DOEPE 21/07/2017 - Pág. 2 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
2 – Ano XCIV • N0 136
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 21 de julho de 2017
CAPACITAÇÃO
SES reúne profissionais de saúde para discutir
assistência à vítima de violência sexual
F OTO : M IVA F ILHO
Foram abordados temas
como Lei Maria da Penha,
aborto legal e acolhimento
humanizado, entre outros.
etecentos profissionais de saúde estiveram reunidos no auditório do Instituto Materno
Infantil Professor Fernando
Figueira (Imip), ontem
(20), para discutir o atendimento às vítimas de violência sexual. Entre os
temas que foram abordados
na capacitação, a importância dos registros de notificação compulsória da
violência, Lei Maria da Penha, aborto legal, acolhimento humanizado e medidas preventivas de preservação da saúde da vítima.
O tema vem sendo discutido, há um ano, pela
Gerência de Atenção à
Saúde da Mulher da Secretaria Estadual de Saúde
(SES) com a finalidade de
otimizar o trabalho desenvolvido na rede de atendimento à pessoa vítima de
violência sexual no Estado.
O trabalho abrange diversos
setores, como Saúde da
Mulher, do Homem, da
Criança, do Idoso e da População LGBT. O objetivo
é capacitar todas as uni-
S
dades de referência do Estado para o correto atendimento a essa população.
De janeiro deste ano até o
dia 17 de julho, os hospitais
pernambucanos notificaram
613 atendimentos a vítimas
de violência sexual, sendo
575 delas do sexo feminino
e 38 do sexo masculino. As
principais unidades notificadoras foram o Hospital
Agamenon Magalhães (Serviço de Apoio à Mulher
Wilma Lessa – Recife), o
Hospital Dom Malan (Petrolina), o Imip (Recife), o
Hospital da Mulher do Recife (Pró-Marias – Recife)
e o Hospital Jesus Nazareno (Caruaru).
“A pessoa vítima de
violência sexual, seja mulher ou homem, precisa ser
acolhida nos serviços de
saúde e os profissionais
devem estar aptos para
seguir o protocolo de atendimento clínico, tanto para
a parte física quanto para
evitar as infecções sexualmente transmissíveis.
A vítima também precisa
saber que, além da denún-
O TEMA foi discutido para otimizar o trabalho desenvolvido na rede de atendimento à pessoa vítima de violência sexual
cia policial, indispensável
para a construção de políticas públicas, há serviços que podem acolhê-las
e que isso é essencial para
sua saúde”, explicou a
gerente de Atenção à
Saúde da Mulher da SES,
Leticia Katz.
A gerente ressaltou que,
em alguns casos, após a violência sexual, é preciso seguir o protocolo que inclui o
coquetel para as infecções
sexualmente transmissíveis,
como HIV, e os exames
subsequentes. No caso de
vítima feminina, ainda é
feito o contraceptivo de
emergência e, se necessário,
o aborto previsto em lei.
Todas as medidas são
rigorosamente analisadas
pelos médicos e equipes de
plantão. “Cada público tem
um protocolo de medicamentos específicos, que deve ser seguido pelos profissionais de saúde”, disse.
Outro tema da capacitação foi o acolhimento à
criança vítima de violência
sexual, para que os profissionais possam identificar
os sinais desse agravo e,
com isso, prosseguir com
o protocolo de atendimento. De acordo com a
médica Carmelita Maia,
que atua na Policlínica
Lessa de Andrade, nem
sempre é possível fazer o
tratamento profilático nesse público, devido ao tempo de ocorrência do caso.
“Só é possível tomar
todas as medidas profiláticas se a criança chegar
ao serviço em até 72 horas
após a ocorrência. Ultrapassado esse período é
preciso realizar todos os
exames necessários para
saber se a vítima foi infectada com alguma doença, como HIV e sífilis. Em
caso positivo, o tratamento
deve ser iniciado”, pontuou a médica, que também reforçou a importância do acompanhamento ambulatorial interdisciplinar da criança e de
seus familiares.
Inteligência Artificial auxilia controle interno estadual
Com a aplicação de técnicas
de Inteligência Artificial (IA), a
Secretaria da ControladoriaGeral do Estado (SCGE) está
desenvolvendo três ferramentas
para dar suporte às ações de
controle interno. A iniciativa
vai atender às atividades
realizadas pela Coordenadoria
de Informações Estratégicas
(CIE), vinculada à Diretoria de
Orientação ao Gestor e Informações Estratégicas (DOGI).
A ação foi viabilizada por meio
de uma parceria com o Departamento de Sistemas Computacionais da Escola Politécnica da Universidade de
Pernambuco (UPE), firmada
pelo 20 ano consecutivo.
As ferramentas serão utilizadas para facilitar a definição
de perfis das unidades gestoras e
de fornecedores do Estado para
monitoramento da fonte de
recurso originada das transferências dos recursos do SUS recebidas por Pernambuco e para
apoiar na identificação do sobrepreço em novas aquisições
compradas pelas Unidades Gestoras (UG). “Parcerias entre as
instituições públicas e o meio
acadêmico são sempre promissoras. Neste caso, a aplicação
das técnicas de Inteligência Ar-
tificial está contribuindo para a
modernização e o aperfeiçoamento das ferramentas de controle interno”, comentou o secretário da Controladoria-Geral
do Estado, Ruy Bezerra.
As soluções são desenvolvidas por alunos da disciplina
de Inteligência Artificial (IA)
do Curso de Engenharia da
Computação da UPE, utilizando quatro técnicas de IA,
com coordenação do professor
Fernando Buarque. A implementação das propostas é trabalhada junto com a Diretoria
de Tecnologia de Informação
do Controle Interno (DTCI).
Para os alunos da disciplina,
a experiência está sendo enriquecedora. “Estamos tendo a
oportunidade de colocar em
prática as técnicas em problemas reais, que vão além dos
conhecimentos alcançados em
sala de aula”, ressaltou a estudante Cauanne Linhares. “É
um complemento de tudo que
aprendemos em sala de aula, é
a aplicação prática da teoria”,
disse Emanuel Roberto. O
professor Fernando Buarque
também comentou a importância da parceira para a formação
dos estudantes. “É um laboratório, onde eles estão tendo a
oportunidade de dar vazão aos
saberes, de aplicar os conhecimentos”, finalizou.
2016 - A DTCI está em processo de implementação de
duas ferramentas, cujas ideias
foram frutos da parceria realizada em 2016. A primeira irá
auxiliar na busca de materiais
de expediente comprados pelo
Governo do Estado, com preços
discrepantes da média de
mercado. A segunda beneficiará
várias diretorias da SCGE, pois
permitirá a busca por palavras
chaves no Diário Oficial e o
cadastro de termos específicos.