TRF3 24/05/2018 - Pág. 542 - Publicações Judiciais I - Capital SP - Tribunal Regional Federal 3ª Região
identidade... puta, aí foi aquele... aí ele assinou lá, a gente saiu de lá p. da vida. Ele e a mulher tiveram uma atitude de quem achava que era
mandado de prisão, tanto que ela a gente teve que insistir pro funcionário ligar pra ela, que a gente intimou ela lá na porta do shopping. Que ela
achava que era prisão. Depois que foi instaurado o inquérito que a gente foi ver que ela já tinha sido presa e tudo mais, e ele tava com um
processo na época, na Justiça Federal, então ele já tava com medo que... Bom, aí nós saímos do local. Ele fala aqui que a gente entrou dentro de
uma cozinha e foi pedir uma suposta quantia indevida pra ele, eu quero saber onde aparece imagem de um de nós saindo com ele e entrando
nessa tal cozinha. Ele tinha câmera também dentro da sala de reunião, não tem uma imagem de dentro da sala de reunião, é tudo imagem do lado
de fora, e tinha câmera por todo o coiso dele, como ele mesmo falou aqui. É assim, passa pela porta e sobe uma escada, aí tem um coisa e uma
sala de reunião, um hall de entrada com várias portas, várias salas com os funcionários trabalhando normal lá, o tempo que ficamos lá não
atrapalhamos nada, ficou todo mundo trabalhando normalmente, nada, normalmente. Então não tem uma imagem da gente saindo da sala, a única
vez que a gente sai dessa sala de reunião é quando ele leva a gente pra conhecer a empresa e quando a gente vai embora, então não existe essa
imagem da gente entrando na cozinha, e outra, ele vem desde o IPL e PAD e nunca falou de cozinha, que foi feita alguma coisa na cozinha, ele
falou que tinha sido feito na sala de reunião, aí agora veio falar desse negócio de cozinha, porque em cozinha logicamente não tinha câmera. Não
sei dizer por que ele criou essa história, porque ou ele pegou birra, não sei, ele é uma pessoa que não quer perder em nada. Ele caiu aqui em
várias contradições no depoimento dele, ele chegou desde o IPL até o PAD ele fala que nós pedimos pro PEDRO, que o PEDRO estava
presente quando pedimos propina pra ele. E o PEDRO nega sempre, falou que não ouviu e nem o GOU falou pra ele, e o seu PEDRO ficou com
a gente quase 80% do tempo em que ficamos na empresa. Aí ele vem aqui e tem a cara de pau e o cinismo de falar que o que ele falou na polícia
tava errado, que o depoimento dele tava errado, e quando o advogado aqui perguntou pra ele que ele falou que pediram pro PEDRO e ele não,
não pediram nada pro PEDRO, quer dizer, ele mudou tudo, então tá errado? Mas como tá errado? Ele foi lá no PAD, ratificou o que falou e
agora vem aqui e muda? O PAD deram por demissão; ainda não fui demitido porque tá em Brasília. Continuando, quando ele fala aqui eles não
pediram pro PEDRO, mas lá ele falou que pedimos, no IPL e no PAD, aí falou que o depoimento tava errado. E o PEDRO fala aqui que nem o
GOU nem nós falamos em dinheiro. Então o depoimento do GOU caiu em contradição. E o Senhor PEDRO veio com advogado aqui para
depor. Quando a gente estava lá embaixo, que a gente não podia ficar aqui porque as testemunhas não queriam nossa presença, a gente ficou lá
embaixo, e nisso chegou e sentou do nosso lado o advogado do Senhor Pedro, o doutor EDSON RUBENS POLIDO, sentou lá, começou a
conversar, falou não esquenta a cabeça, isso vai se resolver, não precisa ficar assim, aí ele contou um negócio pra nós, lá fora, que uns dias antes,
a LIU JIAPEI, a esposa do GOU, que é conhecida como ANA, foi até o escritório de contabilidade lá do PEDRO e foi pedir pra ele falar aqui
em audiência que nós tínhamos pedido 50 mil pra ele, aí o Senhor Francisco, que não sei se é sócio ou dono lá do escritório de contabilidade
chegou e falou não, senhora, eu não vou pôr o PEDRO nessa enrascada, de maneira nenhuma, não, mas se quiser eu peço pro meu marido vir
falar com o senhor, de jeito nenhum, eu até posso perder o cliente, mas não vou fazer o PEDRO passar por isso, mentir em audiência, por isso
ele veio com advogado aqui. O PEDRO manteve o depoimento dele do começo ao fim, não que nem eles que foram mudando o depoimento
toda hora, dá nítida impressão de que eles pensaram que ia parar na polícia, que não ia chegar aqui na Justiça, porque do inquérito até o PAD
eles mantiveram a mesma linha, mas quando chegou aqui todo mundo mudou, a JIAPEI mudou do que ela falou no IPL para o que ela falou aqui
(cf. fl. 689 e mídia digital de fl. 691).Exatamente no mesmo sentido foi o interrogatório do acusado JOSÉ CARLOS HOROWICZ:Sobre as
acusações, num primeiro ponto, podemos afirmar que são mentiras absolutas. Não houve nada disso que foi dito nos depoimentos, há muitas
