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DOEPE - 4 – Ano XCIV • N0 99 - Página 4

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DOEPE 30/05/2017 - Pág. 4 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco

Poder Executivo ● 30/05/2017 ● Diário Oficial do Estado de Pernambuco

4 – Ano XCIV • N0 99

Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo

Recife, 30 de maio de 2017

JANELA PARA O MUNDO

Estudante da rede estadual leu 173
livros em pouco mais de um ano
Assessoria Sec.Educação

Ela tem apenas 12 anos, e entre os exemplares
já lidos estão Dom Casmurro, Diário de Um Banana, O Pequeno
Polegar e Guia Para a Família
os sete anos, ela já sentia
vontade de ler, mas não
conseguia. Mesmo assim
não desistiu, pegava todos os livros, folheava e olhava as figuras,
admirada. Assim que começou a
juntar as palavras, já colecionava
livros. Esta é Ranyely dos Santos
Silva, que tem apenas 12 anos e já
leu 173 livros de fevereiro de 2016
até hoje. Filha mais velha de Josefa Silva e irmã de Rayres Gabriele dos Santos, ela está cursando o 7o ano na Escola Guimar
Krause, que fica localizada no
bairro de Jardim Ipiranga, em Vitória de Santo Antão, Agreste de
Pernambuco.
Ranyely lê três, quatro livros por
dia. Começou a criar o hábito de ler
quando entrou na escola. Desde
então, não conseguia deixar a biblioteca, que era seu lugar preferido. Estudante com boas notas, ela
trocava seu horário de recreio pelos
livros e isso chamou a atenção das
professoras da biblioteca e da gestão da escola. “Percebemos as vindas constantes dela à biblioteca e
isso nos chamou atenção. Ela leva
para casa, no mínimo, três livros
por dia. É uma menina que, com
certeza, terá um futuro brilhante”,
declara Simone Azevedo, gestora
da unidade de ensino.
Aos 8 anos, conseguiu ler sozinha seu primeiro livro, O Pequeno
Polegar, e foi uma grande descoberta. “Eu percebi que me sinto
bem lendo, gosto de conhecer as
histórias, de ver como elas vão terminar, me sinto como se fizesse
parte dela”, fala Ranyely. Sua mãe
fica impressionada com o gosto
peculiar da filha. Por não saber ler,
ela não tinha como incentivar a
filha no hábito da leitura, mas sempre deu força para que não desistisse e garante que é um dom que
veio com ela.
“Fico orgulhosa da minha filha.
Parei de estudar na terceira série e
não conseguia ajudar ela na leitura, mas ela não se deixou abater:

FOTO: DIVULGAÇÃO/SEC.EDUCAÇÃO

A

“QUERO
ser dona de uma
biblioteca bem
grande, para que
qualquer pessoa
que goste de ler
possa vir e pegar
quantos livros
quiser, esse é meu
maior sonho”,
Ranyely

“A MAIOR

faz porque gosta. Quando está só,
sempre está lendo. É uma menina
que não gosta de celular, nem de
internet. A maior diversão dela é
mesmo ler”, declara Josefa.
Como qualquer criança, Ranyely gosta muito de histórias em
quadrinhos, contos de fadas e princesas, mas sente vontade de encarar, cada vez mais, o desafio da leitura. E nessa jornada diária de descoberta, ela já leu livros de romance, como Dom Casmurro, de Machado de Assis, e um livro chamado Guia Para a Família. Hoje, a
menina tem muitos exemplares em
casa que ganhou de doações da
própria escola e muitos ela pega do
lixo, coloca uma capa nova e guarda com muito carinho.
“Não acho certo jogar livro no
lixo, fico triste com isso. Sempre
que vejo, pego e procuro fazer de
tudo para deixar ele arrumadi-

nho”. Ela já leu todos os livros que
tem em casa, alguns já foram doados porque, para ela, livro não tem
que ficar guardado, tem que circular para dar oportunidade de leitura para outras pessoas.
A pequena leitora tem como seu
autor preferido Maurício de Souza.
Na escola e em casa, ela sempre está incentivando seus amigos a ler.
Alice Maria Pedroso, de 11 anos,
conheceu a leitura através da amiga,
ela conta que certo dia chamou Ranyely para brincar e ela não aceitou
porque estava lendo, e convidou a
amiga para entrar e ler junto. “Eu
aprendi a gostar de ler depois que a
conheci, gosto de ler junto com ela,
a gente comenta sobre as histórias,
ri juntas e se emociona também.
Um livro que gostamos de ler juntas
foi Diário de Um Banana, foi muito
bom”, comenta.
Ranyely tem o sonho de ser

diversão dela
é mesmo ler”,
diz Dona
Josefa, mãe
de Ranyely

muitas coisas quando crescer, mas
de uma coisa ela tem absoluta certeza: quer ter uma biblioteca.
“Quero ser dona de uma biblioteca

bem grande, para que qualquer
pessoa que goste de ler possa vir e
pegar quantos livros quiser, esse é
meu maior sonho”.

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