TJBA 30/09/2022 - Pág. 2220 - CADERNO 3 - ENTRÂNCIA INTERMEDIÁRIA - Tribunal de Justiça da Bahia
TJBA - DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO - Nº 3.189- Disponibilização: sexta-feira, 30 de setembro de 2022
Cad 3/ Página 2220
que a mulher de Joselito saiba dos abusos; que depois que cresceu, entendeu que seria impossível a esposa de Joselito estar
na cozinha e ele molestar ela no quarto, na sala e sua esposa não perceber nada e não ouvir os gritos de desespero; que por
mais que Joselito calasse a sua boca com a mão, escuta-se algum som; que a mulher de Joselito estava em casa quando o
mesmo praticava os abusos; que a esposa de Joselito também ficava na cantina; que a cantina é integrada com a escola; que
após os abusos na escola Joselito liberava ela; que Joselito chegava a atravessar ela na pista; que ficava trancada com Joselito
na sala de aula e a esposa de Joselito ficava na cantina; que a escola é pequena, como se fosse uma casa com um cômodo;
que a cozinha era pequena e ficava próximo da escola; que era apenas uma sala de aula; que só existia Joselito como professor;
que não existia mais professores ou funcionários na escola; que na época que estudou nessa escola, apenas se tinha Joselito
como professor e sua esposa como merendeira; que quem fazia a limpeza da escola era a esposa de Joselito; que às vezes ia a
coordenadora Solange na escola; que não relatou esse caso quando era criança; que quando era criança, Joselito lhe ameaçava
de morte, também ameaçava que iria matar a sua família; que até hoje tem medo do Joselito; que não fica no mesmo ambiente
que Joselito está; que fez tratamento psicológico; que não teve o exame pericial, pois não falou esse fato quando era criança; que
atualmente mora em São Paulo; que faz o tratamento online com a psicóloga da Bahia; que relatou esse fato depois de adulta
para a sua família; que relatou para a família, pois tentou se suicidar por causa disso; que quando estava se cortando, pediu
ajuda para a sua família, pois não estava aguentando mais ficar com isso só para ela; que precisava de um alivio; que todos os
dias tinha pesadelo; que quando tinha alguns pesadelos fazia xixi na cama; que ainda faz xixi na cama; que sua cabeça sempre
voltava para cenas que aconteceu com Joselito; que tentava o suicídio, pois achava que era uma forma para acabar com tudo
isso; que buscou ajuda psicológica; que começou fazer o tratamento em São Paulo, mas retornou para a Bahia, pois o tratamento
na Bahia era gratuito; que sua família não tem condições de pagar um tratamento; que o CAPS que ia em São Paulo o tratamento
é 2 ou 1 vez no mês, quando consegue encaixe; que da forma que estava precisava de acompanhamento toda semana; que não
chegou a falar nada para a esposa de Joselito; que às vezes se pergunta se Joselito não ameaça a esposa ou se ela se calava
por livre e espontânea vontade para ser conivente com o marido; que não tem contato com nenhum deles, com a família dele;
que os abusos não eram todos os dias; que Joselito lhe dava doce e pedia segredo; que os abusos eram quase todos os dias
da semana; que Joselito liberava os outros alunos e deixava ela por último; que Joselito falava que ela era fraca na escola e lhe
direcionava atividades extras; que não conseguia aprender como os outros, então Joselito sempre imprimia uma atividade para
ela, liberava os outros alunos e ela ficava na sala; que é uma comunidade pequena; que quando estudava nessa escola as casas
próximas era a de Joselito e de uma tia sua; que as outras casas eram afastadas da escola; que a sua tia ainda mora perto da escola; que não tem como responder se outras pessoas desconfiavam; que hoje suspeita que a esposa do Joselito saiba dos abusos, pois não tem como ela ver seu esposo trancando com uma aluna todos os dias e não perceber nada; que Joselito liberava