contradições que a gente pode apontar, ponto por ponto e provar que fomos envolvidos em uma mentira absurda, e os demais depoentes, os
funcionários e pessoas ligadas ao GOU foram orientadas por ele e coagidas por ele, sob pena de perder o emprego ou algo assim. Para a gente
foi uma situação inesperada e surpresa e ver também como o departamento acolheu essa mentira como verdade absoluta e incontestável, porque
ao longo desse curso, desde a instauração do inquérito e processo administrativo a gente não teve sequer a chance de falar e ser ouvido, parece
que entrava num ouvido e saí por outro, esse foi o tratamento que nos foi dado por nossos delegados, da nossa casa, adotaram aquilo como
verdade e foi uma coisa absurda pra gente, assim, de assustar, de indignar, de revoltar a gente ficou apático, contando com a possibilidade de
hoje estar aqui para poder refutar ponto por ponto e explicar o que efetivamente aconteceu e apontar como são contraditórios os
depoimentos.Estive lá no dia 28.06 para intimação do GOU. Antes da nossa presença lá, só para explicar, a gente anda com um calhamaço de
intimações que a gente vai pegando durante a semana e vão acumulando, então a gente vai fazendo de acordo com o endereço, com datas, não
em relação a inquéritos, nomes, isso a gente nem olha, porque vem pra gente inquéritos de todas delegacias, converge tudo pra gente, então a
gente vai olhando data, prioridade e vai mais ou menos mapeando em relação a endereços. Na época a gente fazia zona norte e fomos fazer
centro porque tava sem ninguém, tava sem equipe, com carência de policiais lá, então a gente começou a fazer centro provisoriamente em apoio
ao Doutor Machado, que nos pediu. Geralmente a gente fazia primeiro zona norte, o mais distante, em favelas, Francisco Morato, Caieiras, e ia
descendo, ia pro centro e depois ia embora. Nesse dia chegamos lá no centro e fomos fazer a intimação do GOU, na Florêncio, tocamos a
campainha, ninguém atendia, perguntamos nas imediações se tinha alguém no local, se estava ativo o local, acho que era um estacionamento ali,
falaram que tinha gente, que podia tocar, insistimos, tocamos, vimos que tinha câmera na porta ali, mas era uma porta, sem nada, sem
identificação de empresa ali, era um buraquinho ali. Tocamos, tocamos, até que alguém atendeu, nos identificamos, falamos que era da polícia
federal, que tinha uma intimação e citamos o nome do GOU, como a gente sempre faz, é padrão, polícia federal, temos intimação para fulano de
tal, ah, só um minuto, aí não respondia, tocamos de novo, não respondia, tocamos de novo, umas três, quatro vezes, até que atendeu, uma moça
e perguntou se nós éramos mesmo da Polícia Federal, sim, somos da polícia federal e estamos com uma intimação para o GOU, será que você
pode atender a gente aqui, aí ela falou assim escuta, vocês podem dar o nome de vocês, telefone de contato, pra gente confirmar se vocês são da
polícia federal, sim, demos o nome e o telefone da secretária, que é ao lado da sala do doutor Machado, pode ligar lá, é da polícia federal, somos
nós dois. Aí deu um tempo, ficamos quase uns 30 minutos lá embaixo entre tocar, atender, não atender, disseram que iam ligar, não ligaram com
certeza, senão teriam ligado de volta pra gente, já é um procedimento lá acordado, a delegacia liga pra confirmar se somos nós, se não é ninguém
se fazendo passar por nós, procedimento de segurança, então a gente sabia que não tinham ligado, tavam só enrolado. Aí abrem a porta, atendeu
o GOU e a LIVIA, desceram juntos... ah, antes, nesse processo de demora, de só um minuto, aguarda um pouquinho, nós sacamos nossas
carteiras, vimos que tinha câmera e nos identificamos nas câmeras, com a carteira, mostrando a carteira da polícia e falando no interfone que era
da polícia federal e que tínhamos uma intimação. Depois de tudo isso, quase meia hora depois, eles desceram, a gente chegou 2 horas e entramos
2 e meia. Eles desceram, nós ainda do lado de fora nos identificamos de novo pra eles, perguntamos sobre o GOU, ele disse que era ele mesmo,
pedimos um documento pra ele e ele falou que estava lá em cima, a LIVIA perguntou se a gente tinha algum mandado, aí a gente falou que não,
que não precisava, que era só uma intimação, ela queria um mandado judicial pra gente entregar a intimação, a gente explicou que era só uma
intimação, mandado tá aqui, esse é o mandado. Aí ele falou não, sobe que eu vou pegar meu documento, ele chamou, a gente não pediu pra
entrar na empresa, ele chamou que ele ia pegar o documento, se ele só pegasse o documento e assinasse a gente ia embora. Ele pega e nos
DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 3ª REGIÃO
Data de Divulgação: 24/05/2018 542/664