DOEPE 26/05/2018 - Pág. 2 - Poder Executivo - Diário Oficial do Estado de Pernambuco
2 – Ano XCV • N0 97
Diário Oficial do Estado de Pernambuco – Poder Executivo
Recife, 26 de maio de 2018
DESABASTECIMENTO
Greve dos caminhoneiros prejudica
operações no Porto de Suape
Terminal de Contêineres está paralisado, desde a última terça-feira (22), e bloqueios
nas BRs podem agravar a situação ainda mais, com maiores prejuízos à população.
F OTOS : D IVULGAÇÃO /S UAPE
Complexo Industrial Portuário de Suape continua
sofrendo os impactos da
paralisação dos caminhoneiros, que
permanecem mobilizados na Avenida Portuária, via de acesso ao
porto. Na tarde da última quintafeira (24), representantes de Suape
negociaram com os manifestantes a
entrada de dois caminhões-tanque,
para abastecimento de GLP no
Complexo Prisional do Curado;
outros 10 com querosene de aviação (QAV), para abastecer o Aeroporto Internacional dos Guararapes,
e mais quatro com combustível
para abastecer as viaturas das forças
de segurança do Estado.
Poucas horas depois, a juíza
Nahiane Ramalho de Matos, da
Vara da Fazenda Pública da Comarca de Ipojuca, expediu decisão
determinando que os manifestantes
se abstivessem de impedir a passagem do tráfego de veículos, com
cargas necessárias à segurança das
operações dentro do porto e ao
abastecimento da população.
No início da noite, um oficial de
Justiça notificou os manifestantes
que estavam no local. Apesar do
desbloqueio do acesso ao porto,
para serviços essenciais, persistem
as dificuldades de escoamento, em
razão de bloqueios existentes nas
rodovias e da indisponibilidade de
transportadoras e caminhoneiros.
Até o fim da manhã de ontem
(25), dois caminhões que levariam
GLP aos presídios haviam deixado
a área portuária e um outro
caminhão com óleo diesel foi
liberado para abastecimento do
transporte público. Um caminhão
carregado com nitrogênio, para
resfriar o sistema de armazenagem
de butadieno, também foi autorizado a entrar no porto e teve acesso ao terminal da Ultracargo.
Uma média de 1.600 a 2.000
caminhões/dia (70% de combustíveis) estão deixando de ter acesso
ao porto. Oito navios estão na área
de fundeio, número considerado
normal. Até o início da tarde de
ontem, 1.800 veículos importados
continuavam no Pátio Público de
Veículos 1 e não foram escoados
via rodoviária e nenhuma embarcação deixou de atracar. Em poucos
dias, no entanto, se não houver
O
NAVIO AGUARDA o descarregamento de contêineres, em Suape, enquanto o Tecon (foto abaixo) está com sua capacidade de armazenamento esgotada
evolução nas negociações com os
manifestantes, novos navios poderão ser impedidos de atracar, devido
à indisponibilidade de área para
armazenagem ou falta de carga para
embarque.
O Terminal de Contêineres
(Tecon Suape) está paralisado desde a última terça-feira (22), sem
fazer nenhuma movimentação rodoviária. Um volume de aproximadamente 5 mil TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés)
está parado nas dependências da
empresa, por falta de escoamento.
Até o momento a escala de
chegada de navios no Tecon está
mantida, já que a operação portuária de retirada dos contêineres
não foi afetada. Apenas os equipamentos de terra estão comprometidos por falta de óleo combustível. O armazém e o pátio da
Localfrio, que também opera contêineres, estão com volumes críticos em razão da ocupação.
O terminal da Ultracargo, que
armazena produtos de alta periculosidade (butadieno), necessita
diariamente de abastecimento de
nitrogênio, gás não disponível no
porto e que serve para resfriar o
sistema de tancagem. Na última
terça-feira (22), os manifestantes
permitiram a entrada de apenas um
caminhão. Um novo caminhão teve
acesso ao terminal na madrugada
de ontem (25).
O óleo combustível utilizado em
geradores
convencionais
de
escolas, postos de saúde, hospitais e
afins continua com dificuldades de
escoamento, em razão de bloqueios
existentes nas rodovias e de
disponibilidade de transportadoras
e caminhoneiros. Gasolina e etanol
também não estão deixando os terminais, comprometendo o abastecimento dos postos em toda a região.
Os terminais de tancagem de
combustíveis que dependem diretamente do modal rodoviário estão
com capacidade entre 73% e 98%.
A Decal, que depende pouco dos
caminhões, está com armazenagem
em 30%. No total, a capacidade de
tancagem dos terminais está em
68%. Termoelétricas, como a
Suape Energia e Pernambuco 3,
recebem óleo combustível por via
rodoviária e poderão ter seu abastecimento comprometido se a pa-
ralisação persistir.
A Bunge Moinho, que armazena
trigo, está com os silos praticamente cheios. Consequentemente, também não estão realizando a distribuição para padarias e indústrias.
Todas as unidades de envase de Gás
Liquefeito de Petróleo - GLP (gás
de cozinha) que atendem a região
estão localizados em Suape e com
100% de sua capacidade de ar-
mazenagem. O desabastecimento
também impacta clientes como
hospitais, indústrias, restaurantes,
hotéis e prédios residenciais.
No final da tarde de ontem (25),
um comboio com três caminhõestanque, carregados com gasolina e
escoltado por viaturas policiais,
deixou o porto. O produto será
destinado ao abastecimento de
veículos da Polícia Militar.