DOEPE 23/05/2017 - Pág. 2 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
2 – Ano XCIV • N0 94
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 23 de maio de 2017
Las Palmas e Suape discutem aumento das
exportações de PE para África e Europa
As principais mercadorias a serem comercializadas para os destinos seriam as frutas, produzidas
no Vale do São Francisco, e o açúcar das usinas das Matas Sul e Norte do Estado.
F OTO : D IVULGAÇÃO /SEI
presidente da Autoridade
Portuária de Las Palmas
(Espanha), Luis Ibarra
Betancort, esteve reunido com
setores estratégicos da economia
pernambucana e com a equipe do
Porto de Suape para discutir o
aumento das exportações do Estado
para os continentes africano e
europeu, utilizando o atracadouro
espanhol como porta de entrada
para os produtos pernambucanos.
As principais mercadorias a serem
comercializadas para os destinos
seriam as frutas, produzidas no Vale
do São Francisco, e o açúcar das
usinas das Matas Sul e Norte do
Estado. A agenda foi uma continuidade da parceria firmada este
ano, durante a 23a Intermodal South
America, onde os executivos dos
dois portos assinaram um convênio
de colaboração com o objetivo de
construir relações de negócios entre
os atracadouros.
“Temos muito interesse no
mercado Sul-americano. Somos
um porto que está trabalhando
muito bem com a África e a
Europa. Gostaríamos que o setor
exportador brasileiro confiasse em
nós para entrar no mercado
africano. É um continente imenso,
com muitas possibilidades, e
portanto, Suape é o porto mais
próximo a Las Palmas. O que
queremos é desenvolver os portos
conjuntamente”, explicou Betancort. Ainda de acordo com o
executivo, o Brasil exporta muito
pouco para a África, um mercado
em expansão e que poderia ser
mais explorado pelos produtores
daqui.
O representante das usinas Trapiche (PE) e Serra Grande (AL),
Saulo Barros Pereira, saiu muito
operam as principais companhias
petrolíferas da região, o que acaba
por resultar na liderança do abastecimento de combustíveis no meio
atlântico-oriental. Na movimentação de contêineres, o porto é o 40 na
movimentação do ranking entre os
portos espanhóis, tendo registrado
914,5 mil TEUs em 2016. Las
Palmas também é um porto tradicional na rota dos navios de
cruzeiro, com um volume de mais
de um milhão de passageiros entre
turistas e tráfego doméstico. As
Ilhas Canárias recebem entre 14 e
15 milhões de turistas por ano. Por
isso, quase todas as mercadorias e
alimentos que chegam no
arquipélago são importados para
atender a demanda.
O
EM 2016, o Porto de Suape exportou 73,6 mil toneladas de açúcar ensacado, das quais 44,5 mil foram para a África
entusiasmado do encontro. A produção açucareira regional possui
uma demanda crescente no mercado africano e a possibilidade dos
navios que saem carregados de
Suape fazerem transbordo em Las
Palmas, e de lá seguirem em
navios menores para os portos
africanos, vai aumentar as exportações de açúcar. Em 2016, o Porto de Suape exportou 73,6 mil toneladas de açúcar ensacado, das
quais 44,5 mil foram para a África.
Para que a movimentação entre
Suape e Las Palmas cresça, será
necessária a criação de linha de
navegação direta e regular. Este foi
o objetivo da conversa com a representante comercial da Hamburg
Süd, Ana Filgueira. A companhia é
um dos armadores que operam a
navegação de longo curso (entre
continentes) em Suape. A conexão
direta entre Suape e Las Palmas
reduziria para 9 dias o transit time
(viagem), bem mais vantajoso para
aqueles que usam o Porto de Santos
como porta de saída, de onde o
navio demora 32 dias para chegar a
Las Palmas.
“Suape é o porto com melhor
localização para importarmos os
produtos para a África e Europa e
quem vem crescendo nos últimos
anos”, justifica o presidente da
Autoridade Portuária de Las
Palmas. Nesse mesmo sentido, Las
Palmas está a apenas 90 milhas de
distância do continente africano,
fazendo com que os produtos,
sobretudo as frutas que possuem
um curto tempo de maturação,
cheguem mais rápido aos
consumidores.
CONTÊINERS - A comitiva também
conheceu as instalações do terminal
de contêineres Tecon Suape, onde
foram recepcionados pelo presidente Luis Cao. Ao final do encontro, o presidente de Suape, Marcos
Baptista, presenteou o presidente
do porto espanhol com uma
medalha de Suape e uma peça de
artesanato produzida por Zezinho
de Tracunhaém.