os alunos antes do horário de saída e ficava com ela até o horário de saída; que Joselito é um psicopata, ele fazia tudo certinho;
que Joselito liberava os outros alunos antes do horário de saída e ela ficava na sala; que não tem como chegar feliz em casa em
uma situação dessa; que não sabia o que estava acontecendo; que foi entender que se tratava de abusos quando estudou sobre
educação sexual em outra escola; que era uma criança nervosa; que comia pouco; que não falou para a mãe, pois Joselito ameaçava ela; que a sua mãe não lhe orientava com relação a ninguém pode tocar em tal local e também não conversava com mãe
sobre escola; que sua mãe era mãe solteira, criando ela e os irmãos; que Joselito lhe molestava e após limpava o seu corpo; que
Joselito às vezes ejaculava em sua boca; que após os abusos, Joselito lhe arrumava e fingia que nada tinha acontecido; que na
época teve anemia; que era uma criança rebelde; que não gostava que ninguém tocasse em seu corpo; que era ameaçada por
Joselito; que sua mãe é separada; que não se recorda quantas meninas tinha na sala; que não se recorda quantos alunos tinha
na sala; que não tem como se recordar quantos alunos tinha na sala, pois na época tinha 6, 7 anos de idade; que a esposa de
Joselito era merendeira da escola; que a casa deles não eram grande na época; que era servido o lanche umas 10h da manhã;
que os abusos foi de 6 anos de idade até finalizar o 4º ano; que naquela época, Joselito sempre foi o seu professor; que quando
começava a gritar, Joselito tampava a sua boca; que não tem como saber se a população escutava; que todas às vezes que ia ser
abusada tentava gritar, correr e bater em Joselito; que era pequena e Joselito era um homem; que Joselito tentava a penetração
e quando via que ia machucar ela, ele parava; que no final do abuso, Joselito lhe limpava, colocava a roupa nela e arrumava o
cabelo dela; que nunca chegou sangrar”.
Marineide Alves dos Santos, conselheira tutelar arrolada como testemunha de acusação, afirmou: “que em 2020 receberam
uma denúncia através do disk 100; que a denúncia relatava que a senhora Maisa foi abusada sexualmente pelo senhor Joselito
Cerqueira; que após o recebimento da denúncia, em 10 de agosto de 2020 entraram em contato com o senhor Joselito; que o
senhor Joselito foi até o Conselho; que indagaram Joselito referente a denúncia recebida; que Joselito falou que era infundada a
denúncia; que a denúncia não era verídica; que no dia 14 de agosto de 2020 receberam no Conselho a senhora Maisa juntamente com Isamara, que é psicóloga; que Maisa relatou que foi abusada pelo senhor Joselito dos 6 anos de idade até os 10 anos; que
Maisa relatou como sofreu os abusos; que não tem delegacia na cidade e por esse motivo nesse mesmo dia a tarde foram até
a delegacia de Seabra; que Maisa foi ouvida por Doutor Marcelo; que todo o relato feito por Maisa no Conselho foi ratificado na
delegacia de Seabra; que Maisa relatou que era abusada desde os 6 anos pelo senhor Joselito; que na época o senhor Joselito
era professor da Maisa; que o senhor Joselito chamava as alunas para a sua mesa e colocava um livro e se masturbava; que
Joselito mandava os outros alunos embora e ficava apenas com a Maisa na sala; que Joselito esfregava suas partes genitais nas
partes íntimas de Maisa; que a merenda da escola era servida na casa de Joselito e que os alunos eram atraídos para a casa
dele por causa da merenda; que Joselito passou a abusar a Maisa na casa dele; que Joselito trancava a Maisa em um quarto
e abusava sexualmente; que segunda a Maisa houve penetração; que de início era só masturbação; que depois aconteceu a
penetração; que a Maisa mencionou que Joselito trancava ele e ela no quarto; que a merenda era servida na casa dele; que é
Conselheira tutelar da cidade de Ibitiara; que não teve relato de alguma pessoa que presenciou essa situação; que no Conselho