de informações para as demais.