DOEPE 13/11/2020 - Pág. 2 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
2 - Ano XCVII • NÀ 212
Diário Oficial do Estado de Pernambuco - Poder Executivo
Recife, 13 de novembro de 2020
SAÚDE
Governo de Pernambuco realiza balanço dos
oito meses de enfrentamento à Covid-19
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Serão abertos 107 novos
leitos para atender à
flutuação dos índices de
pacientes com SRAG em
hospitais do Estado.
O
Governo de Pernambuco realizou,
ontem, um balanço das ações executadas nos últimos oito meses, desde
os primeiros casos confirmados da Covid-19
no Estado, e comunicou novas medidas a serem adotadas. Durante coletiva de imprensa transmitida online, o Governo anunciou a
abertura de mais 107 leitos, sendo 60 de UTI
e 47 de enfermaria, para o atendimento aos
pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em hospitais de referência.
Na coletiva, o secretário estadual de Saúde, André Longo, analisou os atuais indicadores epidemiológicos da doença e reforçou
à população que não há, até o momento, sinais de que Pernambuco esteja passando por
uma “segunda onda” do novo coronavírus.
“Os estudos apontam que, para a configuração de uma segunda onda, seria necessário
um aumento sustentado de 60% nos casos
em relação ao patamar do vale de baixa, que
nós atingimos. Os atuais indicadores nos colocam ainda longe deste cenário”, explicou.
N ! " $%&' " – Nesta quinta, já foram
abertos 77 leitos, sendo 40 de terapia intensiva e 37 de enfermaria, nos hospitais Maria
Vitória, no bairro de Areias, e Evangélico,
na Torre, ambos no Recife. Do total de 107
leitos, o Hospital Maria Vitória conta com
50 vagas (sendo 30 de UTI e 20 de enfermaria) e o Hospital Evangélico dispõe de 27
vagas, (17 de enfermaria e 10 de UTI). Nos
próximos dias ainda serão disponibilizadas
mais 30 vagas, sendo 20 de UTI e 10 de enfermaria, no Hospital de Referência à Covid-19 – Boa Viagem (antigo Alfa).
“Com a abertura dessas novas vagas, a taxa de ocupação irá para patamares menores.
Vale lembrar que, ao longo dos últimos meses, com a redução da demanda e para evitar
a ociosidade, mais de 1.500 leitos foram bloqueados. Dessa forma, com índices baixos e
menor disponibilidade de leitos devido à desmobilização, qualquer flutuação nos dados
causa mudanças significativas nas taxas de
ocupação. No entanto, nosso plano de contingência previa o desbloqueio e reconversão
de leitos, caso fosse alcançado o percentual
de 80%”, afirmou o secretário de Saúde.
Com a abertura das novas vagas, a ocupação média dos 1.692 leitos dedicados a
casos suspeitos e confirmados da Covid-19
em Pernambuco está em 60%, sendo 74%
de UTI (822 leitos) e de 46% de enfermaria (870).
N()%* " +, ",(+% – Na análise de mais
uma semana epidemiológica (SE 45), a Secretaria de Saúde registrou que os números
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André Longo, disse que não
há, até o momento, sinais de
que Pernambuco esteja
passando por uma “segunda
onda” do novo coronavírus
da primeira semana do mês de novembro
são melhores que os da primeira semana de
outubro – mês com os melhores indicadores da Covid-19 desde abril, quando houve
a aceleração da curva epidêmica. Na SE 45,
o Estado registrou uma queda de 9,6% nos
óbitos por SRAG em 15 dias – apontando
uma flutuação com estabilidade entre a SE
45 e a SE44, com quatro casos de diferença
de uma semana para outra.
Na comparação com a primeira semana
de outubro, houve uma queda de 5,75%. Já
em relação aos casos graves suspeitos, foi
registrada uma oscilação de 5% na comparação com a SE 44, o que corresponde a 33
casos, e de 3,9% em relação à SE 43 (quando foram registrados 26 casos). Na comparação com a semana 41, o Estado registrou
queda de 6%.
L%& A$+&* B$,-. – Participou também da
coletiva o secretário estadual de Cultura, Gilberto Freyre Neto, que fez um balanço das
propostas enviadas pelos profissionais da área
em todas as regiões do Estado para os editais
promovidos com recursos da Lei Aldir Blanc
de auxílio aos trabalhadores de cultura. Segundo ele, já existe um número considerável, de
quase 2,7 mil projetos apresentados, que vão
passar por um processo de julgamento por diversas comissões técnicas, instituídas para
classificá-los.
“Na sequência, nós vamos iniciar o processo de contratação e pagamento dessa política de fomento, que foi estabelecida para
que as atividades culturais sejam realizadas
dentro desse modelo possível de convivência com a pandemia”, afirmou Freyre Neto.
O período de análises se estende até o dia
20/11, com o resultado preliminar publicado nos dias 22 e 23 do mesmo mês. O resultado final será divulgado entre os dias 3 e 7
de dezembro.
Kayla, mulher trans,
conquistou a liberdade, o
primeiro emprego e agora
deseja a mudança de nome
Kayla Emanuele da Silva, 26 anos,
reeducanda do regime aberto, trabalha
como assessora da Diretoria de Drenagem da Prefeitura de Olinda, na Região
Metropolitana do Recife. É o primeiro
emprego dela depois da prisão, obtido
em virtude de um convênio da prefeitura junto ao Patronato Penitenciário, Órgão de Execuções Penais da Secretaria
de Justiça e Direitos Humanos (SJDH).
Mas Kayla deseja mais. Ela é mulher
trans e deseja ser chamada pelo nome feminino. Por isso deu entrada no pedido
de retificação do nome. Luta pelo fim dos
constrangimentos.
Kayla passou dois anos no Presídio de
Igarassu (PIG) - unidade que tem pavilhão
específico para o público LGBT - e mais
seis meses na Penitenciária Agroindustrial
São João (PAI), em Itamaracá. “Atendo as
pessoas, faço as solicitações de drenagens,
faço assessoria para a equipe. Quando entrei, fazia varrição, mas depois me encaminharam para este setor, onde estou há
quatro meses e gosto muito.”
Kayla foi orientada pela equipe do
Centro Estadual de Combate à Homofobia (CECH) a procurar a Defensoria Pública para registrar o nome social nos do-
cumentos. Agora faltam apenas algumas
certidões para concluir o processo. “Com
a mudança de Harlan para Kayla, espero
que tudo melhore, principalmente que eu
não passe mais pelo constrangimento das
pessoas me chamarem por ele.”
A adoção do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero foi garantido pelo Decreto no 8.727, de abril de
2016, da Presidência da República. Ele
prevê que a pessoa transgênera ou travesti tem o direito de solicitar a mudança do
seu pré nome em documentos oficiais e
nos registros dos sistemas de informação
dos órgãos e entidades da administração
pública federal.
De acordo com o superintendente do
Patronato Penitenciário, Josafá Reis, “reintegrar-se a sociedade, ressocializar-se
e transformar a vida através do trabalho, cumprindo pena, é muito difícil para os reeducandos por conta do preconceito. Para uma mulher trans, romper as
barreiras do preconceito se torna mais difícil ainda, e ela está conseguindo através
da oportunidade dada pelo Patronato Penitenciário. Isso é um exemplo para outros reeducandos de que nada é impossível, é só querer.”