DOEPE 25/04/2018 - Pág. 3 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
Recife, 25 de abril de 2018
Ano XCV • N0 75 – 3
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
BARRAGENS CHEIAS
Cidade de Jataúba volta a receber
água após seis anos em colapso
A normalização do abastecimento está sendo feita de forma gradativa, para
evitar estouramentos. A fase de testes para o retorno da operação
do sistema foi iniciada no último dia 11.
Abrir as torneiras e ver a água
saindo provocou emoção e alívio na
população de Jataúba, na região
Agreste. “O pessoal da Compesa
disse que traria a água em um mês e,
antes do período prometido, chegou
em nossa cidade. É um grande
alívio”, comemorou Severino Neto.
Lavar os pratos com água na
torneira é motivo de felicidade
para a dona de casa Maria de
Fátima. “Estou muito alegre com a
volta do abastecimento, após
tantos anos sem água. Agora,
podemos realizar as nossas atividades diárias, sem maiores preocupações”, afirmou a moradora. A
companhia voltou a abastecer a
cidade, após seis anos consecutivos
de seca na região. Isso porque as
chuvas registradas neste início de
inverno garantiram a rápida recuperação dos dois mananciais, que
atendem Jataúba: as barragens de
Sítio Luiza e Poço Fundo.
Uma boa parte da cidade já está
recebendo água pela rede de distribuição e a expectativa dos técnicos é
que, dentro de 30 dias, toda a população de Jataúba, 17 mil pessoas,
esteja com o abastecimento regularizado. A Compesa ainda não está
operando com a capacidade máxima
do sistema. A liberação da água está
F OTO : D IVULGAÇÃO /C OMPESA
COM AS ÚLTIMAS chuvas, a barragem de Sítio Luiza, em Jataúba, acumula atualmente 300 mil metros cúbicos
sendo feita de forma gradativa para
evitar estouramentos. A fase de
testes para o retorno da operação do
sistema foi iniciada no último dia 11,
confirmando a expectativa de prazo
anunciada pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa),
no final de março.
O gerente da Unidade de Negócios da Compesa, Bruno Adelino,
alerta que, durante essa fase de
ajustes operacionais, é normal
ocorrer vazamentos na adutora e
rede de distribuição. Ele adianta
que sempre que isso ocorre é
preciso paralisar o sistema para as
ações corretivas. “Estamos com
equipes permanentes para corrigir
com rapidez”, explicou. Para
abastecer a cidade, além da
barragem do Sítio Luiza, localizada em Jataúba, e que agora
acumula 300 mil metros cúbicos
de água, a Compesa também
utiliza água da barragem de Poço
Fundo, no município de Santa
Cruz do Capibaribe, e que atingiu
30,34% da sua capacidade
máxima, que é de 27,6 milhões de
metros cúbicos de água.
Apac define protocolos de operação
de barragens durante inverno
Ação envolve, além da agência, SERH, Compesa, Defesa Civil, DER e DNOCS.
O Governo do Estado, por meio
da Agência Pernambucana de Águas
e Clima (Apac), definiu, na última
segunda-feira (23), os protocolos de
operação de barragens de contenção
de cheias, durante este período chuvoso. A ação envolve, além da agência, a Secretaria Executiva de Recursos Hídricos (SERH), vinculada
à Secretaria de Planejamento e
Gestão; a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa); a
Coordenadoria de Defesa Civil
(Codecipe); o Departamento Estadual de Estradas de Rodagem
(DER); e o Departamento Nacional
de Obras Contra as Secas (DNOCS).
Foram definidos protocolos de
operação para os reservatórios das
barragens de Jucazinho, Carpina,
Glória do Goitá e Tapacurá, na bacia
do Rio Capibaribe; e de Serro Azul,
na bacia do Rio Una. Jucazinho é
operada pelo DNOCS, enquanto que
Carpina e Glória do Goitá, apesar de
pertencerem ao Ministério da Integração Nacional, são operadas pela
Compesa. Já Serro Azul é operada
pela SERH. Entre os protocolos
definidos estão abertura e fechamento de comportas, interdição de
estradas, alertas e mobilização de
populações ribeirinhas, que serão
acionados caso sejam ultrapassadas
as cotas pré-estabelecidas pela Apac
para cada reservatório.
À Apac, órgão responsável pelo
monitoramento dos rios e das
chuvas, compete definir todos os
procedimentos operacionais, relati-
vos a essas barragens. “Reunimos
representantes desses órgãos para
definir todos os protocolos e assim
atravessarmos este período chuvoso,
com a maior segurança possível, e
mantendo a população sempre bem
informada, já que o papel do Estado
é deixar as pessoas seguras”, afirma
o diretor-presidente da Apac, Marcelo Asfora.
Além de operar esses reservatórios de modo a controlar ou
minimizar uma possível enchente, a
definição desses protocolos também
tem como objetivo chegar ao fim do
período chuvoso com o maior
volume possível de água acumulada,
para que se possa ter conforto em
relação ao abastecimento de água.
Nos próximos 15 dias, a Apac irá se
reunir com a Defesa Civil do Estado
e dos municípios para identificação
e monitoramento dos pontos críticos
dos rios, no intuito de minimizar o
impacto para as populações locais,
em caso de inundações.
Durante a reunião realizada na
sede da Apac, o diretor-geral do
DNOCS, Ângelo Guerra, anunciou
a contratação das empresas que
irão realizar a supervisão e as obras
de recuperação e melhorias dos
vertedouros laterais e da bacia de
dissipação da barragem de Jucazinho. Segundo ele, os recursos
federais, que somam R$ 39 milhões, já estão assegurados por
meio do Programa de Recuperação
de Barragens e a obra terá a duração de 12 meses.
UNIVERSITÁRIO
CONVENCE PAI
A ENTREGAR
JABUTIS PARA
REABILITAÇÃO
Dois jabutis, um macho e uma fêmea, foram
entregues à Agência Estadual de Meio Ambiente
(CPRH), na última segunda-feira (23) pelo
universitário Tuan Guedes, 27 anos. Os animais
estavam recebendo os
cuidados de sua família,
há dois meses, no bairro
de Fragoso, Olinda, mas o
rapaz convenceu o pai a
fazer a chamada entrega
voluntária ao órgão ambiental, para que os jabutis
passem por reabilitação,
no Centro de Triagem de
Animais Silvestres de
Pernambuco (Cetas Tangara), e, depois, sejam devolvidos à natureza.
Tuan contou que os
jabutis (Geochelone carbonária) foram dados ao
seu pai e que o mesmo não
sabia que se tratavam de
animais silvestres. Desde
então, o jovem tentava
convencê-lo a fazer a
entrega dos répteis. O
macho vivia em um
prédio, onde seu pai foi
realizar um trabalho, e
uma moradora decidiu se
desfazer do mesmo. O pai
de Tuan levou o jabuti
para casa e começou a
cuidar do animal. Já a
fêmea foi dada por uma
vizinha.
Os jabutis estão na fase
adulta e, logo após a
entrega, foram encaminhados ao Cetas Tangara,
da CPRH, que fica no
bairro de Guabiraba, Zona
Norte do Recife. Eles
passarão por um período
de reabilitação, antes de
ser soltos em uma das
áreas de mata, monitoradas
pelo órgão ambiental para
atividades de soltura e
monitoramento.