DOEPE 10/01/2020 - Pág. 1 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
Diário Oficial
Estado de Pernambuco
Ano XCVII • No 6
Poder Executivo
Recife, sexta-feira, 10 de janeiro de 2020
SAÚDE
Pernambuco inicia estratégia de
implantação da vacina de febre amarela
A
Doses de rotina começam a ser disponibilizadas em janeiro para 43 municípios
da região de Palmares e de Garanhuns. A partir de março, para todo o Estado.
Secretaria Estadual
de Saúde (SES-PE),
por meio da Superintendência de Imunizações
e das Doenças Imunopreveníveis, inicia, neste primeiro
semestre de 2020, estratégia
estadual para a implantação
da vacina contra febre amarela na rotina de imunização
dos pernambucanos. Isso significa que o imunizante estará
disponível para a população
diariamente nos postos de
saúde, integrando o calendário
vacinal, assim como as doses
contra doenças como sarampo e caxumba. A estratégia
começa pelo Agreste e Zona
da Mata em janeiro e, para
todo o Estado, apenas a partir
de março. A determinação de
ampliar e incluir a vacina de
forma rotineira é uma proposta
do Ministério da Saúde (MS)
para todo o Brasil. Atualmente, o imunizante já é ofertado
rotineiramente em 19 Estados.
Até então, Pernambuco
estava incluso nas áreas sem
recomendação de vacinação
(ASRV) por não ser território de risco para a doença - o
último caso de febre amarela no Estado foi em 1938,
ou seja, são mais de 80 anos
sem a circulação do vírus.
Mesmo assim, para concluir
a agenda da ampliação da
vacina para todo o território
nacional, a região Nordeste passa a fazer parte dessa
ação preventiva. A proteção
será voltada para crianças
de 9 meses até adultos de
59 anos. A novidade é que
será introduzida a dose de
reforço de febre amarela
para todas as crianças aos 4
anos de idade. Acima dessa
faixa etária, será necessária
apenas uma dose.
Em Pernambuco, a ampliação da vacina febre amarela
para as ações de rotina acontecerá de forma estratégica e
gradual. As áreas prioritárias
para vacinação, já a partir
deste mês de janeiro, serão
as 43 cidades que compõem
a III e V Gerências Regionais
de Saúde (Geres), com sede
em Palmares, na Mata Sul, e
Garanhuns, no Agreste pernambucano, respectivamente,
totalizando mais de 1 milhão
de pessoas. É importante que
a população verifique com
seu município como funcionará esse tipo de vacinação no
seu território. A escolha dessa
região se deu com base em
estudos que identificaram os
espaços possivelmente mais
vulneráveis,
denominados
corredores ecológicos, áreas
de transição entre remanescentes florestais e caatinga. A
partir de março de 2020, a expansão acontecerá para todas
as Regionais de Saúde, totalizando 8,4 milhões de pessoas.
“Desde 2016, principalmente nas regiões Sul e
Sudeste, houve um grande
aumento de casos de febre
amarela, ocasionando um dos
maiores surtos das últimas
décadas. Diante desse cenário
epidemiológico, observou-se
a expansão da área de circulação do vírus em locais que,
anteriormente, não eram de
risco para a doença. Por isso,
o objetivo dessa ação é ampliar a oferta da vacina na rotina dos postos de saúde para
manter a população imunizada”, afirma a superintendente
de Imunizações da SES-PE,
Ana Catarina de Melo. É preciso destacar que Pernambuco continua sem registros de
casos da doença. “Com essa
F
vacinação de rotina, ampliamos a proteção da nossa população e podemos evitar a
reintrodução do vírus em solo
pernambucano”, pontua Ana.
Ela destaca que, inicialmente,
o único público que terá uma
meta vacinal, de 95%, será as
crianças menores de 1 ano.
:
/SES
E
– O
esquema vacinal completo
será de uma dose da vacina
aos 9 meses de vida da criança e outra dose de reforço aos
4 anos de idade. Crianças, jovens, adolescentes e adultos,
de 5 a 59 anos, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação, devem tomar apenas uma dose
da vacina. Quem já recebeu
uma dose da vacina acima de
5 anos de idade pode ser considerado vacinado.
Gestantes, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação, e
mulheres que estejam amamentando crianças com até
6 meses de vida, que nunca
foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação, não há
indicação para imunização.
Para pessoas com 60 anos ou
mais, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante
de vacinação, o serviço de
saúde deverá avaliar a pertinência da vacinação, levando
em conta o risco da doença e
o risco de eventos adversos
nessa faixa etária e/ou decorrentes de comorbidades.
No caso de viajantes internacionais, a orientação é
seguir o Regulamento Sanitário Internacional (RSI) que
recomenda uma única dose
na vida. O viajante deverá se
vacinar pelo menos 10 dias
antes da viagem.
P
dose é
tomada aos nove meses
de vida e o reforço aos
quatro anos. Quem
recebeu uma dose acima
de cinco anos de idade é
considerado vacinado
A
– A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informa que foi notificada, no final
de dezembro, da morte de 14
macacos (sagui) em um condomínio fechado de Aldeia.
Após a notificação, em 26.12,
técnicos do Programa Estadual de Controle das Arboviroses
estiveram no local para coletar
os animais, objetivando fazer
as análises para averiguar o
que pode ter provocado os
óbitos, como herpes, dengue
ou febre amarela. O material
já está sendo processado por
laboratórios de Pernambuco,
Bahia e Pará.
O Estado tem feito treinamento e palestras com a
população do condomínio e
os profissionais do município
para orientar sobre a importância de notificar a ocorrência de
morte de primatas não humanos e os cuidados ao encontrar
esses animais. Também foi reforçada a importância de não
alimentar animais silvestres e,
de forma alguma, maltratá-los.
Importante frisar que matar
macaco é um crime previsto
em lei, com sanções como prisão e pagamento de multa.
Além disso, de forma preventiva, será feita vacinação
de bloqueio contra a febre
amarela na população que
vive no condomínio afetado.
A atividade de imunização
será realizada pelo município
de Camaragibe. O Programa
Estadual de Imunização já
capacitou os profissionais das
salas de vacina e da Atenção
Primária da cidade.
Por fim, a SES-PE informa que não registra casos autóctones de febre amarela em
Pernambuco desde 1938. Ou
seja, não há a circulação do vírus da doença no Estado desde
então. Destaca-se também que
os macacos não transmitem a
doença para os humanos, sendo vítimas também do vírus
(transmitido por um mosquito
silvestre encontrado em matas). Importante lembrar, ainda,
que Pernambuco realiza, desde
2017, a vigilância em epizootia
para monitorar a mortalidade de primatas não humanos.
Desde então, não há nenhum
óbito relacionado à febre amarela desses animais no Estado.
CERTIFICADO DIGITALMENTE