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Recife, 10 de setembro de 2016
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Ano XCIII • N0 170 – 3
PESQUISA UFPE
Estudo científico comprova
eficácia do Mãe Coruja
Henrique Soares
Uma pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), comprovou o efeito do
Programa Mãe Coruja Pernambucana na redução da mortalidade infantil no Estado.
FOTO: GUSTAVO BURKHARDT/ DIVULGAÇÃO
ntitulada “Avaliação do Impacto do Programa Mãe Coruja Pernambucana nas
Taxas de Mortalidade Infantil e Materna em Pernambuco”, a dissertação de
mestrado foi produzida pela enfermeira Alessandra Cabral e orientada pelo
professor doutor Breno Sampaio, no Programa de Pós-Graduação em Gestão e
Economia da Saúde.
De acordo com o estudo, que procurou isolar o efeito do programa diante de outros
fatores que favorecem a queda da mortalidade infantil, foram avaliados 183 municípios
no Estado (com exceção do Recife e Ipojuca), sendo, destes, 102 atendidos pelo
programa. Os dados foram coletados de sistemas de informação de domínio público,
como o Datasus, do Sistema Único de Saúde (SUS), além de outras fontes.
“Procuramos diferenciar o resultado da tendência natural de queda da mortalidade, que
o Brasil percebe desde os anos 90, assim como o efeito de outros programas
governamentais nesse índice. Evitamos comparar municípios do Interior com as
cidades da Região Metropolitana do Recife e assim construímos um modelo
estatístico”, afirmou Sampaio.
Os números finais apontaram que, nos seis anos iniciais do Mãe Coruja (de 2007 a
2012), os municípios atendidos apresentaram melhorias nos indicadores de mortalidade
infantil, com progressos maiores a cada ano. Em média, a redução da mortalidade no
período chegou a 21,13%, com o aumento na proporção de consultas de pré-natal em
90,2%. “O estudo demonstra que já no primeiro ano de atuação o Mãe Coruja produziu
impacto positivo nestes dois indicadores, com taxa de redução na mortalidade de
FOTO: IRAMARAÍ FREITAS/ MÃE CORUJA
9,34% e aumento das consultas de prénatal em 14,24%”, afirmou Alessandra,
que disse ter se interessado pelo tema por
se perguntar como um programa que se
propunha a reduzir mortalidade infantil
conseguia este objetivo sem prestar
assistência direta em saúde às mulheres e
crianças. “O assunto é interessante
especialmente se você se pergunta
porque outros Estados não adotaram
programas semelhantes. Através de
pesquisa, verificamos que havia uma
carência de estudos mais técnicos sobre o
assunto, e isso dava espaço para uma
contribuição”, acrescenta Sampaio.
Atualmente, o Mãe Coruja articula
uma rede de ações intersetoriais junto a
11 instituições do Governo de Pernambuco, atuando nos eixos de saúde,
educação, desenvolvimento social e
assistência. “Embora os números internos do Programa já comprovassem a
redução da mortalidade infantil desde a
sua implantação, é importante e gratificante que um avaliador externo,
isento, chegue a estas conclusões. A
pesquisa abre caminho para cooperações
institucionais e outras parcerias com o
Mãe Coruja”, disse a sanitarista e
coordenadora do Conselho Consultivo
do Mãe Coruja, Bebeth Andrade Lima.
I
O
ESTUDO, produzido pela enfermeira Alessandra Cabral,
demonstra que já no primeiro ano de atuação o Mãe Coruja
produziu impacto positivo na taxa de redução na mortalidade
e no aumento das consultas de pré-natal. Atualmente, o
Programa articula uma rede de ações junto a 11 instituições
do Governo, atuando nos eixos de saúde, educação,
desenvolvimento social e assistência à mãe e ao bebê