DOEPE 19/12/2017 - Pág. 4 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
4 – Ano XCIV • N0 236
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 19 de dezembro de 2017
TRIUNFO
Seminário apresenta resultados do Projeto de
Combate à Desertificação em Pernambuco
O projeto mudou a realidade de cerca de 400 famílias de 12 municípios, escolhidos pela proximidade
das zonas de amortecimento de Unidades de Conservação do bioma Caatinga em implantação.
Governo de Pernambuco,
através da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semas), realiza
hoje e amanhã (20), em Triunfo, o
Seminário para apresentação dos
resultados do Projeto de Implantação de Módulos de Manejo Sustentável da Agrobiodiversidade para
o Combate à Desertificação no
Semiárido Pernambucano. O projeto é desenvolvido em parceria
com o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas/Ministério do
Meio Ambiente e mudou a realidade
de cerca de 400 famílias de 12 municípios, escolhidos pela proximidade das zonas de amortecimento
de Unidades de Conservação do
bioma Caatinga em implantação.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2011 e prevê ações distribuídas em cinco eixos: segurança
O
hídrica, com a construção de poços
e sistemas simplificados de abastecimento; segurança alimentar,
com a criação de 12 unidades produtivas, distribuídas de acordo
com a aptidão das comunidades;
segurança energética, com a construção de 338 fogões ecológicos;
saneamento básico, com a construção de 298 banheiros com fossa
foram realizadas 36 capacitações
para agricultores, professores e
gestores públicos dos municípios.
Esse projeto foi premiado em
2014 com o Prêmio Dryland Champions, concedido pela United Nations
Convention to Combat Desertification (UNCCD)/ONU), por meio
do Ministério do Meio Ambiente,
por fazer parte essencial do combate
à degradação do solo e à desertificação para o convívio com o semiárido. Pernambuco possui cerca de
80% do seu território no clima
semiárido, dos 184 municípios, 122
estão em áreas que vêm sofrendo
degradação ambiental progressivamente. Foram beneficiadas 30
famílias em 12 comunidades atendidas, entre elas: Sítio Dois Irmãos,
em Afrânio; Comunidade Jatobá,
em Cabrobó; Sítio do Rosário, em
Exu; Sítio São Gonçalo, em Floresta; Almirante/Vista Alegre, em
Parnamirim; Sítio Estreito, em
Santa Maria da Boa Vista; Sítio
Onça, em São Caetano; Serra do
Catolé, em São José do Belmonte;
Lajinha, em Serra Talhada; Serrote
do Teles, em Serrita; Sítio Carro
Quebrado, em Triunfo e Serra da
Matinha, em Carnaíba.
O gerente do Programa do Semiárido, Caatinga e Combate à Desertificação da Semas, Sérgio Mendonça, revela a importância da
mudança na vida dessas pessoas
com a conclusão de etapas do projeto. “O projeto tem como objetivo
integrar ações que envolvem água,
geração de renda, segurança energética, saneamento e formação, por
meio das capacitações nas comunidades tornando-as sustentáveis e
visando impactar o mínimo possível
a caatinga, como também estabelecendo uma relação de parceria e
respeito com as unidades de conservação”, revela Sérgio Mendonça.
“Quando criamos Unidades de
Conservação é importante o
envolvimento da população local
e esse projeto insere as pessoas no
cuidado e proteção dessas áreas,
proporcionando um novo olhar e
uma nova perspectiva de renda
sem agressão aos recursos naturais, de forma totalmente inclusiva
e isso é sustentabilidade”, diz o
Gerente Geral de Desenvolvimento Sustentável da Semas,
Paulo Teixeira.
Na programação do Seminário
haverá a apresentação dos indicadores de avaliação do projeto;
diálogo e debate com grupos por
arranjos produtivos, o que vai proporcionar uma troca de experiência
entre as comunidades e um levantamento com sugestões de propostas
para o futuro, que serão avaliadas
para uma possível ampliação do
projeto nas comunidades ou em
outro locais. O encontro contará
com a participação de representantes do Fundo Nacional de Mudanças Climáticas e do Ministério
do Meio Ambiente, entre eles o
diretor do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável e de
Combate à Desertificação, Valdemar Rodrigues.
Foto: Divulgação/Semas
a questão de segurança alimentar foi estabelecido a
implantação de Arranjos Produtivos Locais. Em
Carnaíba, Parnamirim e Serrita foram desenvolvidas ações de
beneficiamento do mel e derivados, com a construção da casa
do mel e a aquisição dos equipamentos.
N
a comunidade de Lajinha, em Serra Talhada, por
exemplo, foram montados dois sistemas simplificados de abastecimento de água, que enchem duas caixas
d`água com capacidade de 10 e 5 mil litros e atendem a
comunidade de acordo com a necessidade dos moradores.
E
m São Caetano, 30 famílias, da Comunidade Sítio
Onça, já estão cozinhando nos fogões ecológicos, que
utilizam uma câmara de combustão que distribui e
aproveita melhor o calor, necessitando de pouca lenha para
atender ao processo de cozimento dos alimentos.
N
s comunidades de Cabrobó e Triunfo escolheram o
beneficiamento de frutas, e a de São José do
Belmonte, o beneficiamento do catolé.
E
m Floresta, Santa Maria da Boa Vista e São Caetano, cada
uma das 30 famílias da comunidade beneficiada recebeu
duas fêmeas de duas raças devidamente pesquisadas para a
região. Também foram entregues um reprodutor de cada raça
em cada comunidade atendida.
A
A
s comunidades dos municípios de Afrânio, Exu e
Serra Talhada escolheram a Produção Agroecológica
Integrada e Sustentável (PAIS). PAIS são sistemas dentro
da propriedade com galinheiro no centro e cultura circular
com hortas irrigadas ao redor.