DOEPE 01/02/2019 - Pág. 2 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
2 – Ano XCVI • N0 23
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 10 de fevereiro de 2019
TRANSPLANTES
Pernambuco bate recorde de
procedimentos de rim e fígado
elo segundo ano consecutivo, Pernambuco bate o seu
recorde de transplantes de
rim. Em 2017, foram realizados
404, enquanto que em 2018 foram
463, um aumento de 15%, além de
5 procedimentos duplos de rim e
fígado e 5 de rim e pâncreas. Anteriormente, o ano com maior número de transplante tinha sido 2015
(344). Esse é o órgão mais demandado no Estado, possuindo, hoje,
uma fila de espera com 852
pessoas.
“Esse aumento no número de
transplantes de rim demonstra que
a população tem se conscientizado
da importância desse ato de solidariedade que é a doação de órgãos
e tecidos. Além disso, ratifica o
empenho da Central de Transplantes e de todos os profissionais
envolvidos no processo para que os
procedimentos se tornem realidade.
Temos equipe de referência para
captação de órgãos e de transplante
de rim que estão à disposição todos
os dias do ano para que as pessoas
em fila de espera possam ganhar
essa qualidade de vida”, afirma a
coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE),
Noemy Gomes.
Além de rim, Pernambuco também bateu o recorde de transplantes de fígado. Ao todo, foram 137
procedimentos, um aumento de
P
6% em relação a 2017 (129). O recorde anterior tinha sido alcançado
em 2012, com 134 transplantes.
“O paciente em fila por um rim
tem na hemodiálise uma alternativa de tratamento para continuar
vivendo. Já quem espera por um
fígado tem mais pressa, por não ter
uma terapia substitutiva. Precisamos comemorar o aumento e
continuar trabalhando para ampliar
ainda mais o número de doações e,
consequentemente, de transplantes”, frisa Noemy Gomes.
BALANÇO GERAL – Na análise apenas dos órgãos sólidos
(coração, fígado, rim e pâncreas),
Pernambuco obteve um aumento
de 9,6% nos transplantes (652),
comparado com 2017 (595). Além
dos 463 de rim e os 137 de fígado,
foram realizados 42 de coração
(54 em 2017 / -22%), 5 de
rim/pâncreas (6 em 2017 / -17%)
e 5 de fígado/rim (2 em 2017 /
+150%).
Somado os transplantes de tecidos (córnea e medula óssea), totalizam 1.652 procedimentos em
2018, uma diminuição de 7,7%
em relação a 2017 (1.790). De
medula óssea foram 225, mesmo
quantitativo de 2017, e 775 de
córnea (969 em 2017 / -20%).
A coordenadora da CT-PE lembra que a diminuição nos trans-
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PARA NOEMY
Gomes, população
está mais consciente
sobre a importância
da doação
plantes de córnea, quando comparados os dados de 2017 e 2018, é
decorrente da fila zerada para esse
tecido em 2017. “Desde junho de
2017 estamos com o status de córnea zero. Isso significa que todo
paciente com indicativo para o
procedimento, com os exames
realizados, bem de saúde e
inscrito na lista, fará o transplante
em até 30 dias. Isso é um grande
avanço que vem sendo mantido há
1 ano e meio e que diminuiu consideravelmente o número de pacientes que precisam de córnea”,
pontua Noemy.
FILA DE ESPERA – Atualmente, 1.128 pessoas estão em fila de
espera por um órgão e tecido em
Pernambuco. A maior lista é a de
rim, com 852 pacientes, seguida
de fígado (124), córnea (116), medula óssea (16), coração (13) e
rim/pâncreas (7).
NEGATIVA FAMILIAR – Em
2018, as Organizações de Procura
de Órgãos (OPO) realizaram 339
entrevistas com familiares de pacientes com morte encefálica.
Desse total, 183 autorizaram a
doação e 156 negaram. Isso signi-
fica que 46% das potenciais doações não puderam ser efetivadas.
A morte encefálica acontece
quando o cérebro perde a capacidade de comandar as funções do
corpo, como consequência de uma
lesão conhecida e comprovada. No
caso da morte encefálica, o paciente é um potencial doador de órgãos sólidos (coração, rins, pâncreas e fígado) e tecido (córnea).
No caso da morte do coração, o paciente pode doar apenas as córneas.
