DOEPE 31/01/2018 - Pág. 4 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
4 – Ano XCV • N021
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 31 de janeiro de 2018
RENOVAÇÃO
Iraquianas refugiadas em PE
solicitam Carteira de Trabalho
Flávia Cavalcanti
Elas pretendem aprender a língua portuguesa, conseguir emprego e, assim,
dar continuidade a um novo projeto de vida aqui no Estado.
FOTO: DIVULGAÇÃO
ais um capítulo
da história das
iraquianas Magida Darwish (20),
Ida Aman Heji
(24) e do menino Lavan Dawud
(4) teve início na última segundafeira (29/01). Acompanhadas do
secretário de Justiça e Direitos
Humanos de Pernambuco, Pedro
Eurico, e do executivo de Direitos
Humanos, Eduardo Figueiredo, as
estrangeiras foram até a Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego, no Recife, para solicitar
a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). A intenção
é que portando o documento elas
possam conseguir um emprego e
alcançar a estabilidade aqui
mesmo no Brasil.
A dupla foi interceptada com
passaportes falsos no Aeroporto
Internacional do Recife Gilberto
Freyre, na madrugada de 30 de
dezembro do ano passado. O caso
imediatamente passou a ser tratado pelo Governo de Pernambuco como causa humanitária, visto
que a localidade de origem dos
três, a região autônoma do Curdistão, no Oriente Médio, encontra-se em guerra civil.
“Qualquer refugiado que chegar aqui no Estado terá toda a assistência da Secretaria de Justiça e
Direitos Humanos. Essa é uma
determinação do governador Paulo Câmara, que tem acompanhado
diretamente essa questão. O Brasil
é um País aberto às comunidades
internacionais e Pernambuco tem
o mesmo entendimento”, ressalta
o secretário Pedro Eurico.
Os passaportes oficiais dos três
já foram entregues às iraquianas,
o pedido de refúgio no Brasil também já foi oficializado junto ao
Comitê Nacional para Refugiados
(Conare), que já expediu o protocolo que servirá como documento
que garante provisoriamente a
legalidade deles no País. Além da
CTPS, Magida e Ida também já
têm registro no Cadastro de
Pessoa Física (CPF).
As iraquianas pretendem
aprender a língua portuguesa,
conseguir emprego e, assim, dar
continuidade a um novo projeto
de vida aqui no Estado. O garoto
Lavan está frequentando a esco-
M
linha e já pronuncia algumas palavras em português, como: obrigado, bom dia e mosquito. “Diferente de onde estávamos a vida
aqui tem sido tranquila e agradecemos a todos os envolvidos
pelo que vêm nos proporcionando. Estamos nos estabelecendo
aos poucos, mas não é uma
situação fácil. Estamos longe das
nossas famílias. Isso é muito
doloroso”, explica Magida.
Magida, Ida e Lavan permanecerão abrigados na Comunidade Obra de Maria, em São Lourenço da Mata, até que consigam
se manter financeiramente no
Estado. De acordo com o Conare, enquanto os trâmites processuais para legalização das iraquianas no país estão em andamento elas não poderão ser extraditadas. O órgão possui cerca
de 50 mil pedidos de refúgio e o
prazo para julgamento é de, pelo
menos, dois anos.
A INTENÇÃO é que portando o documento elas possam conseguir um emprego e
alcançar a estabilidade aqui mesmo no Brasil