DOEPE 04/08/2017 - Pág. 4 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
4 – Ano XCIV • N0 146
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 4 de agosto de 2017
QUALIDADE DE VIDA
CPRH recebe impressora 3D para criação
de próteses destinadas a animais mutilados
Assessoria CPRH
Articulação junto à Receita Federal garantiu equipamento
com custo zero. Sonho da prótese está mais perto.
F OTOS : PAULO M ACIEL /D ETRAN -PE
IMPRESSORA 3D
Dee Green, com ela
pesquisa e projeto das
próteses avançam e vai
possibilitar mais
qualidade de vida a
esses animais
O BALANÇO do centro pernambucano é bem expressivo: só este ano, no período
de janeiro a junho, acolheu 5.665 animais. Aproximadamente 5% dos animais silvestres que
dão entrada no Cetas – muitos vítimas do tráfico – chegam mutilados, a maioria aves.
São problemas nas asas, patas, bicos etc.
ma articulação da
Agência Estadual
de Meio Ambiente
(CPRH) junto à
Receita Federal garantiu um
passo importante para a
concretização de um sonho
que vem sendo compartilhado
no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), numa
parceria com professores e
pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE): a fabricação de próteses em 3D para
possibilitar mais qualidade de
vida a animais mutilados.
Após ser contactada pela
CPRH – órgão gestor do Cetas
–, a Superintendência da
Receita em Pernambuco levou
a questão às outras Regionais
e o êxito da iniciativa foi
alcançado: por meio de um
Ato de Destinação de Mercadorias (ADM), a Receita de
São Paulo destinou uma
impressora 3D Dee Green
para incorporação/doação à
CPRH. A mercadoria, apreendida ou retida em ação de
combate ao contrabando, chegou esta semana ao Recife
e, com ela, a pesquisa desenvolvida em parceria com a
UFRPE avança. O Cetas Tangara é pioneiro no País nesta
iniciativa.
Aproximadamente 5% dos
animais silvestres que dão
entrada no Cetas – muitos
vítimas do tráfico – chegam
mutilados, a maioria aves. São
problemas nas asas, patas,
bicos etc. Não são todos que
poderão ganhar uma prótese depende de cada caso -, mas
alguns serão beneficiados.
Atualmente, quatro animais
fazem parte da pesquisa: dois
U
jabutis que tiveram o casco
queimado e dois gaviões carcará, um que perdeu a parte
inferior do bico e outro que
teve uma pata amputada.
Envolvida no projeto junto
com a equipe do Cetas e o
professor Fabiano Sellos, a
professora e pesquisadora
Maria Cristina de Oliveira
Coelho, do Departamento de
Medicina Veterinária (DMV)
da UFRPE, destaca que o
sonho está avançado e que a
parceria está sendo reforçada.
No caso do jabuti maior, de
quase 9 quilos, o modelo do
design para fabricação da
prótese já está sendo finalizado, após as etapas de tomografia computadorizada, fotografias digitais em 360 graus e
desenho da peça. O novo parceiro envolvido é o professor
de Design Gráfico Rafael
Suarez, do Instituto Federal de
Pernambuco (IFPE), que faz o
trabalho com seus alunos.
Para o presidente da CPRH,
Eduardo Elvino, o bom andamento do projeto é uma
mostra de que é possível, com
disposição, boas iniciativas e
parcerias, fomentar práticas
públicas que tragam resultados o mais rápido possível.
“O Cetas Tangara foi inaugurado em dezembro de 2016
e vem se tornando um bom
exemplo na atenção, trato e
reabilitação de animais silvestres, grande parte vítimas
do tráfico. É uma mostra que
estamos no caminho certo”,
disse. O balanço do Centro
pernambucano é bem expressivo: só este ano, no período
de janeiro a junho, acolheu
5.665 animais. No mesmo
período, devolveu 3.974 à
natureza.