DOEPE 15/09/2017 - Pág. 4 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
4 – Ano XCIV • N0 174
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 15 de setembro de 2017
ACOLHIMENTO
Casa do Estudante de Fernando de Noronha
comemora nove anos de fundação
Ney Anderson
Instituição recebe jovens oriundos da Escola Arquipélago que estão
matriculados em cursos universitários ou técnicos.
a próxima terça-feira, 19 de setembro, a
Casa de Apoio ao Estudante de Fernando de
Noronha (CAE-FN) completa nove anos de
fundação. O espaço começou as atividades
em 2008 e foi criado com o objetivo de
beneficiar os jovens noronhenses que vinham ao continente
cursar o ensino integral, mas desde 2011 o atendimento
passou a ser exclusivamente para estudantes universitários
e do ensino técnico. Inicialmente a Casa de Apoio era
situada no bairro da Boa Vista, na área central da cidade.
Atualmente se encontra no bairro de Santo Amaro, também
no centro do Recife.
No local residem 16 estudantes, nove homens e sete
mulheres. Dos atuais moradores, seis estão inseridos em
programas de estágio. A CAE tem capacidade para receber
até 20 jovens ao mesmo tempo. A estrutura é composta por
cinco quartos, sala de estar, biblioteca, cozinha, banheiros e
quintal. São servidas três refeições completas diariamente,
de forma totalmente gratuita. Funciona 24h por dia, com
apoio da Guarda Patrimonial de Pernambuco. A equipe
conta com servidores da área pedagógica, administrativa e
de serviços gerais. A Administração disponibiliza ainda um
trecho da passagem aérea em cada mês de férias para os
estudantes retornarem para a Ilha.
A gestora da instituição, Clarissa Rocha, diz que a existência do espaço contribui, sobretudo, para a capacitação
dos noronhenses. “Essa instituição é de grande importância
para os ilhéus, pois tem auxiliado na formação acadêmica,
gerando qualificação de mão de obra para a ilha”, avalia
Clarissa. “Hoje temos na própria Administração servidores
remanescentes daqui, que estão disponibilizando os
conhecimentos acadêmicos adquiridos no continente em
prol da comunidade. Isso é um sinal de que a instituição tem
dado bons resultados através do objetivo principal”,
comenta a gestora.
A entidade foi reconhecida publicamente como a melhor
Casa de Apoio ao Estudante em nível nacional, durante o
28o Encontro Nacional de Casas do Estudante, realizado em
Goiás. “Em um dos grupos formados durante o encontro,
fizemos uma exposição do trabalho que realizamos e fomos
considerados como a melhor estrutura e assistência
estudantil do País, conforme análise feita pela comissão do
evento”, comenta a gestora, que organiza também para os
estudantes excursões, visitas a museus e diversos outros
eventos para enriquecer ainda mais a vivência acadêmica
dos residentes.
A avaliação dos alunos para a admissão obedece três
critérios de desempate, caso haja procura além da
capacidade atual. O primeiro é a renda familiar, seguido de
comprovação de vínculo com instituição pública de ensino
e por último a análise do parecer pedagógico da Escola
Arquipélago. Além disso, só são aceitos estudantes maiores
de idade e que sejam moradores permanentes da ilha.
Manuela Barbosa Guimarães, de 20 anos, estudante de
Biomedicina em uma faculdade particular do Recife, acredita que o apoio da CAE é fundamental. “Principalmente
quando a gente vem sem conhecer a cidade, sem a família
por perto ou amigos”. A jovem, que é bolsista integral pelo
Programa Universidade para Todos (Prouni), diz que o
auxílio da equipe de servidores é importante para os
FOTO: NEY ANDERSON
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A CAE tem
capacidade para
receber até 20 jovens
ao mesmo tempo. A
estrutura é composta
por cinco quartos, sala
de estar, biblioteca,
cozinha, banheiros e
quintal. São servidas
três refeições completas
diariamente, de forma
totalmente gratuita.
Funciona 24h
residentes. “É uma nova família que fazemos aqui”.
Para a estudante Rosilaynne de Santana, que está
cursando Engenharia Elétrica e Telecomunicações na
Universidade de Pernambuco, seria impossível realizar o
sonho acadêmico sem a existência da Casa do Estudante de
Fernando de Noronha. “Para mim é imprescindível morar
aqui. Porque eu não teria condições de realizar o sonho de
cursar uma universidade sem ter parentesco no Recife”.
Rosilaynne comenta que o mais difícil para ela, no entanto,
é ficar afastada da filha de 4 anos, que mora com a mãe
dela na ilha.
“A saudade é muito grande, mas eu preciso estudar para
ter um futuro melhor”. Ela comenta que retorna para o
arquipélago nas duas férias anuais e aproveita esse tempo
para ficar ao lado da filha. Nesse período tenta fazer
trabalhos extras para garantir algum saldo para ajudar nas
despesas na volta ao continente. “Eu necessito integralmente da Casa de Apoio, porque recebo todo o
suporte. Sem ela seria impossível fazer um curso
superior”, finaliza.