“A população ainda tem muitas
dúvidas e mitos relacionados à morte encefálica. Nas unidades hospitalares, os profissionais de saúde
esclarecem aos familiares dos
potenciais doadores, mas precisamos difundir esse tipo de informação para que cada pessoa possa decidir em vida se quer ser doador de órgãos e tecidos. Todos precisam ficar cientes que o diagnóstico de morte encefálica segue
um rígido protocolo na sua confirmação e que a família receberá o
corpo do ente querido íntegro para
realizar todas as cerimônias de despedida. Como a doação só ocorre
com a autorização de um familiar
de até segundo grau, de acordo com
a legislação brasileira, precisamos
difundir esse tema; tirar dúvidas,
mitos e preconceitos; e saber que
esse ato pode salvar muitas vidas”,
pontua a coordenadora da CT-PE.
ADOLESCENTES REPRESENTAM 23% DOS PARTOS REALIZADOS NO SUS EM PE
Semana Nacional busca informar sobre prevenção à gravidez no público jovem.
A partir deste ano, ficou instituída, pelo Ministério da
Saúde (MS), a Semana Nacional de Prevenção à Gravidez na PARA LETÍCIA Katz,
Adolescência, celebrada na semana do dia 1o de fevereiro. De é importante que os
acordo com a lei, o objetivo é disseminar informações sobre jovens tenham acesso
medidas preventivas e educativas que contribuam para a à informação
redução da gestação na faixa etária entre 10 e 19 anos. Em
Pernambuco, o número de partos na rede pública nessa
população vem caindo nos últimos anos, contudo, representa
mais de 20% do total.
Em 2013, dos mais de 105 mil partos realizados pelo SUS
em Pernambuco, 27,5 mil foram em adolescentes entre 10 e
19 anos. Isso representa 26% do total. Já em 2017 foram 103
mil partos, sendo 24,8 mil em jovens (23%). Comparando
2013 com 2017, houve uma queda de 10,7% nas ocorrências
envolvendo adolescentes. “O exercício da sexualidade está se
iniciando cada vez mais cedo. Essas atividades sexuais
precoces e desprotegidas podem desencadear uma gravidez não planejada ou não
intencional, além de infecções sexualmente transmissíveis. A gravidez precoce induz os
adolescentes a ingressarem na vida adulta rapidamente, acarretando consequências
psicossociais negativas nessa etapa da vida”, afirma a médica e gerente de Atenção à Saúde
da Mulher da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Letícia Katz.
De acordo com Katz, é importante que os jovens tenham acesso à informação para
prevenir uma eventual gravidez. “É imprescindível que os profissionais dos serviços de
saúde acolham esse público com escuta qualificada e garantam o acesso a informações
sobre saúde sexual, reprodutiva e métodos contraceptivos disponíveis. Oferecer
orientações com linguagem clara e apropriada para a faixa etária é uma das formas que
temos de prevenir uma gravidez indesejada ou não intencional. A adolescência é uma fase
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de descobertas e conquistas para os jovens, que deveriam
estar vivenciando outras experiências de vida que não a
maternidade/paternidade”, pontua. A médica reforça que os
jovens têm garantido o sigilo e a privacidade da consulta e
que, juntamente com os profissionais de saúde, podem
escolher o método contraceptivo adequado a sua necessidade, que pode ser o uso de camisinha (masculina ou
feminina), de pílulas ou injeção anticoncepcional ou ainda a
inserção do DIU.
“Havendo a suspeita da gravidez, é importante que a
adolescente já procure a assistência em saúde, sendo
fundamental que as unidades básicas de atendimento
mantenham as portas abertas para acolher os adolescentes e
assegurar que o teste rápido de gravidez seja realizado mais
precocemente possível. Iniciar o pré-natal antes da 12a
semana de gestação é importante para evitar intercorrências
na jovem e no bebê”, diz Letícia Katz. Uma gravidez em idade precoce pode levar a
problemas de saúde graves como pré-eclâmpsia e eclâmpia, parto prematuro, bebê de
baixo peso ou subnutrido, aumento do risco de depressão pós-parto e de rejeição do filho.
Além do risco de morte do feto e da gestante, a gravidez na adolescência pode causar
conflitos ou comprometimento nos projetos de vida no âmbito familiar, social,
educacional e profissional.
A médica ainda lembra que os adolescentes masculinos também devem e podem
procurar os serviços de saúde para tirar suas dúvidas. “A prevenção da gravidez na
adolescência não está restrita apenas às jovens, mas também aos meninos, que são coresponsáveis pela prevenção e cuidados com a saúde, sendo necessário que eles também
exerçam o auto-cuidado com atitudes e práticas seguras”.