“Vemos boas perspectivas para
os produtos de Pernambuco nos
mercados africano e europeu para
serem exportados via Suape e
distribuídos através do Porto de Las
Palmas. Essa parceria renderá bons
frutos para a economia pernambucana”, comemorou Baptista.
Em 2016, o atracadouro espanhol movimentou mais de 23
milhões de toneladas. É lá que
SUAPE - Com 38 anos de existência, o Complexo Industrial
Portuário de Suape conta com mais
de 100 empresas instaladas e em
processo de implantação em seu
território de 13,5 mil hectares.
Esses empreendimentos somam
mais de R$ 50 bilhões em investimentos privados, empregando
um total de 18 mil trabalhadores
diretamente. Suape está conectado
aos principais portos do mundo. Em
2016, o atracadouro contabilizou
22,74 milhões de toneladas de
cargas movimentadas, encerrando o
ano com crescimento de 15% em
relação a 2015. Essa taxa de
crescimento foi a maior entre os 10
maiores portos públicos do País, o
que alavancou Suape para a 5a
posição no ranking nacional. No
primeiro trimestre deste ano, a
movimentação geral de cargas
somou 5,38 milhões de toneladas e
subiu 12% em comparação com o
primeiro trimestre de 2016
Casos de sífilis aumentam no Estado de Pernambuco
A transmissão pode ser sexual,
vertical ou sanguínea. A mulher portadora da bactéria durante a gestação
pode transmitir para o feto durante
todo o período gestacional. As
consequências podem ser o abortamento, óbito fetal e morte
neonatal ou o nascimento de
crianças com sífilis.
Durante todo o ano de 2016,
Pernambuco registrou 2.565 casos
de sífilis adquirida, transmitida,
principalmente, por via sexual. O
quantitativo é 400% maior do que os
registros de 2014, com 499 ocorrências. A Secretaria Estadual de Saúde
(SES) tem reforçado com os muni-
cípios a importância da testagem
rápida para a doença, objetivando
encontrar os casos positivos e, com
isso, ofertar o tratamento e diminuir
a cadeia de transmissão.
“Apesar de ser uma doença de
fácil diagnóstico e ter tratamento,
temos notado um aumento do
número de casos no Estado. Por isso
a necessidade de informar a
população sobre o assunto e
incentivar o uso de camisinha,
maneira mais eficaz de evitar essa e
outras infecções sexualmente transmissíveis”, afirma o coordenador do
Programa Estadual de Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST/
Aids), François Figueiroa. Para ele,
o aumento dos números pode refletir
a melhora na vigilância dos casos e a
ampliação da oferta dos testes
rápidos.
O coordenador ainda ressalta a
importância de todos os parceiros
serem testados e, se necessário,
também tratados. “Historicamente,
sabemos que as mulheres procuram
mais os serviços de saúde. Então, é
necessário chamar a atenção que as
ações de prevenção e assistência
devem se estender aos homens. Se
apenas a mulher se trata, a cadeia de
transmissão não será interrompida,
ficando essas mulheres vulneráveis
à recontaminações pela bactéria da
sífilis”, esclarece Figueiroa.
Além dos casos de sífilis
adquirida, a SES também registra
casos em gestantes (935 casos, em
2016) e de sífilis congênita, que é
quando a doença é transmitida ao
recém-nascido durante à gestação ou
no parto (1.418 casos em 2016). A
prevenção contra a transmissão
vertical é feita por meio do diagnóstico e início do tratamento precoces durante o pré-natal, assim como
a boa adesão à medicação pela gestante. Na falta de tratamento, a criança
pode nascer com sequelas, como
surdez, cegueira e retardo mental.
O
QUE É: A sífilis é uma doença
infectocontagiosa sistêmica, de
evolução crônica, causada pelo Treponema pallidum. A doença não
tratada progride ao longo de muitos
anos, sendo classificada em sífilis
primária, secundária, latente recente,
latente tardia e terciária. A transmissão pode ser sexual, vertical ou
sanguínea. A via predominante é a sexual, entretanto, a mulher portadora
da bactéria durante a gestação pode
transmitir para o feto durante todo o
período gestacional. O resultado da
contaminação do feto pode ser o abortamento, óbito fetal e morte neonatal ou
o nascimento de crianças com sífilis.